Violência no Congo: ONU nomeia general brasileiro como comandante da MONUSCO

General Gomes - MONUSCO

 

Dezessete capacetes azuis foram mortos na última semana

O secretário-geral da ONU, António Guterres, nomeou, nesta terça (28), o general Ulisses de Mesquita Gomes, do Brasil, como comandante das Forças da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (MONUSCO), na República Democrática do Congo. O militar brasileiro sucede o comandante interino das Força da MONUSCO, general Khar Diouf, do Senegal.

O general Ulisses traz para o cargo 35 anos de experiência em resposta a crises, gerenciamento de conflitos e manutenção da paz. Ele tem conhecimento operacional e estratégico, além de experiência diplomática. Seu último cargo foi no Exército Brasileiro, onde atuou como vice-chefe do Comando de Logística do Exército. Antes disso, foi adido militar do Brasil nos Estados Unidos da América.

Anteriormente, atuou como Comandante da 7ª Brigada de Infantaria no Brasil, assessor de Defesa do Ministro de Assuntos Estratégicos do Governo Brasileiro e chefe de Planejamento e Operações da 11ª Brigada de Infantaria. Sua experiência internacional inclui seu destacamento na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) (2008-2009) e como chefe do Serviço de Operações Militares Atuais e da Equipe de Política e Doutrina no Escritório de Assuntos Militares do Departamento de Operações de Paz da ONU (2017-2019).

Ulisses é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Ciências Militares e Direito pela Escola de Estado-Maior do Exército Brasileiro. Ele é fluente em inglês, francês, português e espanhol.

ONU repete estratégia
A escolha ocorre em meio a uma guerra de anexação que vem sendo travada por movimentos rebeldes apoiados pelo governo de Ruanda que já deixou 17 capacetes azuis mortos na última semana.

A ação repete a estratégia da ONU de apontar um militar brasileiro para o cargo em um momento de caos. Em 2013, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi nomeado para o mesmo cargo para impedir a conquista de Goma, a principal cidade do leste do país, com uma população de 1 milhão de habitantes. Sob seu comando, as tropas das Nações Unidas e o exército da República Democrática do Congo expulsaram do país rebeldes do M23 e tropas de Ruanda, em uma vitória militar obtida em menos de um ano.

A missão atual do general Ulisses é mais complexa. A AFC (Aliança do Rio Congo) formada pelo M23 reconstruído, movimentos rebeldes menores e tropas das Forças Armadas de Ruanda já conquistou quatro cidades congolesas e no último domingo invadiu Goma. Os combates continuam e o resultado da batalha ainda é incerto. Ruanda nega o apoio à AFC e ao M23.

Sobre a MONUSCO
A MONUSCO substituiu uma operação anterior de manutenção da paz da ONU – a Missão da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUC) – em 1º de julho de 2010. Isso foi feito de acordo com a resolução 1925 do Conselho de Segurança, de 28 de maio, para refletir a nova fase alcançada no país.

A nova missão foi autorizada a usar todos os meios necessários para cumprir seu mandato relacionado, entre outras coisas, à proteção de civis, pessoal humanitário e defensores de direitos humanos sob ameaça iminente de violência física e para apoiar o governo da República Democrática do Congo em seus esforços de estabilização e consolidação da paz.

A MONUSCO é composta por 13.791 pessoas (outubro de 2024), incluindo funcionários civis das Nações Unidas e forças de manutenção da paz (policiais e militares). O principal país contribuidor de tropas militares é Bangladesh, com 1.786 militares. O Senegal é o maior contribuidor de forças policiais, com 546 agentes. Desde o estabelecimento da MONUSCO, 284 funcionários civis e forças policiais e militares perderam suas vidas servindo à missão de paz.
Com ONU e Gazeta do Povo

Respostas de 8

  1. Também é preciso uma tropa de combate aos moldes dos BOPE da Polícia Militar Brasileira, no comando de um general para atuar em apoio a retaguarda de combate da Polícia Militar Brasileira…A polícia Convencional com apenas um ou dois fuzis, não está dando conta de fazer patrulhamento ou permanência em acessos de favelas, onde tem 10 traficantes armado de fuzil fazendo pontaria. É necessário que o General o comando da tropa a algum ” soldado especializado”… assim, somente assim irão fazer frente a criminalidade, sem ter a necessidade de recuarem…pois a PRF que atuava com a PM, os atuais governantes acabaram restringindo as atuações de combate como tropa especializada, após as ações em conjunto com as PMs do RJ e Minas Gerais, onde resultou na morte de 26 terroristas assaltantes de banco, e na apreensão de uma MT. 50 ou .30, além de inúmeros fuzis…mas não vejo luz no fim do túnel, quando se assustam com PM armado de fuzil em clube militar, isso seria cômico, se não fosse triste…

  2. Se Lula conseguisse essa missão de paz …

    Morto voltava a vida, QAO voltava para escala, ST saia da dispensa médica.

    Os qE voltavam da reserva sempre precisar aumentar o soldo

    1. Ta ai uma coisa boa que eu recomendo, o Haiti fui duas vezes, conheci a Florida fiz um pé de meia e comprei uma casa, comoda boa e academia top de luxo, o risco era nulo, de ação hostil não houve nenhuma morte em toda MINUSTAH, apenas as tragedias do terremoto e outras relacionadas a condições pessoais como infarte.

      1. Sim , a MINUSTAH era uma mamata, conheci um integrante que gastou o que ganhou, comprando um Hyundai Azera após retornar, para agradar a legítima, mas não adiantou, foi contemplado mesmo assim.

    2. Verdades bem escritas, mas no tempo que servi como QAO tirei serviço por dois anos (tempo de promoção de 2º para 1º Ten) no quartel general do CMS/6ª DE/3ªRM e unidades subordinadas tirava serviço. A escala era boa, mas serviço é serviço, tem muitas responsabilidades e problemas. Quanto ao Haiti, fui na graduação de 2º Sgt. Bons tempos. Fé em Deus.

      *Peço desculpas mas não consegui desabilitar a inicial Maiúscula no inicio das palavras.

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