Estatuto do clube proíbe atividades político-partidárias no local
Victoria Bechara
Do UOL, em São Paulo
O Exército vetou a realização de um evento conservador e de extrema direita que seria realizado no Clube dos Sargentos e Subtenentes de Curitiba, no Paraná.
O que aconteceu
Bolsonaristas planejavam realizar um evento gratuito, no dia 24 de janeiro, com palestras sobre política. O grupo que organizava o evento se chama Conservador e busca apoio para a criação de um partido político. Em seu site oficial, o grupo se classifica como “o único partido genuinamente de direita do Brasil” e se diz contra o aborto, a liberação das drogas, o comunismo e a chamada “ideologia de gênero”.
O Clube dos Sargentos e Subtenentes do Exército de Curitiba é uma associação privada, mas fica em um imóvel pertencente à União. O local foi arrendado por meio de um contrato vigente até março de 2025. Conforme dados do Portal da Transparência, o CNPJ do clube já recebeu mais de R$ 4 milhões em recursos do governo federal.
Veto do Exército
Procurado pelo UOL, o Comando Militar do Sul informou que o estatuto do clube, submetido ao Exército no ato do arrendamento, proíbe a realização de atividades político-partidárias no local. “O Comando da Guarnição de Curitiba determinou que não ocorra esse tipo de atividade nas dependências do Clube”, diz o comunicado.
O evento foi divulgado no WhatsApp pelo advogado Levi de Andrade. Ele é responsável pela defesa de presos no 8 de Janeiro. Também já advogou para bolsonaristas como o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que está foragido na Espanha desde 2022, após ter a prisão decretada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.
O advogado afirmou que os organizadores souberam da proibição na tarde desta terça-feira (14), um dia depois do questionamento da reportagem do UOL ao Exército. “Alugamos o auditório e já tínhamos, inclusive, pago a taxa pela locação”, disse Andrade. “Faremos o encontro. Tudo já está pronto, só vamos mudar o endereço”, acrescentou.

O bolsonarista José Carlos Bernardi, ex-comentarista da Jovem Pan, consta como presidente do Conservador e seria um dos palestrantes do evento. Ele foi alvo de investigação do Ministério Público em 2021, depois de dizer, durante participação em um dos jornais da emissora que o Brasil enriqueceria “se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles”. Na época, ele também foi exonerado do cargo comissionado que ocupava no gabinete do deputado Campos Machado (PTB) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
A lista de palestrantes inclui outros influenciadores de extrema direita. Entre eles, Marco Antônio Costa, conhecido como “Superman” e também ex-comentarista da Jovem Pan, e o humorista Paulo Souza, do canal Hipócritas. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Romualdo Gama, também participaria de uma palestra com o tema “o que a medicina espera do partido”.
Procurado pelo UOL, José Carlos Bernardi afirmou, a princípio, que não foi informado sobre a proibição. Depois, recuou e disse que o grupo tem locais alternativos para realizar o evento. “Está tudo bem para nós”, respondeu.
UOL – Edição: Montedo.com
Respostas de 8
Em Outros clubes militares podem Falar em política e inclusive emitir notas para a imprensa! Resumindo moral de cueca.
Quero ver a cara dos chefes quando o Bolsonaro ganhar. e já fica um aviso Amem ou deixe-o. Para o 17 espero que não venham com pazuelos, Santos Credos, Estamentos e outros trogloditas.
Tá delirando filho, esse traste meia pataca tá inelegível!
Zé mané!
Com certeza se procurar vão achar que disponibilize um espaço gratuito para esse evento
O bolsonarismo está agonizando. Esse povo que nutre paixão pelo “Mito” tá é perdendo tempo, vão achar algo útil pra fazer.
Decisão acertada.
A minha dúvida, porém, é se tal veto também seria dado a algum evento promovido por partidários do atual governo.
Se o diretório do partido do Governo lá da cidade, por exwmplo, acertasse o uso do espaço do clube para um evento, seria vetado assim de forma acertada ou dariam alguma “justificativa” para liberar e não se indispor com o partido do “chefe”?
Verdade o supra-sumo da escória, o inelegível veio dos porões do baixo clero, político fraco, de quinta categoria, sem moral alguma, com passado mais sujo que pau de galinheiro.