General do Exército assume controle da segurança no Ceará
Cúpula das forças militares e policiais, liderada por general, se reúne na 10ª RM para definir segurança nas ruas
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Na rua Amálio Braga, no bairro Antônio Bezerra, grevistas decidiram continuar paralisação, apesar da decisão de ilegalidade anunciada pela Justiça estadual (FOTO: FÁBIO LIMA)
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As principais ordens da Segurança Pública no Ceará, neste cenário de greve dos policiais militares e bombeiros, estão sendo dadas por um general do Exército. Apesar do momento, o termo intervenção não tem sido admitido abertamente pelo Governo Estadual. “Quem está no comando da Operação Força Ceará é o comandante da 10ª Região Militar”, afirmou o tenente-coronel Charles Moura, do setor de Comunicação Social da unidade, em entrevista coletiva ontem à tarde.
Pernambucano de Recife, Geraldo Gomes de Mattos Filho é considerado linha dura, de perfil bastante firme e severo, mas flexível para também ouvir opiniões. Avaliação de quem já esteve com ele em outros quartéis e quem o conhece há menos de um ano no Ceará, quando assumiu a 10ª RM. Sua promoção a general-de-divisão saiu em março de2011. No ano passado, ele também chefiou uma intervenção militar no Maranhão, durante greve de policiais no Estado, encerrada só com a dissolvição do movimento grevista.
Desde o início da Operação Força Ceará, na última sexta-feira, um dia após o anúncio da paralisação, a palavra final tem sido a do general Mattos. “Nós recebemos a autorização da presidente da República para assumir a coordenação das forças necessárias para que se mantenha a segurança pública no Ceará”, confirmou o tenente-coronel. “O pedido do governador foi para que as nossas tropas atuem na garantia da lei e da ordem”. Na coletiva, em várias das respostas foi ressaltado o caráter de “integração” e “trabalho em conjunto” da Operação.
Ontem à tarde, representantes das esferas estadual, municipal e federal que estão compondo a Força Ceará se reuniram a portas fechadas no quartel da 10ª Região. Foi o primeiro encontro após a demanda mais emergente do início da greve, que era garantir a “segurança e tranquilidade” na festa do Réveillon. “O objetivo agora é melhorar a eficiência no patrulhamento ostensivo”, disse o porta-voz do Exército.
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190
Estiveram na reunião comandantes da PM, o comando do Corpo de Bombeiros, a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), Guarda Municipal de Fortaleza e chefias das forças federais convocadas pela presidente Dilma para o aparato no Ceará (Força Nacional de Segurança Pública, Exército, Marinha e Aeronáutica, mais PF e Polícia Rodoviária Federal).
Nada vazou do encontro. E até as 21h30min, a assessoria do Exército não havia lançado nota oficial sobre o encontro, como prometido. Até o término da reunião, ainda não havia sido divulgada a notícia sobre a decretação da ilegalidade da greve, assinada pela desembargadora Sérgia Miranda.
O principal pedido do Exército é para que a população siga dando informações e solicitando apoio através do fone 190. “Isso é fundamental. O emprego da força, se necessário for, primeiro será discutido com os poderes constituídos, sempre buscando o diálogo”, confirmou o tenente-coronel.
ENTENDA A NOTÍCIA
A intervenção na Segurança Pública do Ceará foi conduzida pelo general pernambucano Geraldo Gomes de Mattos Filho, comandante da 10ª Região Militar. Em 2011, ele chefiou ação semelhante na greve de policiais maranhenses.
O POVO/montedo.com
2 respostas
O cid Propondo Rolo gomes odeia nós militares, agora ele tem que engolir!!!!!
No final, o que acontecerá DE NOVO? O governador aumentará em 5 ou 6 % os PM/BM, a greve acaba, os militares do Exército voltam p/ casa desgastados e SEM NENHUM AUMENTO!
Talvez esteja na hora das FFAA fazerem greve p/ as PM cuidarem de suas funções até terem aumento tb.
P.S: (1)Pela CF é PROIBIDA a greve de militares, logo o que os PM/BM fazem é CRIME MILITAR de MOTIM ou REVOLTA (se a resistência for armada), entre outros crimes incidentes.
(2) Na greve de Pernambuco, algum tempo atrás, um Soldado foi baleado e morto, espero que desta vez ninguém seja vítima.
(3) O FAL não é armamento apropriado para a vigilância policial ostensiva; a arma deve ser curta, só se usa fuzil em casos extremos. Um fuzil na mão de um recruta pode causar sérios danos, lembro que no Alemão (RJ) já tivemos mortes entre integrantes da própria tropa (graças aos céus não foi com civis)por causa de disparos acidentais de militares com pouca experiência.
(4) Não é a hora de se acabar com as escolas de Sargentos do Exército e se criar as de Soldados profissionais, como faz a Marinha? Não podemos ter um Exército baseado em 70% de efetivo variável, pouco experiente, pois permanece um exército fraco. Continuo com a idéia de se ter um efetivo reduzido, mas EXTREMAMENTE PROFISSIONAL do que um efetivo grande baseado em recrutas, como é no exército inglês, que deu um pau no argentino em 1982 nas Malvinas, sendo que o exército argentino era composto de recrutas como o EB hoje (lógico que essa idéia sofre barragem de artilharia em Brasília, pois em tese se diminuiria o número ABSURDO de generais que temos no EB hoje).