Ex-comandante da Marinha nega participação em plano golpista

O ex-comandante da Marinha Almirante Almir Garnier Santos, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio durante desfile do 7 de Setembro em 2022 — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Almirante argumenta que denúncia da PGR não comprova participação ativa e que comportamento de Garnier foi de “omissão” e “inércia”

Ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos apresentou na sexta-feira, 7, sua defesa à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre suposta participação na tentativa de golpe de Estado. No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de Garnier negam as acusações e afirmam que ele é inocente.

Segundo a PGR, Garnier foi o único dos três comandantes das Forças Armadas a apoiar o plano de impedir a posse do presidente Lula (PT), chegando a colocar tropas à disposição da iniciativa.

A denúncia cita uma reunião no Ministério da Defesa, em dezembro de 2022, em que o então ministro Paulo Sérgio Nogueira teria reapresentado um decreto golpista. De acordo com os investigadores, Garnier foi o único a não se opor ao plano.

A defesa do almirante argumenta que a denúncia não comprova sua participação ativa e sustenta que seu comportamento foi de “omissão” e “inércia”. A informação foi publicada por O Globo.

Os advogados afirmam ainda que o nome de Garnier não constava na minuta que criaria um Gabinete de Crise institucional, o que, segundo eles, enfraquece a acusação de que ele seria peça-chave no golpe.

Outro ponto rebatido pela defesa são diálogos interceptados pela Polícia Federal, como a fala do tenente-coronel Sérgio Cavaliere, que teria dito que Garnier tinha “tanques no arsenal prontos”. Os advogados classificam as mensagens como “comunicações alheias desprovidas de comprovação”.

Denúncia da PGR
A PGR incluiu na denúncia depoimentos de outros militares, como o do então comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. Segundo o militar, em uma reunião realizada no Palácio do Planalto duas semanas após a vitória de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou um relatório elaborado pelo PL para justificar um estado de exceção no país.

Baptista Júnior afirmou que não colocaria suas tropas à disposição e que o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, disse que, se Bolsonaro insistisse, teria que ser preso. Garnier, por outro lado, teria demonstrado apoio ao plano.

O brigadeiro também relatou que, na reunião, quando foi apresentada a minuta do golpe, tanto ele quanto Freire Gomes rejeitaram a proposta, enquanto Garnier não expressou objeções.
O Antagonista – Edição: Montedo.com

7 respostas

  1. O unico problema do Almirante Garnier, e que tem um general e um Brigadeiro dizendo o Contrário. E advinha em quem o capa preta vai acreditar.

  2. É a rataria querendo pular fora do barco que vergonha, eu fico imaginando essa turma numa guerra com o Suriname, como seria? Eu nem falo da Rússia e a China vermelha, as forças armadas tem que acabar e fazer tudo de novo do zero, e sem essa de pagar pensão pra esse bando de vagabundos.

  3. Lembro desse senhor “omisso”, como a própria defesa alega, com um sorriso indecente, enquanto viaturas do CFN desfilavam na Esplanada.

    Um sorriso que, de tão indecente, causou-me vergonha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *