Advogados, ex-ministros e parlamentares discutiram limites constitucionais das Forças Armadas
Tatiana Azevedo
O Partido dos Trabalhadores organizou um seminário sobre os limites constitucionais para atuação política das Forças Armadas na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (16). O autor do pedido para o evento foi o deputado Rui Falcão (PT-SP).
O seminário foi usado por uma ala do PT que quer retirar da Constituição um artigo que prevê o emprego dos militares nas operações de Garantia da Lei e da Ordem — o que é considerado pela cúpula das Forças Armadas um ataque direto ao Exército, Marinha e Aeronáutica.
Essas operações ocorrem quando Estados ficam incapazes de resolver problemas de segurança ou catástrofes naturais e pedem para a União que as Forças Armadas sejam acionadas.
Mas o artigo 142 da Constituição foi interpretado equivocadamente por uma parcela da população que acreditava que era uma ferramenta legal para que os militares agissem de forma autônoma para conter os excessos do Judiciário.
A cúpula das Forças Armadas nunca defendeu a atuação dos militares como essa espécie de “Poder Moderador”, por isso interpreta como um exagero e possivelmente um ataque deliberado a tentativa de uma ala mais radicalizada do Partido dos Trabalhadores de alterar o texto constitucional.
A relação entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os militares tem sido muito tensa desde que o petista assumiu o governo e decidiu destituir o comandante do Exército Júlio César de Arruda. A ação pegou muito mal nos escalões mais altos dos militares.
Eles esperavam que o presidente reconhecesse o esforço do oficialato para manter a ordem constitucional em meio a pedidos da população de de militares de patentes mais baixas por intervenção militar. Mas, pelo contrário, alas mais radicalizadas do PT têm aproveitado a situação para tentar diminuir a importância dos militares e de seus valores conservadores na sociedade, o que tem elevado ainda mais a tensão.
Ex-ministro diz que militares não podem agir de forma autônoma
O organizador do evento, o veterano do PT, Rui Falcão disse que a discussão seria fundamental para “identificar os limites e possibilidades de atuação das Forças Armadas dentro de nosso arquétipo constitucional”.
Segundo ele, “convém identificar quais os aperfeiçoamentos são exigidos deste Congresso Nacional, em geral, e desta Câmara dos Deputados, em particular, para eliminar dúvidas sobre o papel constitucionalmente adequado das Forças Armadas”.
Já o ex-ministro das pastas Defesa e da Segurança, Raul Jungmann, que atuou presidência de Michel Temer (MDB), afirmou que as Forças Armadas devem assegurar a defesa da nação e o funcionamento dos poderes constitucionais, mas não tem atuação autônoma e estão subordinadas ao presidente da República, que é o comandante supremo das Forças.
“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”, diz o artigo da Carta Magna.
Raul Jungmann explicou que o próprio Supremo Tribunal Federal confirmou esse entendimento, e disse que essa dupla função estabelecida pela lei para alguns representa uma dualidade, mas a atuação deve ser pautada na defesa e garantia da Lei e da Ordem, dentro dos limites constitucionais. Ou seja, ele confirmou a validade da legislação em vigor e não embarcou no discurso petista de alteração do texto constitucional.
“Se as Forças Armadas que têm o presidente como comandante supremo tivessem a possibilidade de atuação autônoma, nós estaríamos diante de um superpoder, e aí estariam rompidos os pilares da harmonia entre os poderes”.
Respostas de 6
Excelente.
Já está claro para todos a fraqueza dos gestores de meio-fio. Agora é a hora de passar o rolo compressor. Afinal, o que eles vão fazer? R: Nada. Não possuem coragem para fazer coisa alguma.
O PT não é idiota, sabe que as FFAA estão junto com o STF a mando do grande capital ou globalismo, portanto, sabe que se o STF der uma ordem invocando o art. 142 para destituir o chefe do executivo a fim de garantir os poderes constitucionais, as FFAA vão cumprir. É contra isso que o PT quer se precaver.
Queria o quê? Que falasse bem da instituição que sonhou Com mais um golpe de estado?
Atacar o que!? Quem n deve n teme! Sempre me ensinaram isso na vida e na caserna. Querer o que? Gente como Ávillas Boas e Etchegoiyen enfiaram o Exército e as FFAAs na lama ao passarem pano pras merdas e pros chiliques do ex-capitao “ladraozinho” ganacioso….
Atacar?
Se falassem para mim, ah, tem um relógio Chopard, eu ia perguntar: ‘o que que é isso?'”, afirmou na ocasião. “Se me falar ‘tem relógio Chopard’. Pra mim é um Casio.”
Esse sim é um ataque, a inteligência , a paciência e benevolência das pessoas.
Bora Jesus …vamos começar a queimar aqueles que usaram o teu Santo nome em vão…homens e mulheres; civis e militares; políticos ou trabalhadores.
Não vi “ataque” nenhum, acho até uma boa, ficar longe de uma eventual convocação para uma GLO.