Os planos de Mauro Cid após ser colocado no banco dos réus
Rafael Moraes Moura
Brasília – Pivô das investigações da trama golpista para impedir a posse de Lula, o tenente-coronel Mauro Cid completa no final de maio dois anos cumprindo pena privativa de liberdade, conforme prevê o acordo de colaboração premiada fechado com a Polícia Federal. E já tem um plano para o que fará depois.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro vai pedir ao ministro Alexandre de Moraes que o libere de usar tornozeleira, ter que ficar em casa à noite, se apresentar semanalmente à Justiça e pedir autorização para sair de Brasília – as medidas cautelares que ele atualmente cumpre em decorrência do acordo.
Depois disso, vai tentar voltar ao Exército, seguindo como militar da ativa e até conseguir ser promovido a coronel.
A delação premiada de Cid é peça central da denúncia que levou o ex-presidente da República, o general Walter Braga Netto, o próprio Cid e outras cinco pessoas ao banco dos réus por golpe de Estado, no mês passado.
Em março do ano passado, O GLOBO informou que o comandante do Exército, Tomás Paiva, decidiu vetar a promoção do tenente-coronel à patente de coronel. Ele integra a turma da Academia Militar das Agulhas Negras de 2000, que na época era a próxima a entrar no rol de promoções a coronel.
A pena de dois anos foi uma condição negociada por Cid com a ajuda de integrantes da cúpula do Exército porque, segundo o estatuto do militar, oficiais condenados por penas superior a dois anos podem ser declarados indignos, perder todas as patentes e o soldo e serem expulso das Forças Armadas.
Como previsto no estatuto e na lei de promoção dos oficiais, assim que foi colocado no banco dos réus, no mês passado, Cid passou a ter o status “sub judice” em sua ficha funcional – e ficou impedido de ser promovido, transferido, obter licenças ou até de fazer cursos.
Na semana passada, mesmo ainda cumprindo as medidas cautelares determinadas por Moraes, Cid teve autorização do ministro para ir à cerimônia de premiação da filha adolescente que é atleta de hipismo, no Jockey Club de São Paulo.
A expectativa no Supremo é a de que a Primeira Turma do STF julgue até outubro se absolve ou condena os réus do “núcleo crucial” da trama golpista, formado por Bolsonaro, Braga Netto e o ex-ministro Anderson Torres, entre outros.
Cid quer virar a página da trama golpista, mas terá que aguardar além da conclusão do julgamento do STF, um parecer do Exército sobre se pode voltar à Força. A expectativa no entorno do ex-ajudante de ordens é de que ele consiga voltar e seja promovido. “Ele não vai mais ter impedimento nenhum”, diz um interlocutor.
Cláusulas
As cláusulas do acordo de Cid foram tornadas públicas em fevereiro deste ano, por decisão de Moraes, que tirou o sigilo da delação.
O acordo prevê a restituição de bens e valores pertencentes ao colaborador apreendidos; extensão dos benefícios para pai, esposa e filha maior do colaborador, “no que for compatível”; e ação da Polícia Federal “visando garantir a segurança do colaborador e seus familiares, bem como medidas visando garantir o sigilo dos atos de colaboração”.
Em contrapartida, Cid se comprometeu a “esclarecer espontaneamente todos os crimes que praticou, participou ou tenha conhecimento”, “falar a verdade incondicionalmente” e entregar todos os documentos, papéis, escritos, fotografias, vídeos, banco de dados, arquivos eletrônicos, senhas de acesso, “de que disponha, quer estejam em seu poder, quer sob a guarda de terceiros”, e que podem ajudar no esclarecimento dos fatos investigados.
Malu Gaspar (O GLOBO) – Edição: Montedo.com
Respostas de 11
O erro dele, assim como o de todos os subordinados, foi tentar agradar aos superiores sem considerar as consequências futuras — especialmente diante das pressões políticas a que foi submetido. Como colaborou com a Justiça, não vejo motivo para que não retorne às Forças Armadas.
colocou tudo na conta do “mito” e agora acha que o xandao vai deixar ele livre pra voar. se o “mito” dançar cidão vai junto!
Esse militar está com vantagens de qualquer forma, se voltar será promovido, se esperar e se candidatar a deputado federal, será eleito. E vida que segue…devido a visibilidade, e a loucura da falta de informações e interpretação de texto ( esquerda X direita) fez com que o Oficial conquistasse o próprio espaço..
Será promovido, entrará na justiça pata retroagir a promoção e com salários atrasados, ora para a reserva e ponto final. Todos ficarão bem. Isso se não virar analista político (argh), assessor de estatatal (ptlandia), escritor de um livro só…ou crítico de cinema (vide cabral)..BRASIL MOSTRA A T7A CARA
Ou parlamentar.
vai sonhando CId, porque sonhar não custa nada !!!!!!!!!!!!!
Ganhará até os atrasados. Bra-sil sil sil
A missão faz parte do bojo e é política( onde tudo pode acontecer e continua Acontecendo). Estranho foi o abandono pelas FFAA.
A vida segue, se esse fosse Praças, já estaria na rua, as Fôrças Armadas do Brasil.pertence aos oficiais, alguem ai dúvida? Praças são mão de obra Barata. sempre foi assim, e nunca vai mudar. tira suas dúvidas pelo pelos Vencimentos dos praças. seja da Ativa, Reserva ou Reformado,tenho pena desses praças, que estão lotados nas guarniçoés de Fronteiras Brasil
afora, Generais só pensam neles e nas diarias,que recebem ao viajar a serviço. e assim vamos levando , essa Vergonha total, triste não.
E não duvido que consiga.
Sendo integrante dos “estamentos superiores” e filho de “4 estrelas” se pode tudo.
Vai ser promovido e em ressarcimento de preterição com toda a “bolada” retroativa.
Agora, se fosse pracinha, só retornaria ao EB e sendo promovido em outra encarnação.
Simples assim.
Esse aí era um Praça disfarçado de Oficial… cumpria todas as ordens do Jair… vomitou tudo que sabia da trama golpista liderada pelo Messias…. merece ser solto. O seu Jair queria ser o Maduro brasileiro…. se deu mal. Logo, logo vai ser preso.