Exército ia cercar a Rocinha quando armas apareceram

Militares do Exército e Aeronáutica iniciam cerco à Rocinha

Oito metralhadoras foram encontradas em um carro abandonado na entrada da favela da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, então, o plano foi abortado.

Bruno Tavares, Natuza Nery, Octavio Guedes, Kleber Thomaz

Ao descobrir que parte do arsenal desviado de um quartel de Barueri, em São Paulo, estava na favela da Rocinha, a inteligência do Exército montou um plano para cercar a Rocinha e recuperar as armas. Os militares fariam o cerco e a polícia do Rio, incursões para procurar o armamento. A informação é do repórter Bruno Tavares.

Quando o Exército estava na iminência de pôr o plano em ação, oito metralhadoras foram encontradas num carro abandonado na entrada da favela da Gardênia Azul, na Zona Oeste. A operação de cerco a Rocinha, obviamente, foi abortada. Ninguém foi preso até hoje.

Fontes de inteligência de duas instituições diferentes confirmaram que, à época, houve informes de que o chefe da facção criminosa do Rio, o bandido Abelha, estaria na Rocinha. Para evitar prejuízo, resolveu se desfazer do material. Para uma dessas fontes, não é possível cravar que o bandido estivesse na Rocinha, “pelo simples motivo de que eles se deslocam frequentemente por seus redutos. É muito dinâmico. Mas o fato é que as armas apareceram”.

A Polícia do Rio confirma que as metralhadoras saíram da Rocinha, mas nega qualquer tipo de facilitação ou acordo com o tráfico. Segundo a Polícia Civil do Rio, foi trabalho de inteligência. A seu favor, tem o fato de que ela, como o g1 antecipou, foi quem avisou à inteligência do Exército que havia um vídeo de quatro dessas armas sendo oferecidas a traficantes do Comando Vermelho (CV). O vídeo foi interceptado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que comunicou à inteligência do Exército. Ou seja, a polícia Civil do Rio estava no encalço das armas.

Segundo a Polícia Civil, havia militares participando junto com policiais civis do monitoramento do carro com as armas.

Eis a versão da polícia carioca: policiais descobriram que parte desse arsenal havia, de fato, sido comprada, depois de ter sido oferecido em quatro favelas dominadas pela facção: Nova Holanda, no Complexo da Maré; Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha; Rocinha e Cidade de Deus.

Elas seriam usadas na disputa entre facções que há quase um ano aterroriza a região de Jacarepaguá.

Na manhã de quarta-feira, novas informações da inteligência da polícia indicaram que haveria uma movimentação de armas, da Favela da Rocinha, em São Conrado, para a Gardênia Azul.

O veículo foi monitorado, mas os agentes da DRE optaram por não tentar abordar o carro no trajeto, já que poderia haver um tiroteio durante o horário de maior congestionamento na cidade.

Quando receberam a informação de que o carro havia chegado à comunidade em Jacarepaguá, cerca de 20 policiais da DRE e da Polinter, entraram na comunidade e encontraram o veículo parado sem ninguém no entorno. Não houve troca de tiros e ninguém foi preso.

Havia militares participando junto com policiais civis do monitoramento do carro com as armas

O Exército informou que puniu 17 militares pelo sumiço das 21 armas. “O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informa que no dia 25 de outubro foram concluídos procedimentos disciplinares sobre as condutas de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), resultando, na punição de 17 militares (oficiais e praças). As sanções aplicadas foram de 1 (um) a 20 (vinte) dias de prisão, à luz do Regulamento Disciplinar do Exército. Informações de dados pessoais dos militares são de caráter reservado.”, disse, em nota.

g1

3 respostas

  1. Fazem um cerco e deixam a PMERJ subir o morro.
    É perigoso, vai que tem tiroteio, melhor deixar para os profissionais, o eb faz serviço de vigilância e a PM usa arma municiada para subir o morro, senão pega mal para a imagem institucional se alguém morrer né?!?!?!

    É só fake news meu povoooooo
    Os quids preto é só história na churrascada

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