Tomás Paiva afirma que decretação de Garantia da Lei e da Ordem “não foi debatida” e que o resgate das vítimas segue como foco.
Bela Megale
O comandante do Exército, Tomás Paiva, avalia que há outras medidas a serem adotadas na crise do Rio Grande do Sul antes de optar por uma eventual decretação da Garantia da Lei e da Ordem. A GLO possibilitaria que militares atuassem na área de segurança pública do Estado. Hoje, os esforços das tropas estão concentrados no resgate das vítimas das enchentes.
— A decretação da GLO não foi debatida neste momento. Existem outras maneiras de atuar nessa crise, como o reforço com o envio de homens da Força Nacional e a colaboração das Forças Armadas em áreas como a de inteligência junto aos agentes de segurança, o que já é previsto em lei — disse Tomás Paiva à coluna.
Na quarta-feira, o Ministério da Justiça determinou a ida de mais 100 homens da Força Nacional para o RS, com o objetivo de atuar na área de segurança pública. Ao todo, serão 220 agentes trabalhando no estado, sendo parte deles dedicada aos resgates e outra ` segurança da população, que se vê ameaçada por saques e outros crimes, em meio à tragédia ambiental.
O emprego de integrantes das Forças Armadas na segurança só acontece por meio de GLO assinada pelo presidente da República.
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Tomás Paiva afirma que a catástrofe gaúcha foi o episódio que mobilizou o maior número de integrantes das Forças Armadas. Há 12 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica trabalhando direta e indiretamente na crise gaúcha, além de 94 embarcações, 348 veículos, quatro aeronaves e 17 helicópteros. O comandante afirmou à coluna que a prioridades dos militares segue concentrada nos resgates.
— Enquanto a água não baixar, seguiremos focados nos resgates, em salvar vidas. Na fase de reconstrução, também estaremos lá para ajudar a defesa civil e as outras frentes, no que for necessário — disse o general. As Forças Armadas também montaram hospitais de campanha para atender as vítimas e trabalham no transporte de itens e doações de todos os tipos para o estado.
O comandante embarcou nesta quinta-feira para Porto Alegre, para acompanhar as ações militares no RS. Essa é a quarta ida de Tomás Paiva ao estado, desde que a tragédia começou. Em duas viagens ao Estado, o general fez parte da comitiva do presidente Lula.
O GLOBO – Edição: Montedo.com