Exército vai apurar se houve punição a oficiais da ativa que assinaram carta pró-golpe

Carta aos oficiais generais

 

Assunto apareceu em depoimento dado à PF pelo ex-comandante da tropa, Freire Gomes. Atual comandante, Tomás Paiva determinou análise de nomes e quais foram as punições supostamente aplicadas.

Julia Duailibi

O Exército vai apurar quem são os oficiais da ativa que assinaram carta para pressionar o ex-comandante da força, Freire Gomes, a aderir ao golpe tentado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

O atual comandante, general Tomás Paiva, quer uma análise aprofundada para saber se de fato houve uma punição, num ato que é considerado ilícito: militares da ativa não podem se posicionar do ponto de vista político.

A carta foi articulada por militares nos dias após o segundo turno, quando as conspirações a favor de um golpe aumentaram. De acordo com a investigação da Polícia Federal, no dia 28 de novembro de 2022, militares da ativa articularam uma reunião no salão de festas de um prédio na quadra 305, na asa norte de Brasília.

Desse encontro saiu uma carta, cujo teor foi enviado para o celular de Mauro Cid às 20:02 daquele dia. O título dela era “Carta ao Comandante do Exército De Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”. O texto falava que “covardia e injustiça são as qualificações mais abominadas por soldados de verdade” e fazia críticas ao Judiciário.

No depoimento à PF, Freire Gomes aborda a questão e fala em punição. Diz que a publicação da carta foi feita para pressioná-lo, disse que não considerava lícita a manifestação dos oficiais da ativa e que foi informado do fato pelo Centro de Comunicação Social do Exército.

“Determinou que fosse feita uma apuração em todos os Comandos de Área para que identificassem e tomassem as providências cabíveis; que foi identificada a participação de alguns miliares que foram punidos na medida de suas participações no ato”, afirmou Freire Gomes à PF, sem citar nomes nem punição.
No domingo (17), em sua coluna no jornal O Globo, Miriam Leitão pegou o trecho do depoimento de Freire Gomes e questionou: “Mas quem são eles? E que punições? Isso ele não disse nem lhe foi perguntado”.

A adesão ao texto formal começou a ser feita de maneira virtual. Na quebra do sigilo de telefone de Cid, a PF descobriu que quem mandou o texto para ele foi Bernardo Correa Netto, que atuava no Comando do Sul e que acabou sendo alvo de prisão na investigação sobre o golpe.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a PF já identificou dois nomes de coronéis da ativa que assinaram o texto.

g1

12 respostas

  1. Para mim, o Freire Gomes jogou para a galera, porque o sonho de ser herói subiu a cabeça. no máximo, deu uma bronca para mostrar que ele manda.
    Cansei de ver isso. Quando se trata de amigos fazendo M, levam um puxão de orelha, ouvem algumas palavras exaltadas, mais nada.
    Se fossem desconhecidos, ou desafetos da carreira, tudo cairia de ruim na cabeça, conforme a lei.
    No caso, os golpistas eram amigos.

  2. Eu como praça da ativa nem sabia dessas Reuniões e tentativa de arquitetar um golpe.

    Infelizmente se teve mesmo devem Ser punidos.

    Porque o Exército nao descobriu fraude.
    O Exército nao foi claro no seu Relatório
    O relat por sinal que demorou demais pra ser divulgado.

  3. Pura hipocresia desse cara, quando a frente do CM do Sudeste o mesmo fez uma declaração tão politica que consegui o que ele queria…

  4. Duvido que tenha tido punição.

    Achou que a PF não iria se interessar em mais detalhes. Achou que iria “lacrar” com a narrativa de que puniu quem cometeu esses “deslizes”.

    Agora eu pergunto: se não houve punição, o EB vai responder a verdade ou vão elaborar FATD e notas de punição retroativas para salvar a narrativa do “heroi”?

    1. Jaimex
      Em que mundo paralelo vc está?
      “agilidade pra recomposiçao dos soldos”
      Jesus!
      As FFAA está mais queimada que carvão de churrasco.
      Com muito trabalho nos bastidores e estancamento dessa sangria:
      – talvez no meio do ano que vem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo