Contra Exército, tráfico do Alemão usa campainha, rádio terra-ar e código morse

Criminosos recorrem ao improviso e à criatividade nas comunicações para fugir do cerco da Força de Pacificação

Raphael Gomide
Foto: AE
Traficante FB (E), ex-chefe do tráfico de 
drogas do Complexo do Alemão, preso em janeiro
Para escapar do cerco do Exército, os traficantes do Complexo do Alemão mesclam improviso e sofisticação na sua comunicação. Adotam meios que variam de fogos de artifício e campainhas a rádios aeronáuticos terra-ar – usados para contato com aeronaves – a fim de manter suas atividades e evitar a repressão da Força de Pacificação.
Em entrevista ao iG, o general Tomás Miné Ribeiro Paiva reconheceu que ainda há tráfico no local e que os ataques pontuais à tropa são frequentes.
Os traficantes do Alemão apelam para a criatividade para se comunicar. Na sexta-feira, a tropa apreendeu um dispositivo de campainha, feito por um fio de cerca de 300 metros usado por olheiros para alertar criminosos da presença da repressão. Estava escondido no beco 6, junto a um poste, na Vila Cruzeiro.
Foto: Marcelo Piu/ Agência O Globo
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do Exército no Alemão, após tiroteio
Outra técnica engenhosa do Alemão, diferente de outras áreas do Rio, é um arremedo de código Morse: mensagens são enviadas à distância, à noite, pelo piscar de luzes.
O Exército, que ocupa a área desde novembro de 2010, já mapeou essas comunicações e por vezes monitora conversas de traficantes pela frequência dos rádios.
Só em fevereiro, com o aumento das patrulhas, os militares apreenderam um rádio terra-ar, 16 rádios-transmissores usados por traficantes – além de 7.000 papelotes de cocaína, cinco armas curtas (pistolas e revólveres), quatro simulacros de fuzis (feitos de madeira), um carregador de fuzil com 18 cartuchos e um saco com cerca de 40 munições da arma longa.
iG/montedo.com

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