Restrições orçamentárias dificultam o reequipamento da FAB
Alexandre Galante
Nos anos 1970 e 1980, a Força Aérea Brasileira (FAB) alcançou um de seus maiores patamares em termos de poder aéreo, operando uma frota numerosa e diversificada de aeronaves de caça e ataque. Esse período foi marcado pela introdução de modelos emblemáticos como o Mirage IIIE/D (F-103), o F-5E/F Tiger II e o AT-26 Xavante, que garantiram à FAB uma capacidade robusta de defesa aérea e ataque ao solo.
A Era de Ouro da Aviação de Caça

Em 1970, o governo brasileiro adquiriu 16 caças Mirage III (12 do modelo E e 4 do modelo D biposto) da fabricante francesa Dassault, ao custo total de US$ 69 milhões. Essas aeronaves foram designadas F-103 na FAB e operadas pelo 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), sediado na Base Aérea de Anápolis, formando a espinha dorsal da defesa aérea nacional.
Os F-103 Mirage foram comprados em um lote inicial, novo de fábrica, de 16 aeronaves. Posteriormente, foram adquiridos mais 16, em lotes distintos, todos usados, dos estoques da Força Aérea Francesa, totalizando 32 aeronaves recebidas (22 E e 10 D).
Paralelamente, a FAB incorporou o Northrop F-5E Tiger II a partir de 1975, com a aquisição inicial de 36 unidades novas e 6 bipostos F-5B. Posteriormente, mais 22 F-5E e 4 F-5F foram comprados de segunda mão da USAF em 1988.
Além desses, foram adquiridos em 2009, mais 11 F-5 ex-Jordânia (8 E e 3 F), com os 3 F passando por processo de modernização. Os E, mesmo não tendo voado na FAB, servindo de fonte de peças, receberam matrículas. Assim, o total de F-5 adquiridos e recebidos pela FAB foi de 79 aeronaves.
O AT-26 Xavante, versão brasileira do Aermacchi MB-326, foi o primeiro jato de combate fabricado no Brasil. Produzido pela Embraer entre 1971 e 1981, o Xavante teve 166 unidades destinadas à FAB, sendo amplamente utilizado em missões de treinamento avançado e ataque leve.




O Cenário Atual: menor número, tecnologia mais avançada e desafios orçamentários


Atualmente, a FAB opera uma frota reduzida em comparação com as décadas anteriores, mas com aeronaves tecnologicamente mais avançadas. O principal vetor de caça é o F-39E/F Gripen, desenvolvido pela Saab em parceria com a Embraer. Até o momento, nove unidades foram entregues, com previsão de recebimento de um total de 36 aeronaves.

O F-5EM/FM, versão modernizada do F-5E/F, continua em operação, mas com previsão de desativação completa até 2029.
O AMX A-1M, desenvolvido nos anos 80 em parceria entre Brasil e Itália, é utilizado em missões de ataque ao solo e reconhecimento. Atualmente, das 55 aeronaves originais, apenas 6 unidades estão em serviço, com previsão de retirada em 2025.
Apesar dos avanços tecnológicos, a FAB enfrenta desafios significativos relacionados ao orçamento. O Projeto FX-2, responsável pela aquisição dos caças Gripen, teve um orçamento previsto de R$ 1,4 bilhão em 2025, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025 . No entanto, a execução orçamentária tem sido impactada por cortes e contingenciamentos, dificultando o pleno reequipamento da força aérea.
Além disso, a modernização de outras aeronaves, como o A-29 Super Tucano, enfrenta limitações financeiras. A FAB planeja modernizar 68 unidades do A-29, mas os recursos disponíveis podem não ser suficientes para concluir o projeto no prazo estipulado.
Esses desafios orçamentários refletem a necessidade do aumento e previsibilidade de investimentos para garantir que a FAB mantenha sua capacidade operacional e esteja preparada para enfrentar as demandas de defesa do espaço aéreo nacional.
PODER AÉREO – Edição: Montedo.com
Respostas de 5
Avião, para que? se não tem como pagar salário decente para pilotos e mecânicos.
Parabéns Edson! Eu ratifico a sua resposta:
Avião para que? Não pagam salário decente para pilotos e mecânicos. Os salários estão uma merreca!
Se os soldos fossem reajustados anualmente pelo Índice da Inflação, Não Ficaríamos de pires na mão mendigando reajuste, conforme o que foi dado.
Para piorar, foi concedido uma miséria de 4,5% nos soldos que estavam a 6 anos sem reajuste.
*HISTORICO DAS PERDAS DOS MILITARES DAS FFAA (INPC)*
A inflação entre reajuste de 01/03/2012 e o reajuste de 01/09/2016 foi de 39,44%. Abatendo o reajuste médio de 25% (2016) em 04 (quatro) suaves parcelinhas que terminaram em 2019, perdemos *14,44%.*
*Perdas causadas de 01/09/2016 à 28/02/2025 são 50,345%*
*===> Soma das perdas: 14,44% + 50,34% = 64,78%*
*Fonte*:
https://www.debit.com.br/tabelas/indicadores-economicos.php
É DIFÍCIL SER AGUERRIDO, SABENDO-SE QUE A FAMÍLIA PASSA PRIVAÇÕES, AINDA MAIS QUANDO CIENTE QUE HÁ CASTAS PRIVILEGIADAS!
Tem que comprar aviões novos para levar o 9 dedos e os 11 reis de Brasília
Avião para que?? Para coibir os voos de jatos clandestinos de políticos corruptos e narcotráficantes??? Não é atoa que não aparelham as polícias militares e as forças armadas em ações de controle frenteiras.
A FAB está pagando pelos próprios problemas que criou. As próprias fotos não deixam mentir.
Avião custa hora de voo. Daí faz voo de formatura para brigadeiro ver. Faz encontro da aviação de caça para brigadeiro ver. Faz voo da saudade para brigadeiro da reserva se sentir vivo. Etc etc etc.
Custa caro para o brigadeiro se sentir feliz. Agora com restrição orçamentária tomaram vergonha na cara e cada cota de querosene custa muito. Menos para levar políticos.