O papel das Forças Armadas na democracia

Ex-ministros da Defesa e senador destacam que sanha golpista no Brasil foi contida porque militares não aderiram à mobilização antidemocrática

Lisboa — “A beleza da democracia é justamente a pluralidade de ideias.” Foi assim que o senador Jaques Wagner (PT-BA) iniciou a fala no painel As Forças Armadas na democracia, momento em que o Fórum de Lisboa conseguiu o feito de reunir três ex-ministros da Defesa.

Ao lado de Nelson Jobim e de Raul Jungmann, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Wagner disse que golpistas conspiraram contra o Estado de Direito. “O movimento do 8 de janeiro por muito pouco não coloca o Brasil nas trevas”, afirmou. “A sorte é que para cada militar golpista tínhamos centenas cientes de seus deveres.”

Na sequência, Jungmann destacou que a definição contida na Constituição sobre o papel das Forças Armadas — de garantia dos Poderes constitucionais e defesa da lei e da ordem — não ajuda a encontrar um caminho para esclarecer as funções das forças militares.

O fato de a estratégia nacional de defesa estar desatualizada — o último texto é de 2012 —, segundo ele, fortalece a percepção de que as Forças Armadas funcionam como poder moderador. “Guerra e paz são atribuições do Congresso Nacional, porque fazer a guerra e a paz envolve todos os brasileiros”, esclareceu.

Nelson Jobim, primeiro ministro da Defesa do Brasil, explicou todo o processo de criação da pasta e as negociações para colocar um civil no comando, de forma a afastar ainda mais o fantasma da ditadura.

Na avaliação dele, os atos golpistas de 2023, não passam de uma demonstração de decepção com a falta de engajamento dos militares com o projeto golpista. “Eu leio aquela bagunça do 8/1 como a exteriorização de uma decepção porque as Forças Armadas não deram o golpe”, sustentou.

A percepção foi corroborada pelo ex-senador e advogado Jorge Bornhausen: “Eu diria que hoje as Forças Armadas Brasileiras não trazem qualquer perigo à democracia, pelo contrário. Nós temos que pensar e agir numa ação coordenada deste país contra o crime organizado”, enfatizou.

CORREIO BRAZILIENSE

10 respostas

    1. Ficou 7 meses e foi afastado sob denúncias de corrupção e favorecimento, inclusive de ligações com o crime organizado no Estado do Espírito Santo.

  1. Pelo que consegui entender da matéria, de forma deliberada, os ex ministros com suas rendas perpétuas de dar inveja ao povo que lhes paga, incluindo aí a bolsa anistia, deixam muito claro nas entrelinhas que, nos dias atuais, no mundo em que vivemos, temos diversos tipos de democracias e ditaduras; liberais, transcendentais, neo liberais, homofóbicas, transgêneras, transgênicas entre outras letras do alfabeto LGBTQx, e que o Congresso Nacional é apenas um dos poderes inertes pois não tem mais o poder de mobilização do povo para suas guerras, especialmente agora com a porteira aberta para o consumo da maconha e onde as facções do crime investem seus ganhos em distribuição e venda de combustíveis, lançamentos imobiliários e até em empresas fantasmas do agro negócio.

  2. Se houvesse apoio político o exercito teria dado o golpe como aconteceu em 1964, ocorre que nossos estrategistas recuaram pois o cénario era desfavoravel por questões obvias:

    1. Falta de apoio do Exército dos EUA, que inclusive enviou um representante ao Brasil para orientar a manter a democracia brasileira….
    2. Reconhecida incompetência e falta de compostura, indecência mesmo, no jumento das motociatas, que trazia azar em TUDO o que dizia ou por onde passava….
    O resultado todo mundo já conhece: LALA LÁ ATE 2030!

  3. Braço fraco …
    Sucatei seu exército, tire deles o suprimento, o treinamento, mine sua moral colocando a frente comandantes medíocres. Faça isso sistematicamente e verá o que acontece. Tropa fraca, desmoralizada, sem comando. E por mais que eles façam, você não acreditará mais em nada.

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