TikTok: recrutas LGBTQIA+ viralizam postando rotina no Exército Real Tailandês

recruta LGBT exército da Tailândia

‘Ser assumidamente gay não tem um efeito negativo em nosso exército’, diz recruta

GABRIEL ARAÚJO

Bastou uma postagem do perfil Quizy no X, ex-Twitter, para que uma nova leva de vídeos, originalmente publicados no TikTok, começasse a viralizar também na rede do antigo passarinho: a de membros LGBTQIA+ do exército tailandês registrando sua rotina de atribuições do serviço militar entre um ou outro “catwalk”.

“Sei lá, mas sinto que a Tailândia é um pedaço do Brasil que se desprendeu durante a Pangeia”, respondeu o perfil Léo Dias de Tabuleiro na postagem original. Não é a primeira vez que alguém faz essa comparação, especialmente considerando o modo como identidades e orientações de gênero dissidentes parecem usufruir de algum nível de tolerância nos dois países, localizados a mais de 17.000 km um do outro.

Thanyaporn Sakulnee, 24, que está num dos vídeos que viralizaram maquiando seu rosto, entrou para o Exército Real Tailandês em 2017. Ele é um homem gay que, entre acordar cedo para se exercitar e cumprir suas funções no serviço militar, decidiu gravar conteúdo mostrando sua rotina em seu perfil no TikTok, @sinyto_1122.

@sinyto_1122 ไม่ค่อยมั่นใจเลยจะมารับลูกสาวเข้ากลุ่มแต่ดันเจอแต่ผู้ชาย #หมู่นิว ♬ เลิกไม่ลง – bonythruchannel


“Ser um homem assumidamente gay não tem um efeito negativo em nosso Exército. Homens gays podem ser até mais habilidosos que os demais, não acha?”, diz ao #Hashtag, brincando. Sakulnee defende que pessoas de todos os gêneros e orientações podem servir o exército, desde que tenham as qualificações necessárias.

O problema é quando o “devem” se torna mais forte que o “podem”. Na Tailândia, todos os homens são obrigados a se alistarem para o serviço militar quando completam 21 anos. Em 2024, segundo o exército tailandês, 38.160 jovens se registraram online e fizeram a sua inscrição para o dia de recrutamento –cerca de 2.500 voluntários a mais do que no ano anterior.

Na data referida, caso o número de inscritos ultrapasse o número de vagas, um sorteio define o destino de cada um. No melhor estilo “Jogos Vorazes” –em referência ao universo criado pela escritora e roteirista Suzanne Collins –, cada recruta elegível se dirige a uma caixa e tira dela um cartão. Se preto, eles estão livres do serviço militar obrigatório. Se vermelho, eles devem comparecer ao treinamento militar em até 30 dias e servir ao exército por, no mínimo, dois anos.

Mulheres trans podem solicitar um certificado de isenção do serviço militar, desde que apresentem relatórios médicos que comprovem a transexualidade. Entretanto, ainda assim elas precisam comparecer ao dia de recrutamento e participar dos sorteios. O que poderia soar constrangedor vira, pelo menos no TikTok, um desfile de beleza e carisma para as participantes.

“A sociedade tailandesa está aberta a aceitar a diversidade sexual. É algo adequado de acordo com os princípios da convivência, com o respeito pelos direitos humanos básicos”, diz a pessoa que está por trás do perfil @joepause101. Foi ele quem, num momento de descanso e relaxamento dos treinos militares, filmou seus colegas fazendo um “catwalk” com asas de borboleta.

Ainda que reforce que os militares tailandeses são acolhedores à causa, ele prefere não compartilhar seu nome e idade por outras razões.

Contudo, lembra que, no início do mês, o Senado da Tailândia aprovou um texto que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Caso a proposta avance a ponto de se tornar lei, o país seria o primeiro do sudeste asiático a fazê-lo.

“Estou feliz em ver que as pessoas LGBTQIA+ possam viver a vida que desejam”, diz @joepause101.

FOLHA – Edição: Montedo.com

12 respostas

  1. Pelo menos os Kids Rosas não desmaiam quando recebem a visita inusitada de um Policial Federal kkk.
    E o salario ó.

  2. Eles entregando o que a instituição quer, qual o problema se gosta de rosa, preto ou tenha qualquer outro gosto ou opção sexual? Não é porque sou Hétero que Não posso aceitar pessoas com outra opção.

  3. Pensei que os militares utilizassem armas para se defenderem ou atacarem e não o sexo.

    Ninguém sabe qual o sexo de quem enviou um míssil ou atirou.

  4. Essa rolha não interessa caro Montedo, posta logo o vídeo do desabafo da Subtenente da Marinha, onde declina que mentirosos sacanearam parcela dos graduados.

  5. O “relativismo” em todos os setores culturais da vida humana está destruindo aos poucos a própria racionalidade humana, e sem que os atingidos percebam.

    Esse caso retratado no post demonstra muito bem a bestialidade cognitiva e intelectual dos dias atuais.

    A opção sexual, a preferência pessoal no ato sexual, torna-se tema central e público para toda e qualquer discussão sobre “direitos”.

    Ou seja, reduzimos toda a existência humana contemporânea à preferência individual do que se faz entre quatro paredes!?

    Tempos estranhos…

  6. O problema seria um perfil assumidamente Hetero e de sucesso. Aí seria o fim do mundo.

    Sou totalmente contra perfis que usam da farda/instituição para se auto promover .

  7. Se é verdade, digo é uma palhaçada. Sou definitivamente contra discriminação e agressão a este público, mas a forma como eles explicitam sua condição, é ridícula.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo