Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deve falar sobre possíveis omissões de seu acordo de colaboração
Eduardo Gonçalves
Brasília – A Polícia Federal intimou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), a prestar um novo depoimento. A oitiva acontece nesta terça-feira, às 14 horas, na sede da PF em Brasília.
A PF recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos de Cid, como mostrou o blog de Daniela Lima, do G1. A ideia é questioná-lo sobre eventuais omissões de sua colaboração premiada, que está sendo reanalisada pelos investigadores.
Em nota, a defesa do coronel disse que ele “sempre esteve à disposição da Justiça, respondendo a tudo que lhe perguntado”. “Se ainda há algo a ser esclarecido, ele o fará, com toda presteza”, acrescenta o texto.
Os arquivos apagados foram acessados por meio de um software israelense da perícia da Polícia Federal. De acordo com os investigadores, a descoberta dessas informações atrasaram a conclusão do inquérito sobre a suposta trama golpista que foi articulada no Palácio do Planalto no fim de 2022.
A PF investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro mobilizou ministérios e órgãos públicos para planejar uma forma de se manter no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL).
A colaboração de Cid foi firmada pela Polícia Federal com o aval do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em setembro do ano passado. Alguns meses depois, ele criticou a própria colaboração, dizendo que foi pressionado a “confirmar a narrativa deles”, segundo áudios de WhatsApp revelados pela revista Veja.
Cid, então, voltou a ser preso pela acusação de tentar tumultuar a investigação e foi solto dois meses depois. Ao Supremo, ele reafirmou o conteúdo da sua delação e a voluntariedade dos depoimentos.
Um acordo de colaboração prevê o compromisso do delator em falar tudo o que sabe sobre o caso sob apuração. Caso não cumpra esse pacto, ele corre o risco de ter os benefícios da delação anulados.
O GLOBO
10 respostas
Fundo do poço. Só fico imaginando a cadeia gigante que o palmito e seus asseclas tomarão.
Acho que faltou publicar a conspiração no Instagram. Rádio em silêncio não deu pra aplicar porque ninguém sabia a linguagem de libra.
Espero que sejam sérios esses agentes da PF. Brincar e jogar pra plateia não dá. Vale pros envolvidos também.
Amigo, agentes da Polícia Federal não são amadores.
É verdade, não são amadores, cumprem ordens; missão dada, missão cumprida.
Cumprir ordens pode ter consequências devastadoras.
O cara já estava com delação autorizada pela justiça, era só colaborar e fornecer todas as informações, no entanto deletou diversas delas do seu celular e resolveu não falar disso também. Agora, a PF pediu cancelamento do benefício e agora vai sofrer 100% do rigor da lei penal.
Prezado, onde está escrito na reportagem que os dados estavam no celular?
Prezado, Você está muito atrasado. Fizeram uma perícia no celular do dito e lá encontraram toda a informação que levou a essas últimas prisões. Como se omitiu disso tudo e não revelou o que deletou a PF já pediu o cancelamento da delação. Agora, com a queda do morto ficto vai se lascar se verde amarelo, como todo aquele que defende criminosos. Se tivesse cumprido com o dever de colaboração, talvez tivesse resguardado sua “aposentadoria”.
E você está do lado da Justiça, do justiçamento, da verdade dos fatos ou das narrativas? Até que ponto um suposto analista da legalidade poderia influenciar o desfecho de um caso se não houvesse interesse?
A PF recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos de Cid, como mostrou o blog de Daniela Lima, do G1.