Defesa e soberania nacional
Num mundo de incertezas, não se pode mais ignorar as atuais vulnerabilidades das Forças Armadas
Rubens Barbosa*
A evolução da economia global e a ordem política internacional nunca estiveram tão incertas e inseguras. A mudança da política externa dos EUA em relação à Rússia, aos aliados europeus e à Otan, caso mantida nos próximos anos, acarretará profundos impactos em todos os países, sobretudo nos em desenvolvimento. As transformações no cenário internacional terão consequências nos seus esforços para alcançar os objetivos relacionados ao desenvolvimento econômico e social e à segurança para a preservação da soberania nacional.
O Brasil é uma potência média, a 10.ª economia do mundo, 210 milhões de habitantes e território continental, cujo objetivo é se tornar um país plenamente desenvolvido. A estratégia nacional, além do desenvolvimento, deveria ter como objetivo a segurança interna e externa, levando em conta o ambiente internacional de que extraímos recursos, know-how, tecnologia e investimentos para o desenvolvimento do País, mas que também poderá vir a representar ameaças à soberania nacional.
As grandes vulnerabilidades na área da Defesa são a quase completa dependência do fornecimento de equipamento bélico dos EUA e da Otan e a imprevisibilidade orçamentária. A Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso não reflete as necessidades reais das Três Forças, cujas despesas discricionárias estão muito abaixo do que seria necessário para atender aos projetos especiais. A obsolescência dos equipamentos, especialmente os da Marinha, e a falta de previsibilidade orçamentária dificultam um planejamento de médio e longo prazos, agravado agora pela instabilidade no cenário global. As áreas prioritárias definidas na Estratégia Nacional de Defesa, cibernética, nuclear e espacial, requerem investimentos, que são insuficientes. A Base Industrial de Defesa se ressente da baixa aquisição de seus produtos pelo governo (diferente do que ocorre em outros países), da falta de apoio oficial para o financiamento das exportações e de maior estímulo à pesquisa e desenvolvimento no setor. O esforço para uma autonomia gradual das Forças Armadas exige um planejamento de longo prazo (10 a 20 anos), que deveria incluir o processo de atualização conceitual das Três Forças, material e orçamentário, com a redução de seu efetivo, com maior mobilidade e aquisição de equipamentos modernos e mais adequados às realidades das novas formas de ameaças internas e externas, com a criação de uma base logística de defesa, independente do Ministério da Defesa, como ocorre em outros países desenvolvidos para racionalizar a aplicação dos investimentos. Tudo isso acarretaria uma redução no custo de pessoal e um gasto mais eficiente.
No entorno geográfico, o Brasil tem fronteira com dez países, crescentes problemas com o crime transnacional pelo tráfico de drogas, de armas e, mais recentemente, pelo garimpo ilegal na Amazônia. No litoral, a proteção dos campos de petróleo no território marítimo e o crime transnacional são preocupações. Nas duas frentes, as Forças Armadas não estão adequadamente equipadas para a defesa da soberania e do território nacionais. Em tempos em que se menciona a possibilidade de aquisição da Groenlândia e a retomada do Canal do Panamá, é bom lembrar a riqueza mineral e a biodiversidade da Amazônia, sem falar na disponibilidade da água, cada vez mais fatores estratégicos. Por outro lado, numa região livre de conflitos armados surgiu a ameaça de a Venezuela atacar a Guiana para atender a reivindicação territorial, o que representa um desafio para a Defesa nacional e poderia acarretar a presença de bases militares externas na América do Sul, contrariando a tradicional posição do governo brasileiro.
Nesse contexto, cresce a necessidade de definir, dentro do objetivo nacional de segurança, uma estratégia de Defesa. Essa necessidade, imposta agora de fora para dentro, esbarra em dois obstáculos: a cultura nacional e a vontade política interna. O contexto histórico tem direta influência sobre esses dois fatores: de um lado, a ausência de conflitos armados nos últimos 150 anos e de uma evidente ameaça externa que ponha em risco nosso território, e, de outro lado, as reservas políticas em relação às Forças Armadas em razão das sucessivas interferências na vida política do País desde o início da República, em 1889.
Num mundo de incertezas, não se pode mais ignorar as atuais vulnerabilidades das Forças Armadas e a necessidade do fortalecimento da indústria nacional de Defesa. E, com base na nova atitude profissional das Forças Armadas nos últimos 40 anos, examinar, de forma transparente, a normalização do relacionamento entre civis e militares com a definição de regras e práticas de um efetivo controle do Executivo, Legislativo e Judiciário sobre os militares, como em muitos países. A reformulação do artigo 142 da Constituição e a aprovação da PEC sobre a participação de militares na política devem ser examinadas dentro desse contexto. Com isso, seria virada uma página delicada da história nacional e seriam superadas as resistências para o fortalecimento institucional da Forças Armadas.
Neste novo cenário interno e externo, torna-se urgente incluir a Defesa na discussão sobre o lugar do Brasil no mundo e sobre seus objetivos de médio e longo prazos, acima da divisão e da polarização interna.
* Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), foi embaixador do Brasil em Londres (1994-99) e em Washington (1999-2004)
ESTADÃO – Edição: Montedo.com
Respostas de 21
E a vulnerabilidade social e econômica dos militares das Forças Armadas?
Jamais eles irão se preocupar com isso.
“Com a definição de regras e práticas de um efetivo controle do Executivo, Legislativo e Judiciário sobre os militares “, pode ser bom por um ponto de vista , mas vejamos em outro ponto, se um ex -presidiário quiser vender o Brasil para o ” Maduro “, tendo o controle efetivo, irá começar armas os militares com Airsoft, ou com pombas brancas, como tentou fazer com os militares estaduais, dizendo que” o amor voltou e a Cervejinha não pode ser molestada “, já o legislativo a décadas está deixando a desejar devido a competência para criar leis e projetos decentes, bem como a morosidade do judiciário para decidir simples, aliados todos isso teríamos um ” exército ” submisso e omisso e sem conhecimento da realidade que o povo enfrenta no dia a dia. Logicamente a necessidade de um controle se evidência para que se tenha um ” poder moderador”, porém não se pode Aliar incompetências institucionais, caso contrário, nada funciona e quem paga é o povo!
A Começar pelos soldos que Não tem reajuste a mais de seis anos.
*HISTORICO DAS PERDAS DOS MILITARES DAS FFAA (INPC)*
A inflação entre reajuste de 01/03/2012 e o reajuste de 01/09/2016 foi de 39,44%. Abatendo o reajuste médio de 25% (2016) em 04 (quatro) suaves parcelinhas que terminaram em 2019, perdemos *14,44%.*
*Perdas causadas de 01/09/2016 à 28/02/2025 são 50,345%*
*===> Soma das perdas: 14,44% + 50,34% = 64,78%*
*Fonte*:
https://www.debit.com.br/tabelas/indicadores-economicos.php
Enquanto isso:
O Presidente da República (Lula) que é o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas e o principal responsável pela remuneração dos militares, se omite em determinar uma regra perene, justa e urgente para recompor os vencimentos dos militares e pensionistas, implicando em transtornos de graves Consequências.
O problema dos vencimentos hoje das Forças Armadas esta nos praças, os oficiais resolveram os seus problemas.
Todos servidores com reajustes retroativos ainda e nós militares das forças armadas fomos jogados no limbo do esquecimento.
Mas esse é o plano de governo dos esquerdalhas. Querem mais que as FFAA e seus integrantes sifo.
Se o inimigo sabe que Você esta armado, jamais irá bater na sua cara!
Faz o L…
Faz arminha!!
Kkkkkkk
Uma nação que não valoriza suas forças armadas e seus dignos militares está condenada a viver na escravidão!
Eu já acho que são os próprios Militares que não se valorizam.
La vem esses textos padrão ” instamentos Inferiores” kkk que não adianta nada. Plano de reserva voluntária remunerada. Quem tem mais de 20 anos rotaaa!!!
Poderiam fazer uma oferta ao Trump e vender logo, melhor do que ser vendido ao Maduro
Já que Trump quer comprar o Canadá e a Groelândia. Acho que seríamos mais valorizados que o Lule e Bozo.
Faz o L!
Parabéns guerreira!👊🏻👊🏻🫡👊🏻👊🏻👇🏻
“A trajetória de Jéssica Barbosa, de 26 anos, é um exemplo inspirador de superação, dedicação e a busca incansável por um sonho.
Natural de Canoinhas, desde cedo ela demonstrou interesse pela disciplina e pelo compromisso que a carreira militar exige. Seu envolvimento com a Banda Musical Novos Talentos foi um dos primeiros passos nessa caminhada, ajudando-a a desenvolver valores fundamentais como disciplina, responsabilidade e trabalho em equipe.
Desde jovem, Jéssica nutria o desejo de se tornar Aspirante a Oficial do Exército Brasileiro. Sua determinação a levou a encarar desafios que a aproximaram cada vez mais desse objetivo.”
Enquanto isso a Europa investe bilhões de euros em rearmamento e convocação de novos militares. Aqui é só evasão e desinvestimento. Kkkkk
Sin embargo, los miembros del servicio militar en los rangos de alistados subalternos de E-1 a E-4, y E-5 con menos años de servicio recibirán un aumento del 14,5% , con el 4,5% inicial reflejado en sus cheques de pago de enero y el resto a partir del 1 de abril.
Na espanha os milicos terão 14,5%, com 4,5% já em abril.
Aqui não se sabe se teremos esses 4,5%
O Titanic não está afundando….repousa no assoalho oceânico a 600 metros de profundidade.
O interesse é reduzir efetivo, mexer na previdência (que não temos), e sobrar mais dinheiro para a Hydra, só isso! Soberania e Defesa são meros boi de piranha para enfiar a faca na instituição e no contribuinte.