“Um Exército pode passar cem anos sem ser usado, mas não pode passar um minuto sem estar preparado”
Hamilton Mourão*
Na história, vários são os exemplos de nações que relegaram sua defesa a um segundo plano e só foram dar valor aos seus soldados, após serem fragorosamente derrotados. Os séculos XIX e XX protagonizaram grandes conflitos que remodelaram os mapas dos países, mas mais do que isso formaram homens e mulheres que percebiam a real necessidade do vetor armado, assim o eminente jurista brasileiro Rui Barbosa já asseverava: “Um Exército pode passar cem anos sem ser usado, mas não pode passar um minuto sem estar preparado”.
Hoje, ao olharmos as notícias, fica evidente vermos que os países que não possuem forças armadas potentes o suficiente para dissuadir suas ameaças têm dificuldades de implementar entendimentos de paz, impor sua vontade e até mesmo de obter vantagens em soluções negociadas. Por óbvio, um grande país, de dimensões continentais tal como o Brasil, não pode prescindir de estar com seu Exército sempre preparado para enfrentar dias difíceis, os quais cada vez mais chegam sem aviso em face da volatilidade dos cenários contemporâneos.
Em 2025, o subcontinente da América do Sul está muito mais instável do que há 10 anos atrás. Ao longo de nossas fronteiras, vemos países vizinhos com situações que inspiram cuidados e ações de nosso País. Na Colômbia, as FARC, que supostamente estavam desmobilizadas, protagonizam intensos combates com o ELN, encerrando uma trégua nunca bem resolvida entre os movimentos de guerrilha. Na Venezuela, o tirano Maduro busca fortalecer o regime por meio de um discurso que mistura belicismo e populismo expansionista. O Paraguai segue perseguindo e combatendo a guerrilha do EPP.
No Brasil, o governo de turno parece não aceitar a realidade de que a modernização do Exército Brasileiro é uma necessidade constante para garantir a soberania nacional e a capacidade de defesa do País. A aquisição de materiais de emprego militar é questão técnica, de caráter pragmático e que não pode e nem deve se misturar com política.
As crescentes ameaças assimétricas e a necessidade de maior mobilidade e proteção para as tropas, fazem com que o investimento em blindados modernos represente um salto qualitativo para a defesa. Assim, a aquisição de veículos blindados israelenses para equipar a Artilharia de Campanha se apresenta como uma solução justa, técnica, estratégica e eficiente.
A modernização da frota blindada do Exército Brasileiro é um dos principais elementos de dissuasão no cenário regional, portanto muito importante. A nossa artilharia opera veículos blindados de concepção antiga, projetados há décadas. Apesar do esforço hercúleo na manutenção e diversas atualizações, esses equipamentos apresentam limitações tecnológicas significativas quando comparados aos blindados utilizados por exércitos mais avançados.
A licitação, legal e formalmente vencida por Israel, tem condições de prover material de alto nível, com as especificações técnicas desejadas por nossos militares e representará um avanço expressivo nesse cenário. Israel é reconhecido mundialmente por sua tecnologia militar de ponta, desenvolvida a partir de uma experiência operacional intensa e constantes desafios geopolíticos. Os blindados israelenses são projetados para operar em ambientes hostis, oferecendo alto nível de proteção contraminas, explosivos improvisados e armas anticarro.
Por derradeiro, é premente que a sociedade entenda que a prontidão de um exército não se faz do dia para noite e a aquisição dos veículos blindados israelenses não é apenas uma decisão operacional, mas um investimento estratégico na modernização da nossa defesa, que não pode ser boicotada por irresponsáveis interesses políticos nebulosos e um antissemitismo inaceitável.
* Senador, general de Exército veterano
defesanet – Edição: Montedo.com
8 respostas
Votou em Alcolumbre, Senador?
E você leitor, votou na consulta pública a Proposta de Emenda à Constituição n° 7, de 2024?
Depois reclama.
Fazendo uma breve análise da situação atual das FA, a conclusão que chego é que desde muito tempo existe um movimento político com intuito de não acabar com as FA e sim de desvalorização das mesmas com a finalidade de diminuir os gastos públicos, tornando um efetivo mal pago porém atendendo os anseios Constitucionais, porém o que vejo hoje em dia é que estão atropelando os direitos já existentes dos militares da reserva de forma inconstitucional com aval do STF. Querem desvalorizar, tudo bem, eles tem poder pra isso, agora respeitando a constituição de forma Gradativa de transição, quem entra ou quem tem menos de 10 anos, começam a operar nessa faixa, seria o correto, porém estão atropelando os direitos adquiridos dos indivíduos que ali passaram em época remota e o mais incrível não estão encontrando resistência dos próprios militares que estão paralisados e Sem ação. É com triste pesar que vejo e presencio uma manobra clara de desvalorização de uma categoria com intuito de manter os bônus do alto clero do funcionalismo público e com plateia presenciando essa definhacao Dos membros das FA…deixo minha observação e meu ato de indignação. Amém
Concordo em vários pontos, mas a cúpula das FA está bem servida, estão na lista dos 1% dos brasileiros mais bem pagos, enquanto a base definha com a inflação. Então algo não está bem, não deveria ser assim, algo precisa ser feito, e com certa urgência. Múcio, em dois anos à frente do MD não envidou esforço algum nessa questão, demonstrando fraqueza e falta de atitude.
Quando esse senador fala, nunca sei para que galho ele quer pular.
Para reflexão das pessoas de bem:
Se hoje entrarmos em guerra, teremos uma nação dividida, uns torcendo pelo sucesso nos campos de batalha, outros pelo fracasso. Se voltarmos alguns poucos anos, os papéis se invertem. Quem são os homens que conseguem colocar seus interesses pessoais acima dos interesses da Pátria? Quem são as pessoas que farão pipocas e sentarão no sofá, em frente a TV, para torcer pela morte de seus compatriotas? As Guerras sempre foram Fator de união nacional, por que seremos inovadores ? Não se trata de ideologia, de partidos ou de instituições, trata-se de uma divisão, não de ideias, mas de almas. Hipocrisia é perfidia são a regra, comportamento insultuoso com pessoas de bem, também. Temos que identificar a mãe que escolheu dividir a criança para ficar com sua parte e, entregá-la inteira a verdadeira mãe, a de amor incondicional. Enquanto isso não acontece, a Mãe Pátria sofre a perda de seus filhos.
Mais um representante Dos militares q nao defende os soldados.
Defende os altos estudos.
A cúpula das forças Armadas estão rindo a toa, enquanto a Tropa está mendigando. Isso é real e ninguém faz nada, principalmente os militares da reserva. Que reserva?