Em nota, Clube Militar diz ‘ser pouco sustentável’ golpismo de ‘distintos chefes militares’

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Presidentes recomendam que as investigações sejam conduzidas com “responsabilidade e imparcialidade, respeitando os limites legais”

Naira Trindade

Brasília – O Clube Militar divulgou uma nota nesta sexta-feira defendendo as Forças Armadas e afirmando ser “pouco sustentável” a possibilidade de golpismo entre os “distintos chefes militares”.

O texto assinado pelos presidentes dos clubes Naval, Prado Maia; Militar, Sérgio Tavares; e da Aeronáutica, Marco Antônio Perez, diz que eles observam “com apreensão, a exposição de distintos chefes militares, associados a atos que supostamente atentaram o Estado Democrático de Direito – algo que, cumpre registrar, consideradas as suas trajetórias de vida, avaliamos ser pouco sustentável”.

Em outro trecho, o trio reforça a necessidade de que as investigações sejam conduzidas com “responsabilidade e imparcialidade, respeitando os limites legais”. E cita o cuidado com o processo para o meio militar: “A acuidade dessa abordagem é vital para contribuir que se evite a deterioração das relações no âmbito militar”.

Em nenhum momento, a carta refere-se a Victor Carneiro, mencionado nas investigações da PF sobre o golpe. Ele é filho do general Sérgio Carneiro presidente do Clube Militar e líder do quartel-general dos militares de pijama. Victor sucedeu Alexandre Ramagem na direção da Abin e foi citado pelo general Augusto Heleno no plano para infiltrar agentes nas campanhas de adversários de Jair Bolsonaro em 2022.

Lauro Jardim (O GLOBO)

Confira a íntegra da nota dos clubes militares:

Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2024

Os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica reconhecem a imperativa necessidade de preservar os valores fundamentais do Estado Democrático de Direito, como cidadania, pluralismo político, garantia dos direitos individuais e liberdade de expressão. Além disso, é crucial manter o equilíbrio e a separação dos três Poderes da
República.

Em um momento em que nossa sociedade enfrenta perigosa polarização, surge a preocupação com antagonismos entre diferentes setores. Observamos, com apreensão, a exposição de distintos chefes militares, associados a atos que supostamente atentaram o Estado Democrático de Direito – algo que, cumpre registrar, consideradas as suas trajetórias de vida, avaliamos ser pouco sustentável.

É imprescindível que os processos em andamento sejam conduzidos com responsabilidade e imparcialidade, respeitando os limites legais, o devido processo legal, a igualdade perante a Lei, o contraditório e a ampla defesa. A acuidade dessa abordagem é vital para contribuir que se evite a deterioração das relações no âmbito militar.

Que todos, sem exceção, cumpram seus deveres de acordo com o previsto na Constituição, sem casuísmos, visando restaurar a paz, harmonia e coexistência da diversidade de opiniões em nossa sociedade. Isso é essencial para o progresso do nosso País e para prevenir aventuras desestabilizadoras em todos os espectros políticos e sociais.

Àqueles que nos demandam posições extremadas, reiteramos que não promoveremos o dissenso no seio das Forças Armadas, objetivo permanente daqueles que não comungam de nossos ideais, valores e amor à Pátria, ignorando o nosso juramento de defendê-la, se necessário, com o sacrifício de nossas próprias vidas.

 

15 respostas

  1. Uma coisa boa Bolsonaro fez: desmascarou e desnudou para a sociedade, a verdadeira face das Forças Armadas.

    Serão mais 30 anos para tentar melhorar a imagem da Força.

  2. Qual a serventia dos clubes militares mesmo?

    Esses velhotes vivem a se meter na vida institucional das forças armadas, pensando que ainda possuem alguma influência ou poder. Não passam de associados como qualquer outra agremiação (privada). Falam como se representassem os militares como um todo. Mas não, falam pelos oficiais. E só. Se fosse um “clube de praças” falando rapidamente taxariam de sindicato e berrariam aos 4 ventos para se apurar tal absurdo. É preciso que algum segmento dos poderes da República digam a esses senhores seniores que o tempo deles passou, que não comandam nada e que seria melhor se preocupar com o prato de mingau do café da manhã de amanhã…

  3. “o nosso juramento de Defender a Pátria, se necessário, com o sacrifício de nossas próprias vidas.”

    Quem morre pela Pátria são os Policiais. E são muitos funcionário Público do EB morre é de tanto tomar viagra com leite condensado.

  4. Que vergonha!!! Ninguém aguenta Mais o rastro de merda, lama e “chororo” que o lixo incompetente do ex-Capitão “Ladrãozinho” Ganacioso deixou para a horrizada sociedade civil e a proletarizada, traida e esquecida classe dos “estamentos inferiores”. Bolsonaro age como um guri mimado criado com vo. Não sabe perder. Também não se preparou para o cargo que ocupou. Jogou na lata do lixo a imagem do Exercito e esses passa-pano sem moral ainda tem coragem de querer se justificar de que!? Vão Se catar!!!!

  5. Quando estavam do lado de dentro do Balcão so olharam seus interesses, agora do lado de fora do Balcão Querem que outros façam o que nao fizeram. Conselho. Va passear com o Cãozinho e Deixe de Lacraçao.

  6. Pior e ver graduados batendo continência um ex pres. que só ferro a tropa, vamos acorda meus amigos, ele sempre fez as merda e depois pula do barco, e deixa os amigos pagarem a conta, acorda Brasil

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