Sem novos incêndios, Forças Armadas são retiradas do Pantanal; força-tarefa será permanente em 2025

Integrantes da Marinha no cambate a foco de incêndio pela Operação Pantanal II - (crédito: Flick/Marinha do Brasil)

Militares atuaram no bioma em Mato Grosso do Sul em colaboração com combatentes do Estado

Cassia Modena
Em portaria publicada na edição de ontem (12) do Diário Oficial da União, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, determina a retirada de militares das Forças Armadas que trabalhavam no combate aos incêndios no Pantanal. A ordem vale a partir de 10 de novembro, mas foi oficializada mais de um mês depois.

Com o início do período de chuvas e cheias no bioma, só uma base militar está ativa e não há incêndios em combate em Mato Grosso do Sul, segundo informou o Corpo de Bombeiros ontem (11).

Em julho deste ano, ápice da crise, cerca de mil pessoas chegaram a enfrentar as chamas somente na parte do bioma que o Estado, segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB). Entre elas, estiveram centenas de militares das Forças Armadas enviadas pelo governo federal para dar apoio ao trabalho.

O ano foi difícil para o bioma: em Mato Grosso do Sul, 1,6 milhão de hectares foram queimados entre 1º de janeiro e 11 de dezembro, segundo o Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações Satélites da Universidade Federal do Rio de Janeiro). A área superou até a afetada em 2020, pior ano para o Pantanal como um todo. Apenas no Estado, 1,5 milhão foram perdidos, de acordo com a mesma fonte – é esse o tamanho calculado, após atualizada a metodologia utilizada à época.

Fatores como a seca prolongada, mudanças climáticas e ações criminosas fizeram o fogo arder o Pantanal, devastando vegetação e matando animais queimados. Santuários como a Serra do Amolar não escaparam.

Superavião e fronteira
Além do efetivo, as Forças Armadas enviaram equipamentos, veículos e aeronaves para os locais de combate. A ferramenta mais notável foi o KC-390, um avião que possui caixa d’água capaz de armazenar 12 mil litros.

Avião cargueiro KC-390 das Forças Armadas em solo sul-mato-grossense (Foto: Bruno Chaves/Governo de MS)
Militares das Forças Armadas também chegaram a ser enviados para a fronteira entre Mato Grosso do Sul e a Bolívia, em reação ao avanço dos incêndios do país vizinho para o lado brasileiro.

Ano que vem
Em entrevista coletiva realizada ontem (11), diretoria do Corpo de Bombeiros informou que a força-tarefa contra os incêndios florestais vai durar 365 dias no ano que vem.

Ao todo, 408 militares da corporação devem atuar, sendo 240 temporários e 168 novos soldados. As 11 bases existentes também estarão ativas, com quatro militares alocados em cada uma e uma viatura por equipe.

Campo Grande News – Edição: Montedo.com

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