Coronel ao comandante do Exército: ‘Ou você toma uma decisão ou pede pra sair’

O general Marco Antônio Freire Gomes assumiu o comando do Exército. — Foto: Divulgação/Exército

 

Laércio Vergílio, um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito do golpe, pressionou comandante do Exército a aderir ao plano golpista em 2022: ‘Vai passar para a história como covarde?’

Rayssa Motta, Fausto Macedo, Pepita Ortega e Marcelo Godoy
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, foi fundamental para evitar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados colocassem em prática o golpe que vinham articulando. A investigação da Polícia Federal sobre o plano golpista mostra que ele se recusou a aderir ao golpe, mesmo após sofrer ampla pressão de militares da ativa e da reserva para mobilizar as Forças Armadas a apoiar uma ruptura institucional.

A investigação da PF já havia demonstrado a influência do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, em uma campanha velada, mas agressiva, de pressão ao comandante do Exército.

O relatório final da Polícia Federal, tornado público nesta terça-feira, 26, revelou um novo personagem ativo no lobby junto a Freire Gomes: o coronel reformado Laércio Vergílio. Ele está entre os 37 indiciados pela PF por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Mensagens obtidas pelos investigadores mostram tentativas insistentes de convencer o comandante do Exército a apoiar o plano golpista. As mensagens foram enviadas em 2022.

Em uma delas, ele defende uma intervenção das Forças Armadas para manter Bolsonaro no poder: “Se o Bolsonaro cair, a nação brasileira cairá junto”, escreveu. “O que vocês estão esperando? O povo todo pede que nós salvemos o Brasil.”

As mensagens são ignoradas por Freire Gomes. O coronel então faz um ultimato: “Ou você toma uma decisão ou pede pra sair, é uma questão de ‘foro íntimo’ seu. Conheço seu caráter, seu profissionalismo, mas você vai amargar essa mácula na sua reputação e passar para a História como o ‘Covarde TRAIDOR DA PÁTRIA’? Não tem outra leitura, infelizmente, meu amigo.”

Aos investigadores, Freire Gomes confirmou que sofreu pressão para aderir ao plano golpista e colocou Bolsonaro no centro as articulações para anular o resultado da eleição e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em prestado à Polícia Federal no dia 1º de março, no inquérito do golpe, o general afirmou que Bolsonaro convocou reuniões no Palácio do Alvorada, após o segundo turno, e “apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”.

A “Carta ao comandante do Exército de oficiais superiores da ativa do Exército Brasileiro” também foi considerada um instrumento de pressão. O documento escrito por oficiais da ativa pedia medidas das Forças Armadas para “manutenção da Garantia da Lei e da Ordem e da preservação dos poderes constitucionais”. Segundo a PF, Bolsonaro sabia que o documento estava sendo preparado.

Para a Polícia Federal, o plano golpista só não foi adiante porque o general Freire Gomes e a maioria dos militares de alta patente “mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado”, “apesar de todas as pressões”. Diante da negativa, Bolsonaro e seus aliados não tiveram “confiança suficiente” para “avançar na consumação do ato final”, afirmam os investigadores.
ESTADÃO – Edição: Montedo.com

10 respostas

  1. Muita falta do que fazer. Isso é que dá sentar a bunda na cadeira 6 anos NA AMAN para criar “Altos estudos”. Vergonha desses cidadãos, burros ainda por xima

    1. Mentira, isso tudo é uma montagem feita pelo partido comunista da União Soviética. Eles ainda estão aí, são perfis fake criados pelos seguidores do Lenin.

  2. Tropaaaaa, estão vendo aí o que é hierarquia e disciplina? Um Coronel tratando um Gen 4 estrelas como um soldado EV. Estão vendo como funciona?

    1. Pois é.

      E não ouvimos falar nada sobre uma eventual prisão desse coronel.

      Ora, o “heroi” fabricado depois das “batalhas” não prendeu um simples coronel que o assediava.

      Por que seria?

  3. Agora esse coronel que vai enfrentar a justiça, pode se preparar para viver com o auxílio reclusão, vai dizer que foi mau interpretado, que o celular não era dele, todo aquele papo que os covardes fazem na hora que o negócio deu errado.

    1. Esse aí é Patriota ???? Está invertendo as coisas ???? O General é sim um Patriota, que teve a coragem de dizer NÃO aos golpistas liderados pelo incompetente Messias.

  4. Quanto é que a gente ganha pra ficar fazendo propaganda pro PT? Tô precisando de grana e tenho família grande. Me coloca nesse esquema aí também.

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