Após panetone com fone, kid preto pede para Moraes punir irmã, não ele

Arte: Metrópoles

 

Advogados do tenente-coronel Rodrigo Bezerra pediram ao STF que reconsidere suspensão de visitas após irmã levar panetone com fone à cadeia
Manoela Alcântara
A defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, investigado por suposta tentativa de golpe, pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconsidere a suspensão integral de seu direito a visitas. O “kid preto” está preso nas instalações do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB) desde novembro e teve as visitações suspensas após a irmã dele levar equipamentos eletrônicos escondidos em uma caixa de panetone como presente.

Os advogados do “kid preto” alegaram que a suspensão se baseou em ato “praticado exclusivamente por sua irmã” e que “o custodiado não contribuiu, incentivou ou sequer teve acesso aos objetos apreendidos”. Diz ainda que a “Dhebora Bezerra de Azevedo dirigiu-se ao aquartelamento desacompanhada dos demais familiares, afastando qualquer presunção de envolvimento coletivo”.

Assim, os advogados do militar pedem a reconsideração da decisão que suspendeu as visitas e vão além, solicitando “medida restritiva direcionada exclusivamente à irmã que cometeu o ato, mantendo-se as visitas dos outros familiares que não tiveram relação com o ato praticado pela Sra. Dhebora Bezerra de Azevedo”.

Em 28 de dezembro, a irmã do tenente-coronel tentou entrar no batalhão do Exército com uma caixa de panetone. Porém, ao passar pelo detector de metais, durante verificação de itens, o alarme foi acionado, o que não ocorreria com o doce.

Nesse momento, o Pelotão de Investigações Criminais (PIC) interpelou a Dhebora Bezerra de Azevedo com questionamentos sobre o que havia na caixa. Ela, então, disse haver um fone de ouvido. Veja a imagem do objeto:

Os militares abriram o recipiente e verificaram que no interior da caixa havia um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória. O material foi apreendido e está custodiado no pelotão. A mulher não visitou o irmão e assinou um termo de apreensão dos equipamentos.

Assim, o Comando Militar suspendeu o direito de visita de Dhebora ao tenente-coronel. Em seguida, Moraes suspendeu o direito à visitação ao “kid preto” mesmo por outros familiares. Agora, a defesa recorre.

Tenente-coronel investigado
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo é investigado por participar de suposto plano para matar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em depoimento à Polícia Federal, ele negou envolvimento e disse que comemorava o aniversário dele em Goiânia no dia em que mensagens foram trocadas, em 15 de dezembro de 2022. Um número de celular habilitado por Azevedo em nome de terceiros foi rastreado pela PF em locais onde estariam as autoridades naquela data. O militar afirmou que o telefone usado não foi ligado por ele até meados do dia 20 de dezembro daquele ano.

O suposto plano para assassinar Lula e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022 foi alvo da Operação Contragolpe, deflagrada em 19 de novembro deste ano pela PF. Conforme as investigações, foi identificada uma organização criminosa que teria planejado golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do então presidente eleito e atacar o STF. Azevedo foi uma das pessoas presas suspeitas de envolvimento no planejamento criminoso.

No depoimento à PF, Azevedo afirmou que estava em casa no dia da execução do plano assassino. “Tava em casa, tava em casa, eu tenho inclusive testemunhas, era dia do meu aniversário, meu aniversário é dia 15 de dezembro”, afirmou Azevedo ao delegado Fábio Shor no depoimento prestado em 27 de novembro.

O delegado da PF perguntou se Azevedo tem algo que comprove a presença dele na própria casa no dia 15. Ele respondeu citando estar na presença de um parente e amigos. Questionado se tem algum registro fotográfico do encontro, respondeu que não sabe.

Além de Lula e Moraes, o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, também tinha como alvo o vice-presidente Geraldo Alckmin. A Operação Contragolpe foi autorizada por Moraes e cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas.

O que aconteceu no dia 15 de dezembro
Em 15 de dezembro de 2022, conforme o relatório de investigação da PF, integrantes da missão chamada de “Copa 2022” saíram de Goiânia (GO), onde fica o Comando de Operações Especiais (Copesp) do Exército, com destino a Brasília. O objetivo seria colocar o plano em prática. Todo o trajeto na estrada e a movimentação na capital federal, de veículos e celulares vinculados aos envolvidos, foram identificados pelos investigadores da PF. Imagens do pedágio da rodovia e os registros de locação de veículos foram utilizados para o monitoramento.

Os suspeitos ficaram em locais estratégicos, como as proximidades do STF e também do endereço residencial de Moraes, na Asa Sul da capital federal. Os integrantes da “missão” esperavam pela autorização superior, que, segundo a PF, seria: “Cumprir a ordem que seria emanada para prisão e execução (do ministro do STF), caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado pelo então presidente da república Jair Bolsonaro no dia 15/12/2022”.

Às 20h59, no entanto, o plano foi frustrado. Os envolvidos na missão utilizaram codinomes de países para não serem identificados, como Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Japão e Gana. Nesse horário, “Alemanha” enviou a ordem pelo grupo no aplicativo de mensagens Signal: “Abortar”. A PF aponta, no relatório, que a falta de adesão do Alto Comando do Exército ao intento golpista evitou o prosseguimento da missão.
METRÓPOLES – Edição: Montedo.com

33 respostas

  1. Infelizmente, o Exército brasileiro virou motivo de Piadas, ou seja, o prejuízo para a imagem da força e as consequências refletirá até nas já decreptas melhorias salariais.

  2. Que fase!!!!
    o respeito que se tinha, pelos FE, está caindo cada vez mais.
    Como são amadores e covardes, imagina na guerra.

    Como faz falta um praça para colocar a culpa…

    1. “confiem em seus chefes/Comandantes”. Ouvi muito isso durante o tempo de caserna.

      Entregar/ferrar praça é uma coisa normal, até cultural dentre das FFAA. mas, entregar irmã/parentes, é algo inédito.

      parabéns aos envolvidos.

  3. Essa é a “moral forjada no P3M” tão alardeada pelo “Cel R/1”?

    Se culpa a irmã por ter feito algo a pedido dele, é capaz de entregar a própria mãe para se “safar”.

    E dizer que é “FE”!?

    Cada dia me convenço mais da hipocrisia desses senhores.

    A única lição aprendida na “Acadimia” e que levam para toda a vida parece ser mesmo a “faça o que eu mando, não o que faço”.

    Cadê a moral, a honra??

  4. Outra:

    É esse tipo de “guerreiro” que estava planejando matar autoridades para implantar um novo regime no Brasil?

    Sério?

    Parece roteiro de esquete do antigo “Casseta & Planeta”.

  5. Uma banca de rambo.
    Ai é isso:

    1) desmaiando
    2) culpando a irmã
    3) fazendo planos e mais planos, reunioes e reuniões para matar um idoso… e nada fizeram (graças a Deus).

    Graças a Deus são uns trapalhões que ficam bostejando de guerra e operacionalidade, na prática é esse fiasco.

    Se escalasse dois soldados da pmerj, tinham dado o golpe. São acostumados com ação real, não papel e reunião

  6. Quando eu sai do EB um QAO criticou e falou que saia da instituição mais bem vista do país para ir para um cargo civil e sem moral, hoje vejo que deveria ter saído antes desse circo VO. Ao “oficial” QAO meu desprezo.

  7. Atitude normal do oficial.
    Passamos todos o tempo de caserna vendo isso, quando a coisa ficava feia os oficiais da AMAN jogavam pra cima dos praças para se safar.
    Desculpa a franqueza mas não esperava nada diferente.

  8. Essa é a moral esperada de um oficial? Tudo que foi colocado na Constituição e no Estatuto tem que ser rasgado ou apagado. Isso é uma vergonha. Eu aqui em Santiago do Chile vendo essa esfarela. Tem que ser expulso e aproveitar e pegar uns conselhos com o avatar Bustamante.

  9. Sabe aquele recruta sem vergonha na cara que chega atrasado e culpa a mãe por não ter lhe acordado? É a mesma coisa, só que não estamos falando de um garoto de 18 anos, imaturo e irresponsável, estamos falando de um “Oficial Superior” formado na “Acadimia”. Uma vergonha.
    O mais engraçado ou irônico é que eu praça, com Curso Superior, Pós Graduado, com CHQAO, habilitado em pelo menos uma língua e conduta ilibada não alcançarei o INÍCIO, pasmem, o início da carreira destes mesmos oficiais, ou seja, o posto de 2° Ten QAO.

    1. Anônimo
      1 de janeiro de 2025 às 23:28, TRISTE, mas tens perfil, idioma, curso superior esta no caminho certo, o que não pode é vacilar e cair na armadilha de algum maldoso querendo te manchar como indisciplinado, Bêbado ou preguiçoso!

  10. Bem colocado, desta vez não vai dar para colocar na conta do pracinha, não vai dar para alegar que foi mal “assessorado”. Estes que aí estão não tem mais vergonha na cara.

  11. A mesma estratégia que bolsonaro sempre usou… é o maior beneficiado pelo ato, MAS não sabia de nada, com isso tira o corpo fora e joga toda a culpa no “aliado”.

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