Prometendo altos salários, o governo ucraniano usa redes sociais para tentar recrutar voluntários brasileiros e replicar modelo que já atraiu milhares de combatentes da Colômbia. Mas oferta é repleta de riscos.
Kiev – Com promessas de salários de até R$ 25 mil mensais, o governo ucraniano iniciou uma campanha para recrutar brasileiros dispostos a se juntar às suas tropas para repelir a invasão russa, que já se arrasta há mais de três anos. Nas últimas semanas, vídeos que mostram oficiais de Kiev, mercenários experientes e voluntários civis circulam nas redes sociais brasileiras, buscando atrair novos combatentes.
Governo ucraniano quer mais combatentes brasileiros em seu exército | Soldados ucranianos treinando manobras de evacuação nas proximidades da frente de batalha contra a Rússia
Soldados ucranianos treinando manobras de evacuação nas proximidades da frente de batalha contra a Rússia
Para facilitar o processo, a Ucrânia traduziu para o português sua página oficial de alistamento de estrangeiros e mobilizou recrutadores brasileiros para atuar ativamente em grupos de WhatsApp, Telegram e Signal, três dos aplicativos de mensagens mais populares no país.
A estratégia visa replicar no Brasil o sucesso obtido na Colômbia nos últimos dois anos. Estima-se que até 2 mil colombianos tenham combatido ao lado das forças ucranianas, atraídos por salários considerados elevados em comparação com a média do país. A maioria deles são ex-militares, ex-integrantes das Farc e antigos membros de guerrilhas formadas durante a guerra civil colombiana, que deixou mais de 200 mil mortos em meio século de conflito.
Rendimentos
As autoridades ucranianas esperam que a promessa de rendimentos muito acima da média tenha o mesmo efeito entre brasileiros. Nos vídeos que circulam nas redes sociais, soldados minimizam os riscos da guerra e enfatizam as possibilidades de ganhos rápidos, destacando ainda que os recrutas estrangeiros recebem treinamento e apoio básico.
Em canais de YouTube especializados em temas militares, oficiais ucranianos ressaltam que, em caso de morte, cada combatente tem direito a um seguro de vida de até US$ 350 mil. Apesar de não exigir experiência militar formal anterior, a página de recrutamento enfatiza que experiências anteriores de combate, mesmo que atuando em unidades paramilitares ou em milícias são uma vantagem.
Busca por estrangeiros
Renato Belém, um cinegrafista de 38 anos de Manaus (AM), foi fisgado pela ideia de iniciar uma nova carreira e agora acredita que lutar na Ucrânia é sua melhor chance de mudar de vida. Desiludido com os baixos salários e a falta de perspectivas no setor de comunicação, ele acredita que pode, em um ano e meio, juntar dinheiro suficiente para garantir uma vida melhor à sua família.
Pai de uma menina de 12 anos, ele diz que, se algo pior acontecer, o seguro prometido pelas Forças Armadas da Ucrânia poderá assegurar o futuro da filha. “Tenho fé em Deus de que tudo vai correr bem, e certeza de que voltarei com saúde”, afirma Marcelo, que serviu no 1º Batalhão de Infantaria de Selva, em Manaus, e integrou a missão militar brasileira no Haiti.

Dificuldades para recrutar
Com o número de desertores e mortos crescendo, a Ucrânia intensificou a busca por estrangeiros para reforçar seu exército, que enfrenta uma grave crise de efetivo. Estima-se que cerca de 100 mil soldados ucranianos tenham desertado desde o início da invasão russa em 2022, sendo que mais da metade abandonou as linhas de frente apenas no ano passado, em meio à lenta, mas constante, ofensiva russa na região estratégica de Donbass.
Além disso, dezenas de milhares de soldados ucranianos morreram nos campos de batalha, embora o governo evite divulgar números oficiais. Atualmente, a Ucrânia afirma manter 800 mil combatentes ativos.
O recrutamento interno também enfrenta dificuldades. No ano passado, Kiev reduziu a idade mínima de alistamento obrigatório de 27 para 25 anos e apertou os controles de fronteira para impedir que homens aptos ao serviço militar deixassem o país.
– As pessoas estão cansadas da guerra. Todo mundo conhece alguém que morreu no front. Os cemitérios estão cheios, e poucos acreditam em uma vitória – diz Maxim Marko*, um historiador de 24 anos que pretende fugir do país ao atingir a idade de alistamento.
Ao contrário de outros países em guerra, que recrutam pessoas a partir dos 18 anos, a Ucrânia estipulou a idade mínima de alistamento obrigatório em 25 anos, uma decisão pessoal do presidente Volodymyr Zelensky, que teme sacrificar as gerações mais jovens e, com isso, comprometer o futuro do país.
A crise demográfica é profunda: desde a independência, em 1991, a população da Ucrânia caiu de 50 milhões para cerca de 32 milhões de habitantes, segundo dados oficiais. “Este país vai precisar de estrangeiros, não apenas agora, mas no pós-guerra também”, afirma Oleksandr Gladun, vice-diretor do Instituto de Demografia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia.
O exemplo dos colombianos
O recrutamento de estrangeiros se tornou uma alternativa urgente. A Colômbia foi escolhida como um dos primeiros alvos naturais. Com fartura de ex-militares com experiência em combate após uma guerra civil que se estendeu por mais de 50 anos, o país é um dos principais exportadores de mercenários do mundo. Desde meados dos anos 2000, colombianos foram vistos combatendo na Rússia, Afeganistão, Iêmen, Somália, Líbia, Sudão e, mais recentemente, Ucrânia.
No entanto, o fluxo de colombianos começou a diminuir nos últimos meses, tanto pelo elevado número de mortes entre os combatentes quanto pelas dificuldades burocráticas para as famílias receberem indenizações.
– Se o corpo nunca é recuperado, o processo para a família receber o seguro é extremamente complicado. Muitas vezes, precisam vir pessoalmente e enfrentar a Justiça local – explica Natasha*, tradutora do exército ucraniano encarregada de lidar diretamente com os colombianos que estão lutando na região do Donbass, no Leste do país. Além disso, conta ela, muitos não compreendem o sistema de remuneração, que varia de acordo com a exposição ao risco.
O salário base de um soldado na Ucrânia é de US$ 500 ao mês e os valores variam de acordo com o risco das missões. Na prática, para receber o salário mais alto o soldado precisa passar a maior parte do tempo nas posições mais perigosas, como nas trincheiras da primeira linha de defesa. “Mas as chances de não sair vivo crescem exponencialmente também, e muitos ficam extremamente frustrados quando percebem que não é tão simples receber um salário de US$ 4,5 mil ao mês”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, com base em informações repassadas pela Rússia, ao menos 300 colombianos morreram lutando ao lado dos ucranianos nos três anos de guerra.
Brasileiros na Ucrânia
O Brasil registra números mais modestos que a Colômbia. Segundo o Itamaraty, oito brasileiros morreram oficialmente em combate desde 2022, enquanto outros 13 estão desaparecidos, o que, em linguagem diplomática, significa que são considerados mortos, embora seus corpos não tenham sido localizados.
As estimativas apontam que até 100 brasileiros estão atualmente incorporados à Legião Internacional da Ucrânia, apesar de esses números não serem oficiais. A Embaixada da Ucrânia no Brasil afirmou que não se manifesta sobre assuntos militares e não respondeu aos questionamentos da agência alemã de notícias Deutsche Welle (DW) sobre a participação de brasileiro na guerra.
Inicialmente, a maior parte dos brasileiros se juntou à guerra movido por convicções ideológicas ou políticas, e não apenas por dinheiro. Mas com a campanha ativa de recrutamento do governo ucraniano, isso parece estar mudando.
– Recebo diariamente pedidos de ajuda para comprar passagens. Muitos dos interessados agora não têm recursos para chegar aqui e buscam uma oportunidade de ganhar dinheiro rapidamente – conta Márcia*, uma brasileira que atua em operações civis ao lado do governo ucraniano desde o início da invasão russa. Apesar da promessa de altos salários, a Ucrânia não fornece as passagens para chegar ao país.
Renato, o cinegrafista de Manaus, vendeu o carro e lançou uma campanha de arrecadação por Pix, mas ainda não reuniu todo o dinheiro necessário para viajar. “Logo vou conseguir. Não tem futuro para mim no Brasil”, afirma.
* Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos entrevistados
CORREIO DO BRASIL (DW) – Edição: Montedo.com
Respostas de 20
Alô melancias, fãs de larápio, traidores da Pátria, sigam na rota e façam um favor ao Brasil. 👍🍉🍉🍉
Aqui os nossos protegidos de 46 anos ganham isso pelo resto da vida sem trabalhar. O povo que se lasque pra bancar.
e ainda deixam para as filhas.
são uns 120 anos de prejuízo (filha aos 40, expectativa da filha de 80 anos, 120)!!!!
prejuízo brabo, única classe fora do INSS! Os militares e suas filhas, uma classe que nunca nem foi militar.
Então são 120 anos de rombo no povo brasileiro para atuais 26 anos de um trabalho de um oficial, já que o oficial passa 9 anos estudando e ganhando e contando previdência
Estou partindo pra lá junto com outros companheiros menos experientes, já os alertei:
Não adianta nada desmaiar na frente do inimigo; chorar na frente do inimigo; se for pego pelo inimigo dizer que era apenas um garoto de recado; se fazer de doente pra não ir pro front; xingar algum General ucraniano dá corte Marcial imediatamente; não adianta dizer que é idoso; se capturado pelos Russos, não adianta tentar fugir, entre outros conselhos. Servi como Soldado antigo por um ano no QG, sei o que estou dizendo. Vou ter Soldo de General, sem altos estudos é claro.
Quando voltar quero medalha do Pacificador Com Palmas, banda tocando, Diplomas e Almoços, quero me candidatar a vereador, quem sabe Chefe de polícia municipal. Se nada der certo, vou para Milícia e quem sabe ser político em Brasília. Tenho grande futuro.
01 ano de SD no QG? Vai não , vc não vai voltar vivo. Só sabe servir café. Vai trabalhar e para de dar show aqui. Sen experiência de p… Nenhuma
Que o BR faça uma força de paz e mande para lá. Quando foi a vez do Haiti, houve cego encergando e manco correndo nas OM para integrar a missão.
enrolar la no haiti kkk
Seria uma boa hora para os nossos F.E. e Comandos mostrarem todo o seu conhecimento no teatro de operações.
Ah !!! Querem não, né ?
Só querem saber de se meterem em política e darem golpes contra o próprio povo brasileiro.
AD SUMUS 🔪💀
Será que eles aceitam o meu curso de (C-POVAL) Perito operador de Vassoura automatica Leve?
Nada. Esses aí só querem mesmo desfilar com seus brevês reluzentes e de “cara feia” para dar a impressão de guerreiros invencíveis…
golpe mal dado por sinal ainda né deixando vazar dados “sigilosos”
acho que nem os fe do zimbabwe seriam tão amadores assim.
esse é o nivel do brasil zilzil
kkkk
chorao
Oportunidade para os colegas do QE que se sentem injustiçados pela Força, pois eram os responsáveis em mover as engrenagens e nunca foram recompensados.
Olha aí a grande oportunidade de bem empregar o vasto conhecimento/habilidades de vocês.
Quem sabe, por bravura, não sejam promovidos a general do Exército de lá…
sei, a maioria que conheci alegava não saber ligar um pc
ja eu cheguei nq tropa como mecanico e conheci caras motoriatas e mecanicos eficientes.
epoca de lobinho muito ensinamento
Os altos estudos deve fazer um estrago nas tropas russas.
Vamos ver se lá funciona o meu pirão primeiro.
melhor um covarde vivo que um valente morto.
Eu fico é aqui mesmo, pego em armas aqui, pego na armaria e vou pra formatura, o maior risco é desmaiar na formatura com esse Soléu que tem feito, de resto esse é o risco que corro, enfiar o chanfro no concreto numa das inumeras formaturas mensais que tenho.
Kkkkkkkkkk, não fala isso que um “FE” que serviu um ano no QG como recruta, vai ficar brabo, pela alta experiência que ele tem, pegou em armas longas em duas oportunidades, em fuzil quando era recruta, e uma pistola sem munição para desfilar em Formatura, mas agora ele está preparado para lutar contra a Rússia …piada mas o Importante é que O recruta com altos estudos se intitula “FE”…mas acredito que quando diz FE, ele se refira a ” Força elegante)… Em desfiles.
Kkkkkkkkk
O Rambo que Zeus orientou, foi recruta em QG, ou serviu um ano em quartel de infantaria de interior como recruta, ao passar do tempo ele ficou atordoado e acha que é FE…..kkk
Bom era pegar esse vivente que serviu cafezinho para o chefe a vida inteira e deixar ele uma semana treinando num pelotão de choque da PM e fazer cheirar gás tipo ” bicho”, daí irá desistir de ir para uma ” guerra”…kkkk