Carioca de origem humilde, Marco Antônio de Souza participou de missões no Haiti e se tornou uma lenda viva do Exército brasileiro; conheça Assombroso
Fabio Previdelli
Na guerra, muitos se vangloriam pelas mortes que são responsáveis, mas o sargento da reserva Marco Antônio de Souza se orgulha por outros motivos: as ameaças que ajudou a neutralizar e, consequentemente, as vidas que conseguiu salvar com suas ações.
‘Assombroso’, codinome que recebeu em seus tempos de Exército, é considerado o maior atirador de elite do Brasil. Ele também foi responsável por revolucionar as Forças Armadas brasileiras. Agora, tem sua história contada no livro ‘Eu, Minha Arma e o Alvo’, lançamento da Rocco, escrito pelos jornalistas Nathalia Alvitos e André Moragas.
O início da vida
Carioca da gema, Marco Antônio de Souza nasceu em casa, no bairro de Copacabana, pelas mãos da própria avó, em 21 de dezembro de 1964. Logo depois ele e sua família se mudaram para Nova Iguaçu.
Foi um período bem difícil”, conta Marco Antônio em entrevista à equipe do site Aventuras na História. “Minha família era muito grande. Tivemos muitas dificuldades. Só meu pai trabalhava e minha mãe cuidava da casa. Nove filhos. Década de 1960”.
“Meu pai era um marceneiro e depois ele fez um concurso para o município, foi trabalhar em escolas públicas fazendo faxina. Foi muita dificuldade”, relembra o sargento da reserva. “Eu fui cortar o cabelo só no quartel, minha mãe cortava meu cabelo. A primeira roupa que vesti fabricada foi quando eu fui para o quartel. Minha mãe que fazia minhas roupas”.
Marco conta que seu primeiro contato com armas ocorreu por conta de seu pai. “Foi por influência do meu pai. Meu pai serviu ao Exército, mas ele não foi de carreira”.
Sua entrada nas Forças Armadas se deu por dois motivos, aponta: “Por ele ter servido ao Exército, mas também pela história que ele me contou da passagem dele pelo Exército. Isso me impulsionou a querer ser paraquedista”.
Após seu pai ter sofrido uma injustiça, conforme ele aponta (algo que é explorado com mais detalhes no livro sobre sua vida), Marco Antônio diz que se sentiu no dever de “salvar o nome” do seu pai.
“À época éramos seis homens na casa. O ‘zero um’, meu irmão, era Testemunha de Jeová e já tinha sido dispensado pelo Serviço Militar obrigatório por questão religiosa. O próximo, o ‘zero dois’, ele tinha uma deficiência física e intelectual, paralisia cerebral… Então eu olhei pra um lado, e pro outro, e falei: ‘sobrou pra mim’. Eu tomei aquela missão, como a missão da minha vida, naquele momento, de honrar o nome do meu pai e buscar as Asas de Prata do paraquedismo militar do Exército brasileiro. Foi assim que começou”.
Além da história familiar, o sargento da reserva conta que, quando morava em Nova Iguaçu, a casa da sua família ficava perto da antiga Rodovia Rio-São Paulo. Assim, frequentemente via os soldados marchando pela região.
“Os soldados da Marinha e do Exército passavam muito por aquela região, em marchas de combate. E aquilo era o momento de festa da criançada, de ficar às beiras das ruas vendo aqueles soldados passando… Eu achava aquilo fantástico”.
Marco Antônio se apresentou à junta de alistamento militar, na Baixada Fluminense, em junho de 1982, quando tinha 18 anos. Meses depois, em fevereiro do ano seguinte, já fazia parte da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro.
Sua perícia com armas logo chamou a atenção de seus superiores. Após ser aprovado nas Forças Armadas, e ao saber da criação do 1º Batalhão de Forças Especiais, se inscreveu para recrutamento. Dos 80 soldados apresentados, apenas nove foram aceitos. Marco era um deles.
De Marco para Assombroso
Apesar do treinamento pesado para as Forças Especiais, pelo qual foi submetido, Marco se destacou e se tornou membro da tropa de Comandos — quando se especializou como sniper.

Eu passei 30 anos das Forças Especiais. Eu entrei no final de 1983 e sai de lá no meio do ano de 2013″, conta.
Durante esse período, ele participou de diversas missões e operações, como a ocorrida em Porto Príncipe, capital do Haiti. Em 2004, após uma guerra civil estourar no país, a ONU criou uma força especial para controlar a situação política por lá e pediu ao Brasil para liderar as ações.
Marco chegou no Haiti em meados de 2006, já veterano das forças brasileiras, aos 42 anos. Sua perícia e desempenho o tornaram uma verdadeira lenda viva, afinal, conseguiu abater os inimigos necessários com uma taxa de aprovação de 100% de precisão.
Foi justamente neste período que Marco Antônio recebeu o codinome de ‘Assombroso’, mas o motivo não é me virtude de seu desempenho ‘assustador’ como atirador de elite, mas sim por um motivo um tanto quanto inusitado.
“Os elementos operacionais de Forças Especiais, eles não trabalham com o nome real, em operações. Isso por uma questão de proteção do próprio operador da instituição que ele representa. Normalmente você carrega um codinome, um nome fictício, que você utiliza para o resto da vida”, explica.
Entretanto, como o codinome usado por Marco já havia caído em desuso, Ranger, precisava de um novo apelido. “É curioso, porque não é você que escolhe seu codinome, são seus companheiros”.
E começou o pessoal escolher ali: ‘fulano vai ser Laranja’, porque tem um cabeção; ‘Petit’, porque era pequeno em francês (no Haiti predomina a língua francesa). ‘Biscuit’, porque tinha o rosto parecido com uma bolacha. Só a zoação total. E eu rindo sem saber que minha cama estava sendo armada”.
“Daqui a pouco, um grupo de soldados me chama: ‘Ô sargento. Tu vai ser o Assombroso’. Ai me mostraram a foto daquele amigo do Gasparzinho, que é o Assombroso. O Gasparzinho é aquela figura angelical, bonitinha, e o Assombroso é a p*rra dum fantasma todo esfarrapado. E eu falei: ‘não vou ser isso aí não’. Mas eles já tinham um plano B. Ai o outro mostrou o celular: ‘se não for o Assombroso, vai ser esse aqui’ e me mostrou a foto do Fantasma do Trem do filme Ghost. Aquela figura trevosa. Como eu era fã do Gasparzinho desde criança, acabei deixando. Vocês vão ver o que é Assombroso”, brinca.
Por conta de suas operações no Haiti, incluindo missões humanitárias, como o terremoto de 2010, Marco Antônio teve um amplo reconhecimento de seus feitos. Ele ainda atuou em operações do garimpo ilegal na Amazônia e, agora, tem sua história contada no livro ‘Eu, minha arma e o alvo’, publicado pela Rocco.

Aventuras na HISTÓRIA – Edição: Montedo.com
Respostas de 15
Só historia De churrasco…muito apelido e Embuste
“Lenda viva”… tenho 30 anos e alguns meses de EB, jamais tinha ouvido falar dessa “lenda”. Mas a história de vida do cara parece legal. Realmente venceu na vida.
Você não conhece porque sempre foi um funcionário publico.. passou a vida toda pulando de seção e seção enquanto tem uma minoria silenciosa que passou a vida toda sendo militar de verdade.
Difícil alguém fazer o nome em batalha com traficantes do RJ, ali o fogo inimigo se torna de igual para igual e são os traficantes que são os ” snaper” e que estão com a posição de combate privilegiada, mas de qualquer forma, parabéns “ao lenda viva”, pelo menos alguns merecem destaque, afinal não é somente de pão e mortadela que se vive o homem.
É tudo potoca meu amigo.
Eu e tu sabemos, é tudo potoca dessa turma.
Arma com eles é pra cerimonial militar.
Municao so de festim.
Eles tem pavor.
Melhor matar musquito. Não reagem e a Opinião pública gosta
Precisamos criar nossos herois.
Para entregar as corbélias de flores
Daqui ha 50 anos.
Imagine se todo pm que matasse meia duzia fosse uma “lenda viva” por “neutralizar” ameacas.
A verdade é que se isso tivesse acontecido, essas oNG, a anistia internacional, os advogados, etc, já tinham colocado na justiça brasileira, ou mesmo na corte internacional dos direitos humanos.
Mais daqueles causos da fronteira que ngm viu ou participou.
Lembro só de quando os comandos tiraram
Foto com defuntos que a CORE tinha matado, ai instauraram um IPM e todos choravam como as crianças “kids” que sao.
Mamainnn eu so tirei uma fotinhaaa, foram os civis!
Esse pessoal, quando não esta contando dinheiro ta contando Estória.
Ai chega os federais na porta, toc-toc-toc, e o cabra….. desmaia!!!!
É potoca demais meu povo
Uns 10 desses muito bem posicionados e uma boa parte dos problemas do RJ estariam resolvidos.
Antes do mi-mi-mi sim o RJ está em guerra e um dos lados está numa grande desvantagem
“Dez desses”??? parece que o anônimo 13:39, desconhece a realidade do Brasil, Ordenamento Jurídico Brasileiro e a proteção do amor que está a décadas no comando e voltou mais uma vez, também desconhece o território do RJ, primeiro o tamanho das favelas, segundo o preparo das tropas especializadas que possuem muito mais que ” dez desses” cito BOPE e cORE RJ, portando a questão não é nem o mimimi e sim a realidade e que a varinha mágica não funciona para a segurança pública, apenas serve para batuta!
Falta de conhecimento achar que as Polícias não possuem homens ou preparados, falta de conhecimento da realidade, da leis e a ADPF das favelas. Como a 635, onde querem ( democracia l, legalidade e eficiência) contra traficantes armados de FUZIL e Granadas. Como se fosse fácil combater o crime organizado soltando pombinhas brancas e reduzindo a pena de criminosos de alta periculosidade.
Não sei como tem gente que pode ser assim.
Sou QAO, apenas esperando fechar o tempo, nunca nem gostei de arma, sou discípulo de rondon:
Morrer, se preciso for. Matar, nunca.
Sou cristão e jamais irei tirar uma vida. Se quiserem levar a minha, apenas se Jesus desejar que isso ocorrerá.
Nem que goste não vai ter uma …tenta conseguir uma autorização, vamos ver se consegue em meio ano …” Se vc não gosta de ” violência”, não pode dar opiniões sobre armas e heróis.
Respeito e admiração. Mas… e o salário na reserva?
versículo “se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” aparece no Salmo 127:1. Porém …temos que ser as sentinelas guiadas por Deus. Senão …senão vai correr o risco de ir ao encontro de Jesus Cristo bem cedo…
Esse militar é do Quadro Especial do Exército.
Servi com ele no Haiti no 6 Contingente de Força de Paz. Brabat 6 Força Jauru. Ele fazia parte do DOPAZ. Força Jauru.
Quem foi na missão sabe do que eu estou falando.