Exército identifica novos garimpos ilegais no Parque Montanhas do Tumucumaque, no Amapá

Garimpo ilgeal na região de Lourenço, no município de Calçoene — Foto: Rafael Aleixo/g1

Ações foram realizadas durante a ‘Operação Ágata’, que tem a participação de outras forças de segurança pública


Rafael Aleixo, g1 AP — Macapá

A partir de sobrevoos durante a ‘Operação Ágata’, militares e agentes de segurança pública federais e estaduais do Amapá identificaram novas áreas de garimpagem clandestina na região do distrito de Lourenço, no município de Calçoene, no norte do Amapá. Nesta quinta-feira (11), o g1 acompanhou o Exército em um sobrevoo na região.

De acordo com o general Nagy, chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Norte, alguns locais com registro de atividades garimpeiras ilegais ficam dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, área de proteção integral.

“Tivemos uma patrulha que se deslocou para o parque nacional, onde encontrou área de garimpo. Nesse local não havia a lavra do ouro no momento. Também foram identificadas áreas anteriores mais antigas de garimpo ilegal que não tinham sido mapeadas”, descreveu o general.

Militares identificaram novas áreas na região — Foto: Rafael Aleixo/g1

O garimpo de Lourenço possui áreas com autorização de exploração e outras para pesquisas sobre a existência de ouro, porém as ações se concentram em locais onde nenhuma dessas atividades é permitida pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Os novos pontos mapeados representam grandes perigos para a região, que abriga nascentes de rios como o Calçoene e o Cassiporé. Nos garimpos, um dos principais meios para a separação do ouro de outros componentes é o mercúrio, produto altamente contaminante ao meio ambiente.

A operação conta com a participação de cerca de 500 militares das forças armadas, além de policiais civis, federais e militares.

Ainda de acordo com o general Nagy, a operação vai seguir atuando nos próximos dias para combater todo tipo de delito transfronteiriço.

“Iniciamos da operação no dia 6 de julho com a movimentação de tropas de Belém (PA) e de Macapá e estamos operando do combate a esses delitos. Estamos operando desde Clevelândia do Norte até aqui na região de Lourenço”, acresecentou o general Nagy.

De acordo com o Exército até o momento ninguém foi preso, havendo a apreensão de materiais usados nos garimpos ilegais, sendo alguns destruídos nos próprios locais.

A operação integra o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), que tem o objetivo de restringir a ocorrência de delitos transfronteiriços e ambientais nas regiões de fronteira.

“A importância dessa operação é que cada agência atua na sua área de competência. A Polícia Federal atua na fiscalização e repressão dos crimes ambientais e do tráfico de drogas”, disse Vitor Moraes Soares, superintendente da Polícia Federal no Amapá.

A Brigada Foz do Amazonas realiza ainda ações de saúde para a população que mora na faixa de 150 quilômetros ao longo da fronteira. Após passar pelos municípios de Amapá e Calçoene, os atendimento serão realizados nesta sexta-feira (12) em Oiapoque.

As ações de saúde incluem serviços de higiene bucal, atendimentos odontológicos e atendimentos médicos, que são prestados por acadêmicos de medicina, enfermagem, farmácia e odontologia. Eles são supervisionados por militares do quadro de saúde do Exército.

As ações contam ainda com o apoio do Ibama, Força Aérea Brasileira, Agência Brasileira de Inteligência, Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Trabalho; Ministério Público do Amapá, Agência Nacional de Mineração, ICMBio, Funai, Defensoria Pública do Amapá, Universidade Federal do Amapá, IMMES e Sesc.

g1– Edição: Montedo.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *