Proposta é rever o setor de estratégia e evitar “firula”, em que os militares tiveram aumentos salariais, porém os investimentos em armamento foram escanteados
JULIO WIZIACK
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) busca assinaturas para criar a Frente Parlamentar da Indústria de Defesa. A meta é engajar os congressistas por medidas capazes de abrir perspectivas de financiamento para o setor e evitar o sucateamento das frotas e equipamentos das Forças Armadas.
O movimento ocorre no momento em que o presidente Lula e o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, buscam restabelecer relações após o envolvimento de militares de alta patente na tentativa frustrada de golpe de Estado hoje investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal.
O assunto é sensível porque, ao mesmo tempo em que o governo tenta criar mecanismos de estimular a indústria bélica nacional, precisa reequipar as forças que conspiraram para impedi-lo de assumir o poder.
Independente disso, o país precisa patrulhar mais de 500 milhões de km² de águas continentais, a chamada Amazônia Azul, e fronteiras sem que haja equipamentos e frotas para isso.
Diante das restrições orçamentárias, o pagamento de financiamento pela compra de aeronaves, como os modelos da sueca Gripen, ficam atrasados e, segundo pessoas envolvidas na execução dos contratos, o país é obrigado a esperar um ano a mais pela entrega a cada atraso nas parcelas do pagamento.
A carteira de contratos atualmente soma US$ 105 bilhões com compromissos de pagamentos que se estendem por 17 anos. Para se ter ideia, o Orçamento anual da Defesa gira em torno de R$ 124 bilhões, cerca de 1% do PIB. A maioria desses recursos (78%) custeia pessoal.
Recentemente, dois aviões foram entregues para a Força Aérea Nacional e, devido à demora, houve uma defasagem tecnológica que exigiu a entrega junto com peças para reposição.
Outro problema é o financiamento à indústria bélica nacional que, atualmente, depende quase que integralmente das exportações.
Segundo o deputado Zarattini, a frente parlamentar vai aproveitar o gancho das novas diretrizes da política industrial de Lula para encontrar fontes de custeio que não dependam do Orçamento.
Devem entrar no radar temas como a partilha de royalties do petróleo, da mineração e a venda de imóveis das Forças Armadas em desuso.
Também se avalia uma forma de “carimbar” recursos do Orçamento para a Defesa, como é feito atualmente na educação e na saúde.
Essa ideia, no entanto, é difícil de ser executada diante das restrições até para gastos essenciais.
Zarattini, no entanto, descarta essa possibilidade. Afirma que o Orçamento já está comprometido com gastos obrigatórios e o governo ainda cumpre com o pagamento de emendas parlamentares obrigatórias.
“Conseguir aprovar uma coisa dessas para a defesa é o sonho de alguns, mas não vai se realizar agora. Temos muitas restrições orçamentárias com o arcabouço fiscal e as emendas parlamentares cresceram muito, então fica difícil ter mais obrigatoriedade no Orçamento”, disse o deputado.
O petista afirma que a proposta é rever o setor de estratégia e evitar o que chamou de “firula” dos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, em que os militares tiveram aumentos salariais, porém os investimentos em armamento foram escanteados.
Com Diego Felix
18 respostas
Esse deputado deve ser do partido de Bolsonaro e amigão de generais, Onde que pesionistas e pracinhas teve reajuste.
Alguns oficiais Generais “aceitaram” o falso Messias com o fito de encher os bolsos com o vil metal. Dessa forma, toda a sociedade acredita que os militares tiveram reajustes durante o governo do Maldito e que todos são conspiradores.
Bem, pelo visto vc não é Suboficial da Marinha, porque esta graduação foi contemplado com a Reestruturação.
Inclusive esta graduação foí a que junto com o posto de major, foram as que obtiveram maiores percentuais em seus Adicionais.
Já o pessoal do QE e pensionis, não, também foram contemplados, porém com menore índices.
Ué não ia ser o Barrabás que ia resolver a questão salarial?!
Uma correção: as FFAA não conspiraram para impedir a posse do lula. Somente alguns de seus membros (diga-se de passagem: membros da alta cúpula).
Embora não tenha apreço pelo PT, tenho que admitir que os principais projetos de modernização das FFAA foram concebidos durante o governo deste partido.
agora, pergunto: o militar também não é afetado pela inflação, para não fazer jus à recomposição salarial/aumento? Pela notícia, deve ser quase um crime que militar tenha o mínimo para sobreviver (principalmente, de ST para baixo).
Emendas Parlamentares são verbas Políticas. Aqui está o ralo, o sistema político esta comendo dinheiro de coisas mais importantes que é reforçar nossa defesa. Pois o País é um dos mais ricos em Extensão territorial, deveria ter no mínimo 5% do produto bruto do País. somos o olho do mundo mas morremos a mingua. um povo sofrido, salários para praças uma vergonha nacional.
Mais um que acha que militar não precisa de reajuste, pois inflação só atinge paisano.
Engraçado que todos os cargos públicos federais ciclicamente passam por “reestruturações”, aí os militares quando finalmente tiveram uma (tudo bem que alguns ficaram pra trás, mas é justamente por isso, de nunca haver QQ mudança na carreira por décadas), vira uma gritaria e exposição da categoria totalmente desmedida!
Vida do Praça,mijada , desgosto e desilusão…
Os lixxxos petistas sabem que na compra de armamento rola uma boa propina.
pra quem, para os oficiais?
Tudo culpa do Bolsonaro. Todos acham que tivemos aumento e está difícil convence-los do contrário. Se fosse só as esquerdas, mas não todos falam o mesmo. Assim fica difícil.
Ou o setor de comuniação começa a agir, ou vamos ficar sem reajustes.
Essa aventura, chamada governo Bolsonaro, foi o maior mal que os militares poderiam ter.
Esse cara merece 100 anos de cana, em regime fechado. Messias dos infernos!!
E ainda tem gente sonhando com reajuste neste governo, pode esquecer, de onde não se espera nada é que não sai mesmo.
Acho que está na hora de parar de lamentações infundadas, quem tem que brigar por um reajuste é quem nos comanda agora!
O passado passou, estamos sendo cobrados e desvalorizados!
Caro anônimo (dia 17/02, às 17:50), eu sou SO da MB e estou inserido na chamada “lacuna”. Porém, eu não me posicionei desta forma olhando para o meu umbigo e sim, para todos os militares de baixa patente e das pensionistas destes.
Tudo bem, mais daí a dizer que todos tiveram reajuste zero é forte, fale os fatos, pessoal da lacuna prejudicados parcialmente e QE e suas pensionistas prejudicadas totalmente, esses são os fatos reais.
Firula???
Aumentos Salariais???
Isso….paga meio salário mínimo e dá uma cesta básica de general ao soldado!!!
Nos tratam como Párias no serviço público!!
No entanto, não aprenderam como os governos estaduais que souberam valorizar seus militares!!!
A Caserna está virando as PM da década de 90….
Vão vendo o que vai dar!!!!
Um prato cheio para direita bolsonarista que quer o parquinho pegando fogo….
Lula tem que assumir a liderança enquanto há tempo!!
A Tropa começou a enxergar que não há caminho com a esquerda!!!