Compra de helicópteros pelo Brasil enfrenta críticas por tecnologia obsoleta e falta de infraestrutura local de manutenção.
Andriely Medeiros
O governo brasileiro está em fase avançada de negociação para adquirir 12 helicópteros Black Hawk dos Estados Unidos, uma transação estimada em até US$ 950 milhões. A iniciativa visa modernizar a frota militar brasileira, mas enfrenta críticas e desafios significativos.
Motores desatualizados no Black Hawk levantam preocupações
Os helicópteros propostos para compra estão equipados com motores T700-GE-701D, já considerados obsoletos nos Estados Unidos. Esta escolha implica que o Brasil adquirirá tecnologia em fase de substituição, sem participação no desenvolvimento de novos motores ou benefícios para a indústria nacional.
Uma das principais preocupações é a ausência de um centro de manutenção da Sikorsky no Brasil. Com isso, a manutenção dos helicópteros precisará ser realizada no exterior, potencialmente aumentando custos e dificultando a logística para as Forças Armadas brasileiras, que já operam modelos Sikorsky há décadas.
Além das questões técnicas, a compra dos Black Hawk não inclui cláusulas de offset, que normalmente exigem que o fabricante invista em tecnologia local ou em infraestrutura no país comprador. Isso significa que a aquisição não trará benefícios diretos para a indústria aeroespacial brasileira, levantando críticas sobre o retorno econômico do investimento.
Desafios logísticos e operacionais do Black Hawk e das forças armadas
A falta de um centro de manutenção localizado no Brasil representa um desafio significativo para as operações das Forças Armadas. Com a necessidade de enviar os helicópteros para o exterior para manutenção e reparos, há preocupações quanto à prontidão operacional e aos custos adicionais envolvidos. A dependência de infraestrutura estrangeira também levanta questões sobre a segurança e a confidencialidade das operações, aspectos cruciais para a defesa nacional.
A decisão de adquirir os Black Hawk sem cláusulas de offset também pode afetar as capacidades estratégicas do Brasil a longo prazo. A falta de transferência de tecnologia e de desenvolvimento de competências locais pode limitar a autonomia do país no setor de defesa, comprometendo sua capacidade de inovação e de resposta a futuras necessidades militares.
Embora a modernização da frota seja vista como essencial para manter a eficiência e a segurança das operações militares, vozes críticas questionam a falta de um planejamento estratégico mais abrangente. Argumenta-se que a compra dos helicópteros deveria estar alinhada a uma política industrial que promova a autonomia tecnológica e o desenvolvimento econômico nacional. Esses debates são cruciais para garantir que os investimentos em defesa não apenas fortaleçam as capacidades militares, mas também impulsionem o crescimento e a competitividade do setor aeroespacial brasileiro.
Repercussões políticas e econômicas
A negociação para a compra dos helicópteros Black Hawk também tem implicações políticas e econômicas significativas. A decisão de adquirir equipamentos militares dos Estados Unidos em vez de buscar alternativas regionais ou desenvolver capacidades internas pode afetar as relações diplomáticas e estratégicas do Brasil. Além disso, a falta de cláusulas de offset pode ser interpretada como uma oportunidade perdida para fortalecer a base industrial nacional e criar empregos no setor aeroespacial.
Diante das críticas e preocupações levantadas, espera-se que o governo brasileiro conduza consultas amplas e transparentes com especialistas, líderes militares e representantes da indústria antes de finalizar a compra dos helicópteros Black Hawk. A transparência nesse processo é essencial para garantir que as decisões tomadas reflitam o melhor interesse nacional e considerem todas as questões técnicas, estratégicas e econômicas envolvidas.
Expectativas e próximos passos
Nos próximos meses, espera-se que o governo brasileiro continue as negociações com os Estados Unidos e com a fabricante Sikorsky para resolver as questões pendentes relacionadas à compra dos Black Hawk. A expectativa é que sejam realizadas análises detalhadas dos impactos financeiros, logísticos e estratégicos da aquisição, visando garantir que as Forças Armadas recebam os equipamentos necessários dentro dos parâmetros desejados.
A repercussão pública e as reações de diferentes setores da sociedade serão monitoradas de perto à medida que o processo de negociação avança. Críticos e defensores da compra dos helicópteros Black Hawk continuarão a expressar suas opiniões, influenciando potencialmente o curso das decisões governamentais. O acompanhamento desses debates será crucial para entender como o Brasil planeja equilibrar suas necessidades de defesa com considerações econômicas e estratégicas mais amplas.
A negociação para compra dos helicópteros Black Hawk representa um passo importante para modernização militar do Brasil, porém não isento de desafios críticos. As preocupações sobre a obsolescência dos motores, a dependência externa para manutenção e a ausência de benefícios econômicos diretos refletem as complexidades envolvidas nesta decisão estratégica.
PETROSOLGAS – Edição: Montedo.com
18 respostas
País que não domina sua própria tecnologia militar, que não investe em bens de capital, jamais terá soberania.
O texto não tem muita noção sobre o conhecimento técnico dos mecânicos do Exército e da FAB. Os helicópteros que serão comprados virão com as peças sobressalentes para realização das manutenções das anvs .
Não há a necessidade de levar os helicópteros para os EUA para fazer manutenção. Nossos militares, técnicos em manutenção, tem know-how para realizar as manutenções.
Você não entende nada mesmo, mostra que não conhece nem de contrato de compra e venda de material bélico feito por potência para países que não são de ponta. O Brasil tem engenheiros, mecânicos e tecnos em manutenção mas os EUA em seus contratos não permitem nem se quer como faz a Suécia, China etc de fábrica uma peça que não se fornece mais, levando o país a enviar para sucata a aeronave.
E ainda estão vendendo a nossa avibras!!!!!
“Os helicópteros propostos para compra estão equipados com motores T700-GE-701D, já considerados obsoletos nos Estados Unidos”.
kkkkkkk parece até piada, mas não é, falta dinheiro pra catanho melhorado, mas pra comprar ferros velhos dos EUA tem grana.
Preparem-se, parece que esse governo quer guerriar e tá “investindo” em material e pessoal, quiçá as soldados e as e os trans que se alistaram.
boa sorte pra nóis na guerra!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
helicópteros Black Hawk a décadas são utilizados pelas FAs brasileira. Não sei porque tantos questionamentos. Cobrem Investimentos em pesquisa e tecnologia de todos os governos.
Diz a história que o iaccoca quando assumiu a crysle no EUA; eles compraram um mustangue da Chevrolet e desmontaram e montaram ele 20 e tantas vezes. Isso quer dizer que quando vc não cria, vc copia.
“mustangue”, da Chevrolet?…
Çei
O Mustang e da FORD, não da GM, e o Lee Iaccoca foi o Vice-presidente de Produtos que deu a IDEIA do que foi mais tarde conhecido como “Pony Cars”, isso foi nos anos 60, e o Lee foi contratado pela CRYSLER nos meio dos anos 70, portanto esse Produto já era bem conhecido nos EUA, a Grande “Sacada” do Iaccoca para SALVAR a CRYSLER da Falência foi “encolher a empresa”, com a VENDA DE DIVISÕES E CANCELAMENTO DE PRODUTOS que não estavam atendendo o Mercado (Curiosamente a Divisão de Tanques estava dando Lucro, mas era a que “rendeu mais” na venda: Era ela quem projetou o “XM-1 Abrams”…), e a introdução das Minivans de tração Dianteira que compartilhava a Plataforma Universal “K-Cars”.
Se vai contar um “causo”, faça cORRETAMENTE, a Biografia de Lee Iaccoca está a venda barato em todos os Sebos.
Era melhor comprar da Airbus helibras, helicópteros novos do que usados, mesmo que venham peças e motores extras.
Não são helicópteros usados.
Somos eternos compradores de sucata militar e de equipamentos obsoletos, nas três forças.
Se o “Caracal” atendesse às Necessidades das Forças armadas, sendo produzido no Brasil, você não acha que eles o teriam comprado?
Se o UH-60 está tão difundido pelo mundo, deve ser porque ele deve ser MUITO BOM para a Tarefa a qual se propõe.
Os militares tendem a não gostar de Equipamentos Piores que os potenciais adversários, pois geralmente tende a dar RESULTADOS PIORES, e isso representa na “linha de trabalho” deles, DERROTA E MORTE…
Os helicópteros são sobras de encomenda dos EUA nunca utilizados, possuem qualidade comprovada para uso na Amazônia, são utilizados no brasil pelas 03 forças sem nenhuma restrição. Offset para está quantidade é piada. O fundo desta notícia demonstra mais uma postura política, ideológica que técnica.
Bastaria um esquilo.
É só pra levar cesta basica pra indio e passear com general.
Nenhum foi usado em combate
As forças armadas tem que investir nas Empresas do Brasil, gerando emprego no país e desenvolvendo tecnologias Aki. Vamos apoiar a Empresa Helibras.
Essa Inteligência excepcional do Ministério da defesa tem somente um nome Corrupção, Infelizmente. Pobre Brasil!
a FAB adquiriu os helicopteros SABRE, que foram tirados de servico, pois nao tem pecas de reposicao. Comprar equipamento russo da nisso.