Servir no Exército dos EUA tem sido uma jornada de aprendizado que requer a convicção de que nossos esforços podem construir um futuro mais seguro para todos
Antônio Caiado*
Servindo há muitos anos nas forças armadas dos Estados Unidos, minha experiência é marcada por uma imersão profunda nas operações militares e numa compreensão aprofundada da diversidade e inclusão dentro das forças armadas. Recentemente, entre 17 e 26 de outubro, nossas bases em Al-Tanf, na Síria, e Al Assad, no Iraque, enfrentaram uma série de 55 ataques de grupos militantes alinhados com o Irã. Esses ataques, empregando mísseis e drones sofisticados, resultaram em quase 60 feridos entre nossos soldados. Essa onda de ataques não só destaca a evolução tecnológica da guerra moderna, mas também ressalta a necessidade de constante vigilância e adaptação às novas formas de ameaças.
Em Al-Tanf, 32 dos nossos bravos soldados foram feridos, enquanto em Al Assad, 13 sofreram ferimentos. Além dos danos físicos evidentes, as repercussões psicológicas e emocionais desses ataques são profundas. 15 soldados em al-Tanf e quatro em al Assad foram diagnosticados com lesões cerebrais traumáticas, um tipo de ferimento que muitas vezes permanece invisível, mas tem impactos de longo alcance na saúde e bem-estar dos militares. Como alguém que está na linha de frente, essas estatísticas representam mais do que números; são a realidade vivida por nós, onde cada soldado tem uma história, uma família, sonhos e esperanças.

A diversidade dentro das forças armadas dos EUA é uma fonte de força e resiliência. Uma recente pesquisa realizada pelo Instituto de Política Social e Entendimento indicou que os americanos muçulmanos estão tão propensos a servir nas forças armadas quanto qualquer outro grupo demográfico do país. Este fato é emblemático da natureza inclusiva e plural das forças armadas, onde 11% dos entrevistados muçulmanos expressaram disposição para servir, superando os percentuais de católicos, protestantes e participantes não religiosos.
O Exército, a Marinha e a Força Aérea dos EUA adotam políticas que respeitam e protegem a expressão religiosa dos membros do serviço, incluindo sikhs e muçulmanos, promovendo um ambiente onde a diversidade é vista como um ativo valioso. Essas políticas são um testemunho do compromisso das forças armadas com a inclusão e respeito pelas diferentes culturas e crenças, fortalecendo a coesão e o espírito de equipe entre os soldados de diferentes origens.
Em nossas missões no Oriente Médio, nos focamos no apoio e aconselhamento às forças locais, desempenhando um papel crucial na luta contra o extremismo e na busca pela estabilidade regional. A frequência e intensidade dos ataques que enfrentamos não só testam nossa capacidade de resposta, mas também reforçam a importância da solidariedade e do apoio mútuo em condições adversas.

Servir no Exército dos EUA neste contexto desafiador tem sido uma jornada de aprendizado contínuo e de crescimento pessoal. Enfrentar estas ameaças e trabalhar para construir a paz em uma região marcada por turbulências requer resiliência, adaptabilidade e, acima de tudo, a convicção de que nossos esforços são fundamentais para um futuro mais seguro e estável. A experiência de servir ao lado de colegas de diversas origens e crenças reforça a ideia de que, apesar das diferenças, compartilhamos um compromisso comum com os valores de honra, coragem e dedicação.
*Brasileiro, atua nas forças armadas dos Estados Unidos desde 2009. Atualmente, serve no 136ª maneuver enhancement brigade (MEB) senior advisor analisando informações para proteger tropas americanas em solo estrangeiro.
Uma resposta
Enquanto isso, por aqui, os altos estudos fazendo suas analises (como aquela que a russia ia tomar a capital ucraniana em uma semana) ou os quids pretos fszend formatura e tirando fotos com os bandidos que a CORE/PCERJ matou.
Parabens, combate.