Banho de soldados tem ofensa racista, chute no shampoo e acaba no STM

racismo

Briga entre soldados no banheiro do alojamento acabou no Superior Tribunal Militar (STM). Soldado foi acusado de racismo no banho
Samara Schwingel
Uma briga dentro do banheiro do alojamento de cabos e soldados da 4ª Infantaria do Batalhão da Guarda Presidencial acabou no Superior Tribunal Militar (STM). Pelo menos cinco soldados se envolveram na confusão após uma bucha de banho cair no ralo do chuveiro. Um deles foi acusado de racismo.

O caso ocorreu em junho de 2024. De acordo com o processo, os cinco estavam no banho quando o ralo entupiu e a água foi acumulando no piso.

No momento em que a bucha de um dos soldados caiu sobre a água acumulada, outro militar teria dito as seguintes palavras: “Minha bucha caiu em cima de água suja de gente preta”.

Depois da frase do soldado, os outros ficaram bravos e “reagiram com chutes no shampoo” do colega, além de jogar os itens dele contra a parede.

O cabo e os sargentos responsáveis pelo alojamento perceberam a confusão no banheiro e foram até o local. A princípio, os ânimos foram controlados, e o caso foi levado ao Ministério Público Militar (MPM) por causa da frase considerada racista.

Denúncia e julgamento
O caso foi denunciado pelo MPM e aceito pelo STM em outubro do ano passado. Em depoimento, o soldado acusado de racismo afirmou que, ao entrar na corporação, percebeu que era comum um “zoar” com o outro, “independentemente se a pessoa é branca ou preta”.

“Quem é branco é chamado de ‘branquelo azedo’ e quem é negro é chamado de ‘preto’”. Ele ainda disse que, em um serviço realizado no mesmo ano, um cabo negro e um colega, também negro, brincaram entre eles.

O MPM se manifestou a favor da absolvição do soldado, pois entendeu que não houve dolo e que, na verdade, houve brincadeiras de “mau gosto”, mas não propriamente um crime.

Na decisão, o Tribunal justificou que, para se configurar racismo, é preciso haver “a intenção clara e inequívoca de ofender a dignidade de alguém”.

“A conduta assumida pelo réu foi inadequada, mas desprovida de tipicidade penal, uma vez que nitidamente não houve a intenção de discriminar”, completou o Conselho Permanente de Justiça para o Exército. Assim, o soldado foi absolvido, e o processo teve baixa definitiva este ano.

METRÓPOLES – Edição: Montedo.com

Respostas de 5

  1. Exemplo da serventia do STM. Esse caso vai render, vai ter alguém escrevendo tese de doutorado, reuniões, discussões em alto nível sobre o sexo dos anjos e por aí vai.

    O brasileiro paga caro cada chicotada que leva do judiciário como um todo, em especial o ávido por vida nababesca STM.

    1. Bastou a palavra do acusado de racismo para o MPM decidir que não houve intenção. E quem sofreu a injúria fica como? Justiça Militar em tempo de paz e essa piada.

  2. Um Comandante chamou um Soldado de palavras racistas. O jovem humilde ficou com medo de denunciar, O que me revolta que os próprios graduados falaram: não faz nada você tem chances de engajar. Dr Claudio Lino precisamos de uma Corregedoria. Imagina a palavra de um Sd EV humilde contra um soberbo Comandante de família tradicional. Isto é revoltante. O Cb e Sd tem que ter um canal de denuncias

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