Ex-comandante do Sudeste, o general Guido Naves não aderiu à tentativa de golpe
São Paulo – A posse do general de Exército Guido Amin Naves no STM (Superior Tribunal Militar), no dia 24 de fevereiro, atraiu autoridades dos Três Poderes da República, “especialmente do Estado de São Paulo”, como registrou o noticiário oficial da corte.
O novo ministro foi um dos generais da cúpula do Exército que se recusaram a aderir à tentativa de golpe narrada na denúncia oferecida pelo PGR Paulo Gonet contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas.
Naves foi nomeado em dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Foram à posse em Brasília, entre outros, o presidente do TJ-SP, Torres Garcia; o antecessor, Ricardo Anafe; o presidente do TRE-SP, Silmar Fernandes; os desembargadores Ricardo Braga Monte Serrat; Enio Luiz Rossetto, presidente do TJM-SP; Marisa Santos, do TRF-3; os secretários estaduais Fábio Prieto (Justiça) e Gilberto Kassab (Governo), e o comandante da PM-SP, coronel Cássio Araújo de Freitas.
Em seu discurso, Naves disse que espera elevar a percepção da “relevância da justiça especializada mais antiga do Brasil, por vezes alvo de incompreensões, tudo isso em meio a um ambiente informacional marcado pela precipitação, superficialidade, imediatismo e pela conturbação”.
Ao se despedir do Comando Militar do Sudeste, Naves disse que o Exército “passa por uma angústia pelos caminhos que as coisas vão tomar”, revelou Victória Cócolo, na Folha. “Mas a gente, como uma instituição que preza pela legalidade, pela institucionalidade, entende que isso seja um processo de maturação da sociedade. É preciso muito caráter moral para tomar decisões nesse contexto”.
Naves foi Chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército; Comandante de Defesa Cibernética; e Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
Reportagem de Laila Nery, do UOL, revelou que Naves foi exposto como um dos generais contrários ao golpe pelos coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Fabrício Moreira de Bastos.
Na denúncia, eles são citados como especialistas que “promoveram ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe”.
Durante a sabatina no Senado, Naves foi questionado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), que criticou a eleição para a presidência da Corte, dias antes. Para o senador, os ministros do STM violaram uma tradição bicentenária.
“A cada dois anos há uma rotatividade na presidência pelas Forças Armadas, daí quando chegou a vez da única mulher do STM presidir [ministra Maria Elizabeth Rocha], houve o lançamento de uma candidatura masculina e a decisão foi para o voto. Isso é uma demonstração de que há na instituição um comportamento sexista”, afirmou Contarato.
Naves limitou-se a parabenizar a nova presidente do STM.
“Tenho absoluta convicção de que a ministra tem toda a experiência e todos os predicados para exercer a presidência do STM nos próximos dois anos, conforme foi eleita. De antemão desejo a ela todo o sucesso nesse trabalho de conduzir os trabalhos da Corte nesse próximo biênio. Não vejo nada mais que possa dizer a respeito disso”, afirmou.
Maria Elizabeth foi voto vencido quando o STM absolveu, por oito votos a seis, os militares que, em 2019, metralharam, com 257 tiros, o carro do músico Evaldo dos Santos Rosa, e o catador de lixo Luciano Macedo.
Foi o “voto vencido mais corajoso do ano”, na opinião do colunista Conrado Hübner Mendes, na Folha:
Maria Elizabeth disse a Miriam Leitão, de O Globo, que os militares denunciados podem vir a perder suas patentes.
“Não há à primeira vista um crime militar conexo que leve à jurisdição militar a se pronunciar. Porém, se o processo for recebido, quando os denunciados se tornarem réus, forem julgados e eventualmente condenados e a pena for superior a dois anos, eles serão submetidos a uma representação de indignidade para o oficialato.”
“Se forem condenados terão a perda do posto e da patente do oficialato. É quando o oficial se torna indigno para continuar integrando a corporação militar. Isso é competência privativa e exclusiva do STM.”
FOLHA – Edição: Montedo.com
Respostas de 5
Realmente foi preparado durante toda a carreira para ser juiz
O concurso da magistratura…
8 fases.
Sobram vagas.
Sobram pq os candidatos caem na objetiva e na discursiva. A prova é tão arrochada que pessoas que passam décadas estudando, swnso bancadas pelos pais/conjuges, reprovam e não completam o baixíssimo Quantitativo de vagas.
Esse general será um excelente juiz. A AMAM o Preparou para a judicatura.
Precisou nem de concurso, nem mesmo de um curso de direito.
A amam é um lugar encantado, você pode ser o que quiser, pode ser um comandante militar de guerra nenhuma, ou até um juiz!!!!
“justica mais antiga do brasil”
Um cabide de emprego que resiste a necessidade de ser extinta.
Uma justiça ociosa, CARÍSSIMA, um STM mais caro que o STF, com a diferença que
enquanto o Supremo Tribunal Federal emite cerca de 8 mil decisões por mês, a corte militar julga 1,2 mil processos por ano, segundo dados do Conjur.
Alguem tem que ter a coragem de extinguir definitivamente essa paquiderme institucional chamado JMU.
Instituições nao tem que ser “mais antigas”. Tem que ser modernas, atualizadas e antenadas com as necessidades públicas!!!!!!! Mais antigo é coisa de quartel, não de poder judiciário, um poder sem hierarquia, daí se vê o que esses senhores possuem de preparo!!!!
Militar fazer função de Polícia Militar é pura bucha, por mais perfeito o sujeito e treinamento que tenha estará com um pé na cadeia sempre…sem contar as ações de visibilidade que “tornam o policial um algoz dos defensores de delinquentes e criminosos”, não apenas os errados “pagam o pato”, num caso onde um pelotão errar, ou cometer atos em desacordo com a lei ou procedimentos operacionais, “o primeiro a sentar na jaca vai ser o sargento ou oficial que comanda o pelotão”.
Grande General Guido Naves.
Irá abrilhantar o STM.