Aumento de mulheres no Exército é “projeto a longo prazo”, dizem oficiais

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, comemorado na próxima terça-feira (8), conheça o desempenho de oficiais nas fileiras do Exército Brasileiro, cuja presença feminina contabiliza mais de 13.100 militares, perfazendo aumento de 6,42% nos últimos dois anos. Dezenas delas já chegaram ao topo da carreira. - (crédito: Jackson Mendes-Curitiba (PR)

Oficiais generais lamentaram a forma como o parecer jurídico foi escrito e avaliam que era necessária uma explicação “menos técnica” para justificar a restrição

Jussara Soares, Larissa Rodrigues da CNN

Brasília – Diante da repercussão negativa sobre as restrições impostas às mulheres para ingresso no Exército, integrantes da Força Armada alegam que o aumento da presença feminina nas carreiras militares se trata de “um projeto a longo prazo.”

Argumentam ainda que é preciso uma adaptação — até mesmo da estrutura dos quartéis — para receber um contingente feminino maior.

Oficiais generais lamentaram a forma como o parecer jurídico foi escrito e avaliam que era necessária uma explicação “menos técnica” para justificar a restrição. O texto aponta “fisiologia feminina” como limitador para acesso de mulheres ao Exército.

“É necessário reconhecer que a fisiologia feminina, refletida na execução de tarefas específicas na zona de combate, pode comprometer o desempenho militar em operações de combate, dependendo do ambiente operacional”, diz o parecer do Exército.

Ainda de acordo com o Exército, as atividades militares relacionadas ao combate — caso da infantaria, cavalaria e artilharia — possuem elevado nível de exigência, incluído força muscular, potência anaeróbica e resistência física.

“Baixo nível de aptidão física […] expõe aqueles menos preparados a riscos, limita a prontidão da unidade, aumenta o número de hospitalizações e de afastamento das atividades funcionais. Os estudos também demonstram que as mulheres militares podem ter duas a três vezes mais chance de terem lesões e fraturas”, completa.

Em caráter reservado, oficiais rebatem as críticas dizendo que a exigência física das atividades militares não podem ser comparadas a de outras carreiras como magistratura, por exemplo.

Militares argumentam ainda que há necessidade até mesmo de adaptações nas estruturas do Exército para receber um aumento do contingente feminino, o que ainda não há previsão de ocorrer. Por exemplo, ampliar espaços, como dormitórios para mulheres.

A prioridade do Exército, neste momento, é a construção da Escola de Sargentos da Zona da Mata, cujo termo de compromisso foi assinado na semana passada em Pernambuco com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A possibilidade de mulheres ingressarem na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) só ocorreu após a aprovação de uma lei em 2012. A proposta partiu da ex-presidente Dilmar Rousseff (PT).

As primeiras mulheres oficiais, que entraram na Aman, em 2018, só se formaram em 2021. Elas correspondem a 10% do total de 400 cadetes que ingressam na academia todos os anos.

Atualmente, mulheres só podem se especializar nas armas (atividades) de Intendência, Material Bélico e Comunicações, que, segundo o Exército, não demandam o manuseio de equipamentos pesados.

De acordo oficiais, com o tempo será possível preparar fisicamente aquelas mulheres que demonstrarem interesse em estar à frente da linha de combate do Exército. Ou seja, poderiam ingressar nas armas de Artilharia, Cavalaria, Infantaria e Engenharia.

Porém, não há prazo de quando isso irá ocorrer.

CNN Brasil

20 respostas

  1. O parecer do Exército foi bem claro. Só não entendi quem não quer. Foi bem elaborado. As mulheres tem que ficar com funções Técnicas. Na linha de combate tem que ter resistencia fisica e força, fora as noções de combate.

    1. Estou na linha de combate ha 23 anos.
      Combati mosquito da dengue e mal humor dos outros.
      O mais cansativo que fiz foi uma marcha.
      Que combate?
      Que combate?
      Pra formatura elas aguenta sim.
      Aguenta ficar andando em shopping entao aguenta as palavras do coronel invocando valores nossos.
      Vamos parar de nos enganar. Que combate?
      Ve se na PMERI tem, elas subindo o morro lá enquanto vc faxina a sala dos jogos de guerra.
      Veja a ucrania, um drone destruindo um blindado e matando sua guarnição e vc falando de forca fisica….
      Ta ainda na epoca do toros e se recusa a ver como é uma guerra moderna ainda quer falar em combate.

      Vamos falar de disco voador entao. Tambem sabemos tudo de disco voador.

      1. A maioria.
        Sao seres infantilizados, com valores que eles acham que regem o mundo, com suas mesas cheias de bonequinhos, medalhinhas… com suas fardas enfeitadas, preocupados com o que o coronel vai achar da faxina da companhia.

        Tem alguma duvida disso? Ou só eu que cruzei com esse tipo de gente?

  2. Já existem mulheres em funções de menos expressão, como o serviço de saúde, o ime e o qco. Elas estão “representadas” como se diz.

    Não tem como colocar uma mulher os cursos das armas base. Isso é uma forma de enfraquecer nosso exército. Vão nivelar por baixo a formação caso isso aconteça.

    1. Só o trauma coletivo gera a união coronel, essa pauta é dos estrelados que por tanto tempo chamaram o exercito de seu. Agora nós graduados só observamos a força ser bombardeada pela midia e pelo politicamente correto. Como o eb nunca foi de praça só observo e vejo aonde o barco do progresso vai nos levar. Kkkkk

  3. Olha só em que fase nos encontramos.

    Segundo a reportagem, oficiais generais não declararam não concordar com o texto do parecer.

    Ora, a AGU escreveu o parecer com informações e dados emitidos pela Instituição. Sabemos que nesses casos é a Instituição que marca a linha de defesa da AGU.

    Agora, com a repercusão negativa, vem esses estrelados – com receio da queda no “indice de confiança” e querendo “lacrar” – dizer que o parecer não foi escrito como a Instituição pensa.

    Recentemente, um capitão dos Portos orientou os beneficiários do sistema de saúde da Marinha procurar o SUS. Após a repercusão voltou atrás.

    Parece que temem até assumir o que pensam e decidem.

    E se dizem homens da guerra, preparados para a guerra.

    Que fase.

  4. Esse negocio de ideologia nao ajuda em nada. Mulher em força armada definitivamente foi provado que nao da certo.
    Reportagem tendenciosa e sem conhecimento de causa.
    Exercito precisa melhorar a condiçao salarial da tropa.

  5. Colocam mulheres no Exército, mas não as colocam na Guarda porque é “serviço de homem” ou porque não sabem lidar com soldados.

    Me ajudem aí, né!

  6. Aumentar o número de mulheres no Exercito Brasileiro…

    A maioria delas não querem nada mia gente!!

    Temos que antes colocar direitos e DEVERES iguais.

  7. Uma HISTÓRIA que aconteceu na OM que sirvo:

    O sgtte da ccap disse para tropa que apartir daquele dia as sargentos do seguimento feminino iriam concorrer a escala para aplicar o TFM nos recrutas kkkkk.

    As mesmas entraram em alvoroço na mesma hora, o Cmt de CIA disse que conversaria com o Stte depois e no final… é lógico que elas não entraram na escala.

    Digo com toda tranquilidade: a maioria das mulheres do EB só querem os direitos, aconchabram e se esquivam de toda missão.

  8. Aqui no Btl onde eu sirvo, uma tentou me seduzir para não voltar para escala! Rs, Ela disse que serviço era coisa de homem. Perguntei se ela estava ganhando a mesma coisa que o 3Sgt homem e ela disse que isso não vinha ao caso. Resultado final: voltou para escala! Mas conheço muitas que são ” beneficiadas “

  9. Alguns países As Mulhers nas FAs é uma necessidade, o que não ocorre no Brasil, por diversos motivos.

    Os que pensam no Exército como instituição, são contra. Os que pensam em si próprios, são a favor.

    Aqueles que já trabalharam com mulheres sabem que elas tem seu próprio modo de trabalhar e suas fragilidades como mulher, o que é perfeitamente natural.

    Lembro-me de um colega que não dava moleza para as Sargentos, diferente de outros que as mimavam, e quando lhe perguntavam, respondia: “não estou aqui pra arrumar namorada!”.

  10. Que faze.
    Generais com medo de assumir o que pensam “com medo de repercussao negativa”.
    “Nao é bem isso, nao foi isso que quis dizer…”

    É só imagem meu povo. É so imagem.

  11. A Solução É Simples, Se Passarem Pelo Curso De Formação São Capazes De Seguir Na Carreira Militar Em Qualquer Área.

    De Acordo A Lei 9786/1999, Os Cursos Devem Submeter Os Alunos A Provas Teóricas E Práticas Para Serem Aptos A Ocuparem Os Cargos E Desempenhar As Respectivas Funções Pretendidas, A Fim De Qualifcá-Los A Carreira Militar, Portanto Todos Os Alunos, Independentemente Do Sexo, Devem Ter O Mesmo Tratamento, Quem For Aprovado Segue A Carreira Militar Normalmente.

    O Serviço deve ser igual para todos os militares independente do sexo.

    LEI Nº 9.786, DE 8 DE FEVEREIRO DE 1999.

    Art. 1º É Instituído O Sistema De Ensino Do Exército, De Características Próprias, Com A Finalidade De Qualificar Recursos Humanos Para A Ocupação De Cargos E Para O Desempenho De Funções Previstas, Na Paz E Na Guerra, Em Sua Organização.

    Parágrafo Único. A Qualificação É Constituída Pelos Atos Seqüentes De Capacitação, Com Conhecimentos E Práticas, E De Habilitação, Com Certificação E Diplomação Específicas.

    1. Não entendo porque aqui no Brasil tem essas discussões sobre a capacidade feminina de adequarem às exigências operacionais das forças armadas, nós EEUU tem brigadas paraquedas só de mulheres, fazem saltos com todos os tipos de armamentos e equipamentos, pilotam caças de guerra dos mais sostificados, combatem em grupos elites juntamente com os homens e não deixam nada a desejar, um exemplo claro está aí em Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas, tem mulheres nas frentes de combate em todas as situações, será que só as mulheres brasileiras possuem esta certa “fragilidade”?

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