“Não se pode ter mais militar no Ministério da Defesa”, diz Gilmar Mendes

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Presença de um general na Defesa no governo de Jair Bolsonaro foi um equívoco, segundo o ministro do STF

MARCELA RAHAL

O ministro do STF Gilmar Mendes afirmou ao programa Ponto de Vista, de VEJA, que a presença de um militar no Ministério da Defesa no governo de Jair Bolsonaro foi um equívoco. O decano da Suprema Corte se referia ao general do Exército Paulo Sérgio Nogueira, que participou da reunião, com o ex-presidente e ministros, investigada pela PF sobre a tentativa de golpe.

“Não se pode ter mais militar no Ministério da Defesa. Foi um grave erro ter admitido isso. Isso deveria ser alterado por emenda constitucional, porque nós vimos o ato de servilismo que ele demonstra [Paulo Sérgio]. O que essas pessoas que tinham funções públicas estavam fazendo nessas reuniões? Que tipo de trama havia?”, questionou Gilmar. O magistrado ainda sugeriu que isso fosse alterado por emenda constitucional.

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Segundo a PF, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira comparou o Tribunal Superior Eleitoral a um “inimigo”, e sugeriu durante essa reunião, em julho de 2022, uma maior presença das Forças Armadas para garantir a reeleição do ex-presidente.

“Para encerrar, senhor presidente, eu estou realizando reuniões com os comandantes das Forças quase que semanalmente. Esse cenário, nós estudamos, nós trabalhamos. Nós temos reuniões pela frente, decisivas para a gente ver o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas para que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições transcorram da forma como a gente sonha”, afirmou o general.

Mendes acredita que o importante é que as autoridades presentes na reunião expliquem as falas que foram gravadas e que “tipo de trama” havia ali.

“Estavam propondo uma ruptura da ordem constitucional [na minuta golpista]. Eu acho que aquela reunião é talvez um dos momentos mais baixos da República, e falo da República iniciada em 1889. E é também uma chance de nós refazermos algumas instituições, discutirmos por que este envolvimento político de grupamentos militares nessa seara, em searas tipicamente políticas. Qual é o sentido de fazer-se manifestação em quartéis para intervenção do Exército? Não se legitima, o Exército não tem título para intervir”, completou.

Assista à entrevista completa abaixo:

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20 respostas

  1. Todos x que deve militar no ministério da defesa o pessoal das baixas patentes e pensionistas, veteranos só se ralaram. Realmente não pode ter militar no ministério da defesa visto no Bolsonaro que só pensaram neles e ainda queriam dar um golpe e se perpetuar no poder e ao contrário são mi mi mi dos seguidores do ex presidente Jair Messias Bolsonaro o falso Messias o espalhador de fakes, ódio e usa Deus em vão. O pai da mentira o diabo 👿. O tempo é o senhor absoluto da razão.

    1. Nunca vi tanta asneiras, num comentário só. Deve ser o consumo excessivo de pão com mortadela, oferecido gratuitamente pelo “encantador de burros”….

  2. Acho que vou viver pra ver Jean Willys de ministro da defesa hein kkkkkkkkk
    tudo isso graças ao “minto” que só pensou em vender jóias e algumas bijouterias.

  3. Um cretino como esse que vai a uma festa de Petistas Comemorarar a vitória do nine, Falar em SERVIlISMO??? Esse país sempre será o atraso e escárnio do mundo.

  4. Para ser ministro do STF, a Constituição exige “apenas”: (a) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade e (b) notável saber jurídico e reputação ilibada (artigo 101). Não precisa ter idoneidade Moral.

    Na Constituição já retiraram a possibilidade do brasileiro naturalizado ser ministro da defesa e pretende retirar os militares e quem sabe os ex-militares de serem ministros da defesa, nesse caso o serviço militar não poderia ser obrigatório, pois estariam comprometendo o futuro do cidadão, manchando sua reputação e diminuindo sua oportunidade de trabalho.

    Os especialistas na área de defesa não podem ser Ministro da Defesa, em sua própria área de atuação.

    Estranho essa proposta.

  5. Alguém avisa a esse Senhor que nem Juiz e que a escolha dos Ministros e discricionário do Presidente da Republica, ou seja, ele coloca na função quem ele quiser ou bem entender mesmo que ele não entenda nada do assunto partindo do ponto de vista que estará e frente de uma equipe técnica.

  6. “Não se pode ter mais militar no Ministério da Defesa…” O que devemos é ter Cozinheiros no MD, taxistas no Ministério da Saúde, médicos no ministério da justiça, padres no ministério do meio ambiente…e por aí vai…

    Cargos de confiança permitem que aberrações assumam postos incompatíveis com sua capacidade intelectual ou moral. E depois temos que ouvir impropérios sem poder contestar, caso contrário estaremos incorrendo em “ato antidemocrático”.

  7. Acho que vc tem uma enorme dificuldade em interpretação de texto por menor que seja. O que eu disse é que o cargo de Ministro e privativo do Presidente da Republica, Ja que ele gosta de apresentar sugestões eu também tenho uma, que o Cargo de Ministro do STF fosse privativo da magistratura e acabasse com o cabide de emprego de advogados que não conseguem passar em concurso ou sequer tentam e depois acabam indicados para exercer a função, tipo o que aconteceu com ele.

  8. Certíssimo o decano do pretório, pois bem cabe explicar a essência do pensamento dele que a EC-23/99 criou o Ministério da Defesa, extinguindo os antigos Ministérios de cada Forças, colocando como ministro um civil e qual o fundamento disso? Para que o Comando das Forças ficasse sob a tutela de um civil, bem como demais servidores daquele ministério, no entanto o que se viu após queda da “Presidenta” e em especial no último governo foi um aparelhamento do MD com tantos militares que se desvirtuou o intento da EC-23, sendo até estopim a intentona bozonarista. Eu compactuo com o comentário do Decano.

  9. Um desabafo de um velho guerreiro. Nas minhas experiências na área da política partidária junto ao governo anterior. Hoje me parece que o governo anterior preparou o caminho para que o governo atual pudesse fazer essas desgraças no Brasil. Os caras desconfiavam de tudo na hora de indicar alguém para um carguinho de bosta. Digo não indicavam amigos que tinham capacidade para um cargo. Mas preferiram sempre Generais, coronéis e etc. Praça nem pensar. Agora assistindo o Dino tomar posse no STF, fico indignado mas percebo como a esquerda está anos luz preparados politicamente que a direita. Tudo que está acontecendo hoje no desgoverno do Brasil o Capitão e sua guangue de patetas tem boa parte da culpa.

    1. Quando leio o termo Presidenta paro de imediato, já sei de quem se trata e de que lado está. Daqui a pouco vai dizer que o mensalão e o petrolão não existiram e se admitir que existiu o partido dos Trabalhadores não sabia de nada e não participou de sua orquestração.

  10. Vivemos tempos absurdos no Brasil.

    Qualquer cidadão poderia criticar a presença de um militar no ministério da Defesa, menos esse ministro.

    Poderíamos perguntar também que “tramas” fizeram os seus colegas para descondenar o Barba.

    Esse “decano do pretório (sic)”, como citou aí o nosso “jurista da shopee”, não se considerou suspeito no processo em que concedera habeas corpus ao líder da “máfia dos transportes” do Rio de Janeiro, cuja filha ele – o “decano” – fora padrinho de casamento.

    Por isso, estamos mesmo vivendo em tempos absurdos e estranhos.

  11. ““Não se pode ter mais militar no Ministério da Defesa”, diz Gilmar Mendes”
    Segue o mesmo Raciocínio da ideologia As forças armadas têm que ser Civis compostas por Milícias isso eles entendem bem.
    Mas como são constituídas as forças ministérios das defesas e aconselhamento dos chefes de estado onde seguem a ideologia tão proclamada e adorada por eles?
    Será que lá ministros podem dar tanto pitaco em Áreas que não lhe são afetas?

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