Armários e fardas da Marinha são apreendidos em ferro-velho de sargento que matou perito


Operação no ferro-velho teve apreensão de itens do 1º Distrito Naval: pelo menos dois armários e três fardas completas, retiradas do quartel, na Praça Mauá — Foto: Divulgação

Material será encaminhado ao 1º Distrito Naval para apuração de eventual crime militar praticado por Bruno Santos de Lima, preso por homicídio e ocultação de cadáver

Durante fechamento de ferro-velho onde o perito Renato Couto foi baleado e agredido, equipes encontraram uma roupa camuflada — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Paolla Serra e Rafael Nascimento de Souza — Rio de Janeiro
Uma operação da Polícia Civil, da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e da Comlurb, na manhã desta terça-feira, dia 17, no ferro-velho do primeiro-sargento Bruno Santos de Lima e de seu pai, o gari e empresário Lourival Ferreira de Lima, terminou com a apreensão de diversos itens do 1º Distrito Naval, onde o militar é lotado. Pelo menos dois armários e três fardas completas, retiradas do quartel, na Praça Mauá, e levados para o estabelecimento sem autorização de superiores hierárquicos, deverão ser devolvidos por agentes da 18ª DP (Praça da Bandeira) à Marinha do Brasil, para serem investigados eventuais crimes militares, como peculato – desvio de bem público em proveito próprio ou alheio.
Bruno, Lourival e os também militares Daris Fidelis Motta e Bruno Santos de Lima estão presos, desde o último domingo, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver do perito papiloscopista Renato Couto. O policial civil teria ido até o ferro-velho e encontrado materiais de uma obra residencial que teriam sido furtados por usuários de crack na região. Após uma discussão, o proprietário do local teria prometido que devolveria o valor do restante dos produtos receptados e ligou para o filho, que atua como supervisor do Setor de Transportes do 1º Distrito Naval.

Caminhão apreendido em ferro-velho foi pintado com as cores dos veículos da Marinha — Foto: Divulgação

De acordo com as investigações, ao chegar com uma Fiat Ducato da Marinha, Bruno deu uma mata-leão e um tiro na perna de Renato e o jogou na viatura descaracterizada. Com o policial civil ferido, os militares seguiram para a Baixada Fluminense, pelo Arco Metropolitano, e, na altura de Japeri, jogaram a vítima ainda viva no Rio Guandu. Na volta, eles ainda pararam em um lava jato para limpar o carro com cloro.
Uma perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), no entanto, identificou resíduos de sangue na viatura e ainda na mureta próxima ao Rio Guandu. Levados para a delegacia, Bruno, Lourival, Manoel e Daris Fidelis Motta foram reconhecidos por testemunhas e confessaram o crime. O corpo do policial civil foi localizado ontem, às margens do Guandu.
Também na segunda-feira(16), o delegado Adriano França, titular da 18ª DP e responsável pelo inquérito, determinou a interdição do ferro-velho. No local, um caminhão, modelo 1987, usado para transporte de materiais, e pintado no mesmo padrão de veículos oficiais da Marinha também foram apreendidos.
Segundo o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, em janeiro, o espaço, que ocupa ilegalmente um terreno que pertence à Supervia, concessionária que administra os trens do estado, já havia sido fechado. Na ocasião, materiais furtados da Comlurb foram localizados e Bruno e Lourival, encaminhados à delegacia.
— As fiscalizações feitas pela Seop nos ferros-velhos, além de coibir os furtos de fios de concessionárias de serviços e a venda de cobre sem procedência, também ajuda na identificação de outras situações ilícitas. Com isso, colaboramos para investigação e elucidação de crimes, como neste caso em que as informações sobre o responsável pelo ferro-velho clandestino já foram encaminhadas para a delegacia e permitiu a rápida identificação dos autores – destacou Brenno Carnevale. Leia mais.
O Globo/montedo.com

9 respostas

  1. Todos falam dos crimes dos militares, mas ninguém fala do crime do perito? tapa na cara de um senhor de idade, ameaça com uso de arma de fogo, disparo de arma de fogo..

  2. Esse episódio deveria ter sido resolvido de uma maneira mais sensata. Agora os três militares serão Excluídos do Serviço Ativo e entregues à justiça – perderam tudo, inclusive a carreira.

  3. Alô anônimo que fez comentário no dia 20 de maio a partir de 08:55: Um senhor de idade que repetidamente cometia crimes de receptação de materiais roubados e que admitiu que havia “comprado” diversos materiais que pertenciam ao perito. Quer mais o quê? Qualquer um se indignaria com isso…..

    1. Os militares agiram de uma forma cruel, como se fossem milicianos. Levaram o policial para o tribunal do crime e o executaram de uma forma bruta e o descartaram ainda vivo, em um rio da região como se fosse um lixo qualquer. Os três serão punidos severamente pela Justiça Militar e Civil. Perderão suas patentes, serão presos por suas atitudes impensadas, perderão também a coisa principal, a família e a dignidade pelo longo período que passarão encarcerados.

  4. 1 – não houve uma discussão e sim um espancamento ao dono do ferro velho.
    2 – não houve bom censo do perito, já que tinha material roubado no ferro velho porque ele não chamou a polícia para fazer a apreensão.
    3 – Se o ferro velho era irregular porque só agora houve fiscalização.
    3 – O dono do ferro velho e pai do Sgt ele tinha que toma uma atitude, mas não em excesso.
    4 – Brasil o pais da desordem.

  5. Quando a pessoa confunde palavras homônimas/homofónas ou homônimas/parônimas, como trocar SENSO por SENSO nem me digno ler o comentário até o final sob tema de fazer uma viagem sem volta a incoerência.

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