Reunião aconteceu em 7 de dezembro, após segundo turno, e foi relatada pelo comandante do Exército
Demétrio Vecchioli
Brasília – Foi o próprio Jair Bolsonaro (PL), então presidente da República, quem apresentou em 2022 a minuta do golpe aos comandantes da Forças Armadas, de acordo com a Polícia Federal.
No relatório, a PF diz que o general Marcos Antonio Freire Gomes, então comandante do Exército, afirmou como testemunha que “participou de reuniões no Palácio do Alvorada após o segundo turno e que Bolsonaro apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei de Ordem), estado de defesa e estado de sítio.”
No depoimento, Freire Gomes afirmou também que foi convocado por Bolsonaro, por meio do então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, a comparecer a reunião no Alvorada no dia 7 de dezembro.
Segundo ele, estavam presentes Nogueira, o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, e o então assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins.
Freire Gomes confirmou que, no encontro foi apresentado material posteriormente apreendido no celular do ajudante de ordens Mauro Cid: um decreto de estado de sítio e, ato contínuo, de uma Operação de Garantia da Lei de Ordem.
“Após a leitura do documento, Filipe Martins se retirou da sala, ficando apenas os militares e o presidente Jair Bolsonaro. Por fim, Freire Gomes relatou que o presidente Jair Bolsonaro informou que o documento estava em estudo e reportaria a evolução aos comandantes”, diz a denúncia.
A informação também aparece em depoimento do brigadeiro Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica. À Polícia Federal, ele disse que foi diversas vezes ao Alvorada em novembro de 2022 e que Bolsonaro, antes resignado, passou a aparentar esperança de reverter o resultado a partir do dia 14 de novembro, quando convocou os comandantes para apresentar estudo do IVL.
“O depoente ainda relatou que nas reuniões com os Comandantes das Forças e com o Ministro da Defesa, Jair Bolsonaro, apresentava a hipótese de utilização da Garantia da Lei da Ordem – GLO e outros institutos jurídicos mais complexos, como a decretação do Estado de Defesa para solucionar o que ele chamava de uma possível ‘crise institucional’”, continua o relatório.
Baptista Júnior relatou que tanto ele quanto Freire Gomes tentavam convencer Bolsonaro a não ir adiante. O comandante do Exército, segundo seu antigo par da Aeronáutica, chegou a advertir o presidente que, se ele atentasse contra o regime democrático, seria obrigado a prender Bolsonaro.
O presidente já tinha, sempre segundo a PF, o apoio do comandante da Marinha, Almir Gartnier, e do Comandante de Operações Especiais, general Estavam Theóphilo, mas carecia de apoio no alto comando do Exército. Por isso, em 14 de dezembro os comandantes do Exército e da Aeronáutica foram mais uma vez convocado, desta vez para reunião com o ministro da Defesa.
Baptista Junior relatou que, após Nogueira apresentar o decreto, perguntou se o documento previa a não assunção do cargo pelo presidente eleito (Lula).
“Paulo Sérgio (Nogueira, ministro da Defesa) ficou calado, e diante disso, (Baptista Junior) entendeu que que haveria uma ordem que impediria a posse do novo governo eleito. Em seguida, o depoente relatou que disse ao Ministro da Defesa que não admitiria sequer receber o documento e que a Aeronáutica não admitiria um golpe de Estado. Em seguida, retirou-se da sala”, diz o relatório da PF, citando depoimento de Nogueira.
“De acordo com o depoente, na reunião, o então comandante do Exército, General Freire Gomes, também expressou que não concordaria com a possibilidade de analisar o conteúdo da minuta. Já o Almirante Almir Garnier, enquanto o depoente esteve na reunião, não expressou qualquer reação contrária ao conteúdo da minuta.”
Reunião liderada por Bolsonaro
A PF confirmou a realização da reunião com outros elementos de prova. Um deles, que, naquele mesmo dia 7 de dezembro, o general Mário Fernandes, então secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência da República, enviou mensagem para Cid dizendo que o colega estava tendo uma “reunião importante” no Alvorada e pedindo para que o ajudante de ordens exibisse um vídeo durante a reunião.
“Isso é história. E a história é marcada por momentos como esse que nós estamos vivendo agora”, disse o general que teria formulado, novamente segundo a PF, o plano “Punhal Verde Amarelo”. A mesma mensagem foi enviada ao general Walter Braga Netto, que havia sido candidato a vice na chapa de Bolsonaro, e a Sergio Rocha Cordeiro, então assessor do presidente.
Em seguida, Fernandes enviou mensagem ao general Ramos, secretário-geral da Presidência, dizendo que “dei uma cutucada em alguns generais, quatro estrelas, em nome do senhor, e tamo (sic) aqui”. Depois, avisou-o que o “decreto” havia sido despachado com Bolsonaro:: “Falei com o Renato, o decreto é real, foi despachado ontem com o presidente”
Nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu derrubar o sigilo da investigação da PF sobre a trama golpista de 2022, que resultou no indiciamento do ex-presidente e de outras 36 pessoas.
Os documentos também serão enviados à PGR (Procuradoria-Geral da República), responsável por analisar as provas e decidir se denuncia ou não os investigados.
Segundo a corporação, os envolvidos cometeram três crimes: tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas somam de 12 a 28 anos de prisão, desconsiderando os agravantes.
O lado golpista de Bolsonaro é conhecido de longa data.
Saudosista da ditadura militar (1964-1985), ele reiterou ao longo de anos sua tendência autoritária e seu desapreço pelo regime democrático. Negou a existência de ditadura no Brasil e se disse favorável a “um regime de exceção”, afirmando que “através do voto você não vai mudar nada nesse país”.
Na Presidência, deu a entender em 2021 que não poderia fazer tudo o que gostaria por causa dos pilares democráticos. “Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo. E apesar de tudo eu represento a democracia no Brasil.”
Durante seu mandato e após a derrota em uma acirrada disputa de segundo turno, acumulou declarações golpistas.
FOLHA – Edição: Montedo.com
Respostas de 6
entre no site da Câmara dos Deputados e vote no PL 4413/2024, para acabar com os supersalários. É preciso moralizar essa questão.
Para se safar dessa é fácil: é só colocar a culpa em um Sargento. Ah !!! Parece que dessa vez não vai dar, né ?
Kkkkkkkkkk
Não foram os praças, que colocaram nessa situação caótica, que se encontra hoje as Fôrças Armadas,, foram os estanhos superiores, os autos estudos, que tiveram um aumento de quase 50%, com as reestruturação da carreira, e deixaram os praças a ver navios., Vergonha, pura vergonha. Exército braço forte, mão amiga, será? com tantas familias de militares, praças, passando necessidade,Brasil Afora. triste não
Eu só quero que “as estrelas e o bosonews” no xadrez!!!
Quem sabe um lambe botas salve eles… kkkkkkk
Eu só quero e ser feliz e andar tranquilamente na favela que eu nasci….
DECRETO Nº 4.346, DE 26 DE AGOSTO DE 2002 – Regulamento Disciplinar do Exército (R-4)
Art. 38. A punição máxima que cada autoridade referida no Art. 9º pode aplicar, e aquela a que está sujeita o transgressor acham-se especificadas no Anexo III.
§1º – O Presidente da República, e o Ministro do Exercito têm competência para aplicar toda e qualquer punição a que estão sujeitos os militares na ativa e na inatividade.
LULA DÁ 20 DIAS DE CADEIA NELES, FAÇA ELES PROVAREM DO VENENO QUE ELES USARAM A CARREIRA TODA PARA COAGIR A TROPA.
E os comandantes sabem disso? A PF já acertou com eles?