Com bombas e carros, Exército recria em MS montagem de ponte da 2ª Guerra

Contrução de pontes pelo 9º batalhão de Aquidauana durante 2ª Guerra e simulação desta sexta-feira (Foto: Marcos Maluf) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

 

Evento marcou os 80 anos da Força Expedicionária Brasileira, cidade foi a 1ª de MS a mandar tropas para Itália

 

Natália Olliver
Três estouros causados por rojões de festa simularam as bombas usadas pelo 9° Batalhão de Engenharia de Combate de Mato Grosso do Sul durante a Segunda Guerra Mundial e abriram a encenação do momento histórico que marcou a participação dos militares no conflito: a construção da ponte Bailey, na região de Toscana, na Itália.

Soldados se arrastam no chão, deram tiros de mentira, enfrentaram tropas inimigas e entraram em cena usando “carros alegóricos”. Ao som da famosa canção do músico sul-mato-grossense Almir Sater ‘trem do pantanal’, caminhões viraram locomotivas e o navio US. General W.A Mann, veículos usados para transportar os soldados até o Rio de Janeiro para o treinamento tático e posteriormente até a Itália para combate.

O evento aconteceu em Aquidauana, a 141 quilômetros de Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (27). A encenação foi feita em comemoração aos 80 anos da FEB (Força Expedicionária Brasileira). O município é o único no Estado a ter mandado soldados engenheiros para o combate entre os anos de 1944 e 1945.

Com bombas falsas, soldados simulam conflito de 1945 (Foto: Marcos Maluf) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Ao todo, mais de 25 mil militares da FEB cruzaram o Oceano Atlântico para se juntar ao esforço aliado no combate ao totalitarismo na Europa. Nesta sexta, cerca de 100 pessoas estavam envolvidas com a apresentação, entre soldados em campos e linha de produção. Foram dois meses de ensaio para a encenação.

Antes da celebração também foi reinaugurado o Museu Marechal José Machado Lopes, que guarda relíquias do período histórico dos combatentes, com objetos de campo, armas e troféus de guerra.

Com uniformes inspirados nos usados pelos combatentes da época, eles mostraram como faziam a montagem das pontes e a dinâmica de guerra. As estruturas eram usadas para facilitar o avanço das tropas parceiras e civis e dificultar a passagem do inimigo pelos territórios. Elas sempre eram construídas, pois os bombardeios destruíram as hastes de sustentação das passarelas.

Ao Campo Grande News, Anisio David de Oliveira, chefe do Departamento de Engenharia e Construção, conta que a ponte feita na Segunda Guerra também é usada em situações de catástrofes como a do Rio Grande do Sul, por ser fácil de ser transportada de um lugar para outro.

Anisio David de Oliveira, chefe do Departamento de Engenharia e Construção (Foto: Marcos Maluf) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

“A missão da engenharia é facilitar o movimento da nossa tropa e dificultar a do inimigo. A ponte ficou na história. Se for bem adestrado, com dois ou três dias os soldados conseguem montar uma. É muito trabalho, tem que levar muito material. Fizemos uma parecida com a Bailey no Rio Grande do Sul em um dia e meio. Cada dia é um desafio, uma situação, às vezes temos que melhorar a margem do rio pra conseguir lançar a ponte, mas é um trabalho vibrante. O pessoal da engenharia eles gostam de fazer”.

O general do exército, Luiz Fernando Estorilho Baganha, explica que a ponte, chamada de 7 de setembro, foi montada ao norte do rio Arno, na região de Toscana, na Itália e executada pela 1ª Companhia do 9° Batalhão de Engenharia de Combate de Aquidauana.

A construção permitiu que o destacamento da Força Expedicionária atingisse a cidade de Pisa, marcando assim o início das operações militares da FEB no país.

“Serviu para abrir caminho para que as forças aliadas e as tropas pudessem marchar rumo à vitória. Recriar esse momento reativa na nossa memória a importância que é a liberdade para o povo e mostra aos jovens o valor daquela tropa nos campos de batalha. Eles aprendem a estudar o passado para construir futuros melhores. Um povo que não conhece a sua história está condenado a ter um futuro triste. Pessoas lutaram pela nossa liberdade e eles devem continuar lutando por ela”.

Questionado sobre o motivo do uso das bombas de festa, o general pontua que o intuito foi realmente trazer a sensação de uma zona de guerra vivenciada pelos soldados da época.

“Para trazer realismo maior, ter marcado na nossa memória. Das pessoas que lutaram por nós. Para os que atuaram hoje fica o aprendizado, a leitura que precisamos trabalhar sempre pelo nosso Brasil”.

A ponte
A Bailey ou LSB (Logistic Support Bridge), em português Ponte de Suporte Logístico, é uma estrutura metálica moderna e versátil. Isso porque ela é um importante suporte logístico que pode ser montada e desmontada de forma rápida e eficiente. A estrutura suporta até 80 toneladas e pode cobrir uma área de 60 metros, ou duas áreas de 30 metros.

Construção de uma ponte Bailey durante Segunda Guerra (Foto: Marcos Maluf) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Em Campo Grande uma réplica modesta da ponte Bailey foi feita nesta quinta-feira (26), visitantes tiveram a oportunidade de ver uma mostra do que foi a construção na década de 40.

História
Entre os anos de 1944 e 1945, o Brasil foi o único país latino-americano a enviar tropas para combater o maior conflito armado da história da humanidade. As operações aconteceram em Monte Castello, Montese, Castelnuovo e diversas outras localidades italianas.

Ponte Bailey ainda é usada atualmente em catástrofes no Brasil (Foto: Marcos Maluf) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

A segunda guerra mundial foi um conflito global que durou de 1939 a 1945  e envolvendo a maioria das Nações do mundo. Os combates foram iniciados pelo avanço do nazifascismo que passava a ameaçar o ocidente.  Os aliados liderados pelos Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido derrotaram as forças do eixo lideradas pela Alemanha, Itália e Japão.

Soldados refizeram réplica de trem usado na época (Foto: Marcos Maluf) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

O Brasil entrou na guerra em  22 de agosto de 1942 após ter seus navios mercantes atacados por submarinos nazistas em 1941.  Durante este período 35 navios foram afundados causando a morte de 1.081 pessoa, segundo o Exército Brasileiro.
CAMPO GRANDE NEWS – Edição: Montedo.com

21 respostas

    1. Não seja idiota. Vc colocaria seu filho soldado recruta que ganha R$1,100,00 por mês para arriscar a vida enquanto o brigadista ganha R$400,00 por dia tá ao lado apagando o mesmo fogo? Paga isso ao militar que até Capitão vai querer apagar fogo.

  1. Eu quero é fazer UBER e bicos de eletricista.
    Sou 1° Cão de Mara e vou a SubOficial em junho e continuarei fazendo bicos de eletricista e de motorista por aplicativos.
    Não quero ser TTC, Deus me livre, já não aguento mais ter que aturar oficiais babacas, prepotentes e arrogantes.
    E o salario ó, 4,5% SÓ PRA otários.

  2. Não conheço o roteiro, mas deve ter custado caro considerando homem hora.
    E ai na sua OM “falta gente”.

    Falta gente não moço. Falta é medico no SUS. Nas FFAA sobram gente, mas é só pra isso

  3. Um pastelão! Não é possível que o Exército gasta tanta verba pra fazer um teatro vergonhoso desses! Horrível! Se foi pra homenagear a FEB, era melhor nem ter feito! Não basta os uniformes todos errados, ainda vem com esse cenário deprimente feito de papelão. “Trem” com logo da RFFSA que foi criada em 1957. Nem existia em 1944-45. Não é possível, só acredito pq estou vendo!

  4. Temos atualmente dois conflitos mundiais que podem se alastrar.

    Enquanto isso o EB faz encenação e o Presidente diz que o soldado não precisa treinar para guerra, mas para apagar fogo.

    E o pior é a quantidade de imbecis que atestam essas imbecilidades.

  5. Que teatro ! A q nível chegamos ! Sem guerras ou missões reais,o EB de hj vive de fírulas e paisanarias circenses; formaturas rolhas para Cmts sem experiência de combate!

  6. 9° BECmb, batalhão de eventos históricos. É uma boa OM, mas os recursos gastos com essas encenações típicas de novelas da globo, não cabem mais. A população Aquidauanense não é convidada para assistir. Apenas os generais e uma Escola que funciona dentro da OM.

  7. 100 homens treinando por 2 meses
    imaginem o custo disso

    poe logo pra apagar incendio Lula.
    É verdade mesmo. só formatura rolha.
    Olha esse trem com roda de caminhão, que coisa tosca e feia, e aquele muro pichado, estão achando que a feb lutou contra gangues de neonazistas que picham muros com spray?

    Misericórdia meu bom Deus!!!

  8. É revoltante ver tanto dinheiro sendo desperdiçado em eventos supérfluos enquanto os militares seguem trabalhando em instalações precárias. Esse valor poderia ter sido investido na melhoria das condições de trabalho dentro do batalhão, beneficiando diretamente quem serve ao país.

  9. Enquanto gastam rios de dinheiro em algo que não trará nenhum benefício duradouro, os próprios militares enfrentam dificuldades no dia a dia. Imagine o quanto esse recurso poderia ter contribuído para reformar alojamentos, modernizar equipamentos e melhorar a infraestrutura do batalhão.

  10. O que mais indigna é ver que o dinheiro público foi torrado em um evento sem impacto, enquanto as necessidades reais dos militares são negligenciadas. Investir na qualidade de vida e no ambiente de trabalho dentro do batalhão teria sido um uso muito mais inteligente e justo desses recursos.

  11. Em vez de queimar dinheiro em uma apresentação irrelevante, por que não priorizar as condições de trabalho dos militares? Com esse orçamento, poderiam ter sido realizadas reformas importantes no batalhão, melhorando o ambiente para todos os que servem.

  12. No meu parecer. O exercito deveria estar + presente no combate ao banditismo. Colocar na cadeia: todos os corruptos que estão assolando(falindo): o nosso pais. No meu tempo existia um gel: c/ o nome; newton cruz. Hoje se tivesse um homem de bigode preto que nem tinha: o gel: Cruz. Não existiria rssa falta de comando que esta o nosso pais hoje! Prender este Comunista lula ladrão. Este bandido esta acabando c/ o nosso pais. Apareça um gel: homem que nem era o gel: que eu citei. Ditadura era só p/ vagabundos que não prestavam. Eu sou à favor da ditadura sim. Servi na época da ditadura: e nunca sofri represálias. Porque? Porque sempre fui honesto! Morria quem nao prestava. Isso que esta faltando hoje!

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