Relação com Moraes reabre crise entre Exército e bolsonaristas

Melancia

Aliados de general chamado de informante do ministro defendem atuação junto ao TSE

 

Igor Gielow
São Paulo – Revelações da Polícia Federal no inquérito sobre a tentativa de golpe atribuída a Jair Bolsonaro (PL) em 2022 reabriram uma crise entre o grupo do então presidente e o Alto-Comando do Exército, já lidando com o dano de imagem ao ver oficiais-generais presos e acusados de conspiração.

No centro da confusão, está o ex-chefe do Estado-Maior do Exército, general Valério Stumpf. Ao lado do atual comandante da Força, Tomás Ribeiro Paiva, e de Richard Nunes (então chefe militar do Nordeste), ele é apontado como um dos líderes da resistência da cúpula verde-oliva ao golpismo.

Segundo mostrou o site Metrópoles no domingo (1º), Stumpf foi chamado em conversas de WhatsApp entre militares golpistas de informante do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

Na conversa, entregue à polícia pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, pessoas não identificadas dizem que, numa dada reunião, “tinha informante do ovo [um emoji, no caso, associado à calva de Moraes] de leva e trás [sic]” e dizem que era o “general Stumph [sic]”.

A informação foi rapidamente replicada por sites ligados ao bolsonarismo e passou a circular nas redes do grupo, muito frequentadas por militares. Isso irritou o Alto-Comando do Exército.

A munição caluniosa contra Stumpf renova o ataque feito em novembro de 2022, em postagens do comentarista Paulo Figueiredo, próximo do bolsonarismo. O general passou a ser chamado de traidor e “melancia”, verde por fora (militar) e vermelho por dentro (comunista, na fantasia dos bolsonaristas), juntamente com Tomás, Richard e o então comandante Marco Antônio Freire Gomes.

Agora, virou “o informante de Moraes” nessas redes. A interlocutores, ao longo desta crise, Stumpf sempre reiterou ter sido contra qualquer tipo de ruptura institucional, mas não fala publicamente sobre o tema. Na reserva, ele hoje chefia a Poupex, órgão que oferece serviços de crédito, poupança e financiamento a militares.

Alguns de seus aliados, contudo, identificaram a ilação feita pelos bolsonaristas. O Estado-Maior era responsável por interlocução da Força com a Secretaria-Geral do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que era comandado por Moraes no pleito de 2022.

Nesse papel, Stumpf esteve à frente de uma proposta aprovada pelo TSE no âmbito da polêmica Comissão de Fiscalização das Urnas Eletrônicas. Em 19 de setembro daquele ano, o órgão adotou a biometria no teste de integridade das urnas, seguindo sugestão dos militares.

A continuidade da crise incomoda o Alto-Comando das três Forças Armadas.

Não que elas tenham virado fãs de carteirinha de Moraes e seus métodos ou, na associação livre feita pelo bolsonarismo, do presidente Lula (PT). Mas as críticas que eram usualmente abertas ao ministro e ao petista hoje só são ouvidas em conversas reservadas com a cúpula militar.

A eclosão dos detalhes da trama golpista recolocou os militares no holofote. Dos 37 indiciados pela PF, 25 usavam fardas e 7 envergavam estrelas de oficial-general sobre o ombro. O DNA verde-oliva da conspiração dificultou o trabalho promovido pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes militares, em particular o general Tomás.

Desde o começo do governo Lula, inaugurado sob a agitação do 8 de janeiro e a subsequente queda do antecessor de Tomás , eles tentam isolar os quartéis de confusões políticas. Isso é colocado à prova pela realidade do noticiário policial, uma consequência da simbiose de parte do oficialato e da tropa ao ideário bolsonarista, e por temas como a aposentadoria dos fardados.

O legalismo que prevaleceu com a negativa de Freire Gomes e do então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, de participar da conspirata é lembrado sempre por aliados de Múcio e de quem rejeitou o golpe. Dos então altos chefes militares, apenas o almirante Almir Garnier, que comandava a Marinha, foi indiciado por apoiar o movimento.

Críticos apontam, contudo, que os generais com conhecimento da trama deveriam ter ido a público denunciá-la. No relatório inicial da PF, Freire Gomes era tratado como suspeito, mas seu status foi atualizado.

FOLHA – Edição: Montedo.com

11 respostas

  1. Pobre braz$$$$$$$il! Num país sério de verdade essa quadrilha estaria toda presa e o braço politico dessa orcrim (partido pl) fechado e seus integrantes também todos presos.

    1. Sabe porque essa doença ocorreu? Pela falta de vacina da COVID e por tomarem altas doses de cloroquina e ivermectina, isso cortou o cérebro deles.

  2. O Brasil virou uma verdadeira BADERNA com o BOZO no poder, esta democracia Brasileira e um verdadeiro CIRCO, onde os Bandidos de colarinho branco, com dinheiro fazem o que QUER, E FICA BEM NA FITA, os poder estão, PODRES. ACORDA BRASIL. MUDAR E PRECISO

  3. Isso de ser verde por fora e vermelho por dentro não tem nada de fantasia bolsonarista. Essa expressão é mais antiga que meu avô Amácio Mazzaropi. Vão estudar!

  4. Desejo ver uma comitiva do Lula, como essas reuniões que ele faz na calada da noite, com membros do judiciário, presidentes da Câmara e do Senado, caminhando aqui no calçadão de Copacabana para receber a multidão de aplausos e admiração do povo carioca. Vem aqui, Lula, passear no Rio de Janeiro!

  5. Os militares foram os únicos e receber reajuste nos 4 anos do governo Bolsonaro enquanto os servidores civis tiveram o poder de compra corroído.

  6. “Revelações da Polícia Federal no inquérito sobre a tentativa de golpe atribuída a Jair Bolsonaro (PL) em 2022 reabriram uma crise entre o grupo do então presidente e o Alto-Comando do Exército, já lidando com o dano de imagem ao ver oficiais-generais presos e acusados de conspiração.”
    Aquário grande muita diversificação “one tem piranha jacaré nada de costas”
    E onde há muitas traíras?
    Nesse caso se camuflam muito bem ee fica difícil identificá-las .
    Se contam hitórias religiosas que risto só com doze seguidores, um deles era traíra, então em uns 160, terão no mínimo dez ou onze.

  7. Vote no Projeto de Lei 4413/2024 para acabar com a farra dos supersalários! Chegamos ao ponto de quem ganha menos banca a engorda de salários de altos funcionários com penduricalhos e outras vantagens. Urge mudar, a união faz a força.

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