Militar que ficou em silêncio à PF apela a Moraes para depor de novo

Ronald Ferreira Araújo Junior — Foto: reprodução

Advogados de tenente-coronel investigado disseram a Moraes que ele pretende esclarecer relação com ex-ajudante de ordens Mauro Cid

João Pedroso de Campos
Investigado e alvo de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis, o tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araújo Júnior ficou em silêncio quando foi chamado a prestar depoimento à Polícia Federal, em 22 de fevereiro.

Ao longo de março, no entanto, a defesa dele mudou de estratégia e passou a pedir uma nova oitiva à PF. Nesta quarta-feira (3/4), Alexandre de Moraes foi acionado pelos advogados.

A primeira solicitação foi enviada à PF em 13 de março. A polícia respondeu que não havia “previsão para realização de audiência” do militar. “Caso haja necessidade de ouvi-lo dentro dos autos faremos contatos e alinharemos uma data”, afirmou uma escrivã da PF à defesa.

Na última quinta-feira (28/3), os defensores insistiram à PF pelo agendamento e propuseram a data de 24 de maio, mas, segundo afirmaram a Moraes, não tiveram resposta.

Na petição encaminhada ao ministro nesta quarta, os advogados do tenente-coronel, afastado da função pública por Alexandre de Moraes, solicitaram a ele que ordene à PF uma nova oitiva, em que Ronald Araújo Júnior responderia às perguntas.

A defesa afirmou ao ministro que ele pretende esclarecer à PF “suas conversas e seu relacionamento com o tenente-coronel Mauro Cid e os demais investigados, de forma clara e objetiva”.

As investigações da PF sobre o golpismo no governo Bolsonaro apontaram que o militar e Mauro Cid trocaram “documentos eventualmente relacionados com medidas mais drásticas”, como o “Anexo B – Levantamento de Ações do TSE em Desfavor do Candidato Jair Bolsonaro” e o “Anexo A – Levantamento de Ações do STF em Desfavor do Governo Federal”, este apontado na apuração como “possível complemento da minuta de decretação do estado de exceção, para reverter a ordem jurídica do país”.

“É de bom alvitre permitir que, sopesadas todas as circunstâncias ora postas, que demonstram que não haverá prejuízo algum ao andamento das investigações, o peticionante seja interrogado e exerça o seu direito de autodefesa, ainda que nesta fase procedimental”, disseram os defensores do tenente-coronel.

Guilherme Amado (METRÓPOLES)

Respostas de 6

  1. Militar nao cala a verdade.
    Calou e agora quer falar.
    Nao somos a reserva moral da sociedade?

    Ou isso so serve do corpo da guarda para dentro?

    Fecha o bico ronald. A PF nao é o exercito que tem tempo a perder com falas e mais falas em formaturas e reuniões. Fechou o bico agora mantém fechado ronald.

  2. Cortina de fumaça, diversionismo, dissimulação para implementar controle e censura sobre redes sociais, comentários em blogs, opiniões diversas, controle financeiro pelo COAF e policia sem autorização judicial, sobre qualquer cidadão que julgarem estar ameaçando projetos de poder de controle social. Se o crime invade tua casa e vc reage a audiência de custodia libera o crime e prende a vítima. Invasões de propriedade são permitidas sob alegação de “justiça social. Muitos crimes devem estar sendo cometidos nos rincões do Brasil e nem sabemos. Brevemente nosso IP será publico, localização e quem sabe, a própria câmera do celular irá fazer denuncias. Em Breve!

  3. Como é de conhecimento, o direito ao silêncio é um consectário do nemo tenetur se detegere, sendo este uma garantia da não autoincriminação, segundo o qual ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, ou seja, ninguém pode ser forçado, por qualquer autoridade ou particular, a fornecer involuntariamente qualquer tipo de informação ou declaração que o incrimine, direta ou indiretamente. Trata-se de princípio de caráter processual penal, já que intimamente ligado à produção de provas incriminadoras.

    1. Isso esta no ambito das leis, não da ética ou da moral.
      Nossa ética é diferente, quer dizer, dizem que é, eu digo que não.
      Escreve isso na sua FATD, ou tente imaginar o recruta escrevendo isso.

      Tente imaginar o recruta escrevendo sobre a parte do oficial de dia que o lancou por estar com o cabelo grande: é mentira.

      E ai fica a palavra de um contra a do outro.
      É assim que funciona no exército?

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