Embraer anuncia venda de 10 aviões Super Tucanos para 2 compradores anônimos
Na última segunda-feira (30) e ontem, terça-feira (31), a Embraer anunciou a venda de dez aviões Super Tucanos a dois compradores que preferiram permanecer anônimos.
O primeiro contrato, anunciado na segunda-feira, foi para o fornecimento de seis unidades do A-29 Super Tucano para um comprador não revelado. É esperado que as entregas ocorram em 2026.
Já no segundo, quatro modelos A-29 foram vendidos para um cliente não especificado da África.
Conforme explica a empresa, o Super Tucano é capaz de realizar uma ampla gama de missões, como apoio aéreo tático, patrulha aérea e marítima, operações especiais, interdição aérea, ataque marítimo, treinamento JTAC, controlador aéreo e outras.
Com um motor turboélice, garantindo baixo custo operacional, quase 300 unidades da aeronave já foram encomendadas pelas forças aéreas do Brasil e do mundo. O Super Tucano foi criado para atuar em ambientes adversos, como a Floresta Amazônica, sendo ideal para combates assimétricos contra forças menos desenvolvidas, como traficantes e insurgentes.
Dessa forma, o avião é único em sua categoria, oferecendo baixo custo de operação, versatilidade e confiabilidade, “acumulando mais de 570 mil horas de voo, sendo 60 mil delas em combate”, destacou a empresa.
Dentre as aeronáuticas estrangeiras que encomendaram o Super Tucano brasileiro, estão as de nacionalidade portuguesa, uruguaia, filipina, colombiana, indonésia, nigeriana, chilena e angolana. Os Estados Unidos também compraram um lote de 26 unidades para serem entregues à Força Aérea do Afeganistão.
Sem similar no mundo, avião brasileiro está prestes a entrar no mercado europeu
Portugal se tornou neste mês o primeiro país da OTAN a encomendar o avião Super Tucano da Embraer para a sua aeronáutica. Ao todo serão produzidas 12 unidades do modelo para a Força Aérea Portuguesa (FAP), abrindo caminho para que a aeronave encontre um novo mercado na Europa e cimentando a posição de destaque da indústria aeroespacial brasileira.
Desenvolvido para atender a necessidades específicas da Força Aérea Brasileira (FAB), o modelo caiu no gosto de forças aéreas ao redor do mundo, conta à Sputnik Brasil o professor Marcos Barbieri, especialista em indústria aeroespacial e defesa e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Dadas as suas características, ele foi exportado para vários países, principalmente da América Latina, África e alguns da Ásia.”
O especialista explica que o Super Tucano é uma aeronave com duas funções bem específicas. A primeira é ser um avião de treinamento avançado, isto é, de preparo de um piloto já formado na academia, mas que ainda não tem experiência suficiente para usar um avião de primeira linha como é, no caso do Brasil, o Gripen.
Já a segunda é atuar como uma aeronave de patrulha aérea e ataques leves, “com certo grau de sofisticação, como bombas guiadas a laser”. Por conta disso, ele é amplamente utilizado pela FAB para treinar seus pilotos e vigiar a vasta Região Amazônica, interceptando aviões que entram no espaço aéreo brasileiro ilegalmente.
“E por ser um avião turbo-hélice, e não a jato, tem um custo operacional muito baixo”, destaca Barbieri.
“Cada hora de voo de um F-35 norte-americano custa US$ 35 mil [R$ 215 mil], enquanto a hora de voo do Super Tucano custa US$ 1 mil [R$ 6,19 mil].”
SPUTNIK – Edição: Montedo.com