“Enganei-me ao pensar que vivíamos em uma democracia”, diz Mourão sobre Vaza-Toga

Mourão eleito por 44,11% dos votos válidos no estado do Rio Grande do Sul Foto: Pedro França/Agência Senado

Senador denuncia “relativização do direito” e “face podre da República”.
Deborah Sena
O senador Hamilton Mourão criticou a atuação de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o Ministro Alexandre de Moraes, durante discurso feito nesta terça-feira (20). O ex-vice-presidente do Brasil expressou indignação com a recente divulgação do escândalo apelidado de Vaza Toga. Segundo ele, o material revelado pelo jornal Folha de São Paulo mostra a “face podre da República” e a “instrumentalização da autoridade constituída para uma perseguição política sagaz e contínua” contra opositores do governo.

“Enganei-me ao pensar e dizer que vivíamos em uma democracia pujante”, lamentou o senador, ao lembrar de seu discurso como Presidente da República em exercício no último dia de 2022. Mourão ressaltou que a realidade no Brasil é de um Estado onde “os direitos individuais mais elementares dos cidadãos estão completamente à mercê das preferências subjetivas de uma poderosa autoridade de Estado”. Em seu entendimento, há um claro desequilíbrio entre os poderes e uma “relativização do direito” que coloca em risco a liberdade e a legalidade.

O parlamentar denunciou o uso de um “modus operandi maquiavélico”, no qual um lado “define seus alvos e desafetos” e os submete a uma produção de provas “criativas” por parte de assessores, em vez de respeitar os princípios básicos da justiça. Para Mourão, “aqui se prendem pessoas que nem imaginam por que estão sendo encarceradas” e “um desabafo no WhatsApp pode significar uma destruição de reputação feita pelo Estado”. Ele criticou o fato de que “assassinos reincidentes são condenados a menos tempo que baderneiros”.

O senador também mencionou o recente pronunciamento do jurista Nelson Jobim, que classificou os atos de 8 de janeiro como uma “catarse pela frustração” dos que esperavam uma intervenção militar, algo que Mourão considera “obviamente absurdo para um País do porte do Brasil”. Mourão reforçou que, em nenhum momento, “as autoridades que representam os poderes da república estiveram em risco”.

Outro ponto abordado por Mourão foi o fechamento do escritório da rede social “X” no Brasil, em razão de supostas ameaças documentadas em arquivos sigilosos. Para ele, isso evidencia o ambiente autoritário que impede a liberdade de expressão no país. “Onde não há liberdade de expressão, não há democracia”, afirmou.

Encerrando seu discurso, o senador apelou aos colegas para que enfrentem a situação com firmeza. “Esse estado de coisas precisa mudar. A constituição tem que funcionar, de fato, para que não prospere essa malévola relativização do direito”, alertou. Mourão concluiu com um chamado à ação: “Mãos à obra, vamos fazer agora o que tem de ser feito, sob pena da vergonha histórica da mudez, fraqueza e inação”.

DIÁRIO DO PODER – Edição: Montedo.com

19 respostas

  1. Boa mesmo era a relatividade Democrática do governo anterior que, em uma canetada, o Presidente aumenta o próprio salário e dos generais com cargos comissionados permitindo furar o teto do funcionalismo. Isso não é abuso de poder né senador-general?

    Aí uma gang planeja sequestrar um empresário, más só porque não há risco de o crime se concretizar, os envolvidos estão isentos do crime!

  2. Coitado do cidadão gaúcho elegeu um senador que só sabe reclamar a falar mal no palanque, use tais prerrogativas para ajudar o povo gaúcho que ainda está lidando com a tragédia das inundações. Fale pouco e haja mais foi para isso que te colocaram aí no DF.

    1. Coitado de vc, sempre criticando o governo anterior e seus integrantes e enaltecendo essa corja hj no poder,,, tenho pena de vc, provavelmente um frustrado na carreira

      1. Se você critica o que chama de ‘corja’, ao menos terá a chance de escolher novos representantes em 2026. Inadmissível é você simpatizar com a camarilha que tentou dar golpe e manchou definitivamente a imagem das três forças graça a um bando de despreparados que caíram no conto do falso Messias.

        1. Pelo visto vc está muito satisfeito com quem está agora no poder…..acerta a cadencia, pq a inteligencia e ética nao tem mais jeito..

      2. Não defendo nem A e nem B, afinal sou um ser apolítico – não defendo políticos -, mas políticas públicas, resta saber que política é essa desse senhor que ao invés de procurar defender políticas para seu Estado que ficar nessa enganação da rede bozóide e isso justifica seu comentário, pois neste nicho está inserido.

          1. Bem, tá aí o resultado do que constatei, quem não sabe debater de maneira racional, age de forma irracional. Passar bem.

          1. Já te disse que não tenho lado e quem é você para dizer que a minha escolha é errada? Eu afirmei que a sua é errada? Vá viver no seu mundo. O mundo real não pertence a ti.

  3. Todos sabem menos ele o esperto o aproveitador do general Mourão, aliás general o que o Sr fez que Deus agradeça no governo JB para os praças Sgts QEs, Cabos e Soldados da sua própria instituição nada vezes nada o Sr é um inútil dinheiro colocado no lixo, mas claro para os generais tudo… hipócrita

  4. Só tenho uma dúvida sei que o salário de senador da República é um baita salário mas a dúvida é se os proventos do general Mourão são de general de quatro estrelas ou marechal mas, sem dúvidas qualquer dos dois são uma maravilha somados os dois é só alegria e os praças 👎

  5. Esse senador, eleito pelos bolsonarisas do RS, quando se manifesta, só balela mesmo. votou contra a reforma tributária e no mais, nada a considerar. O inelegivel, o tratava com desdém.

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