Mensagem foi recuperada pela PF e mostra ligação entre empresário e coronel Gláucio Guerra e Braga Netto, ex-interventor do RioLetícia Cotta
Conversas obtidas pela Polícia Federal (PF) ligam o nome do general Braga Netto ao caso da superfaturamento de coletes à prova de balas durante uma intervenção federal no Rio de Janeiro (RJ). Elas foram recuperadas do celular do empresário e coronel Gláucio Octaviano Guerra no aeroporto de Dulles, na Virgínia. No conteúdo, destaca-se a fala de Guerra ao seu irmão, o ex-auditor fiscal Glauco Octaviano Guerra, onde ele afirma que “02 do Exército Brasileiro, que foi o interventor federal, está do nosso lado”.
O general Walter Braga Netto teve seus sigilos telefônico e telemático quebrados na última terça-feira (12/9), após a PF deflagrar a Operação Perfídia. Ele foi às redes sociais ainda ontem para afirmar que todos os trâmites legais foram seguidos na aquisição dos coletes. Braga Netto não foi alvo da operação, mas é investigado.
“Estive em um almoço na sexta passada com o general Braga Netto e comentei sobre a liberação dos coletes de proteção balística para a Polícia do RJ, em estudo nessa Casa Civil da PR [Presidência da República]. Ele disse que iria dar uma ‘força’ junto ao senhor para atender ao que pleiteamos”, afirma o general Paulo Assis em diálogo, por e-mail, com o responsável pelo contrato dos coletes.
Gláucio Guerra compartilhou o print com o irmão e depois enviou áudio afirmando que o “02 do Exército Brasileiro, que foi o interventor federal, está do nosso lado”, referindo-se a Braga Netto.
As conversas foram obtidas inicialmente pelo serviço de imigração dos Estados Unidos (EUA), e compartilhadas à PF. Nelas, o general teria prometido ajudar nas contratações superfaturadas e sem licitação, de acordo com o Estadão.
Além de coronel da Aeronáutica reformado em 2016, o coronel Guerra também é empresário, tendo fundado a Guerra International Consultants, no estado de Maryland (EUA), e se tornado sócio da empresa CTU Security LLC, investigada na Operação Perfídia, da PF.
“O Queiroz é o intendente do negócio, o cara que organiza as compras, o que faz as operações de orçamento, entendeu?”, afirma o coronel Guerra em uma das mensagens, em referência ao coronel Robson Queiroz Mota, com o qual o general Braga Netto teria se encontrado em 2020, em sua própria casa.
O Metrópoles tenta contato com ambos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Entenda o caso
A operação apura suspeita de crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais.
A empresa CTU chegou a receber o valor integral, R$ 40,2 milhões, em janeiro de 2019. Após a suspensão do contrato pelo TCU, a quantia foi devolvida em setembro do mesmo ano.
A apuração começou graças a uma cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), que alertou sobre o contrato entre a CTU e o governo.
A descoberta ocorreu enquanto as autoridades americanas investigavam o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïses, em julho de 2021. A empresa foi responsável pelo fornecimento de logística militar para destituir Moïses e substituí-lo por Christian Sanon, segundo a PF.
3 respostas
O único “mérito” do ParMito foi permitir que agora todo o país conheça a essência desses senhores e vejam que eles podem ser desonestos e até cometerem crimes como qualquer indivíduo sem caráter.
Sim, pois no passado recente, dentro da caserna, sempre se apontava para as praças como os únicos militares desonestos. Para os integrantes dos “estamentos superiores”, oficial era sinônimo de honestidade.
No início dos anos 2000, o ordenança de um ex-comandante flagrou-o conversando com outro comandante que o visitava e ouviu claramente o mesmo afirmar: “não tem jeito, praça sempre é golpista, não é de confiança”.
Por isso, muito obrigado ParMito por retirar essa máscara de honestidade desses falsos patriotas.
Se veio da mesma sociedade brasileira, tem os mesmos vícios e qualidades que os demais, seja oficial ou praça.
Simples assim.
Os militares Estavam quietinhos dentro do quartel, fazendo as suas falcatruas e contando sempre com a Benevolência e Omissão do MPM. Caíram no conto do bolsonaro, colega de turma e amiguinhos de academia. Nós Quartéis quem carrega o piano sao os Praças, que tocam as Seções E os oficias apenas assinam os mais variados Documentos. Venderam a lorota de que os oficiais Militares, eram os mais competentes e honestos, o ultimo bastiao de moralidade do pais. Com o passar do tempo, sem o Guarda-chuva de um MPM Açodado, Começam a pipocar os casos Incompetência e mau uso de Dinheiro publico para beneficio Dos colegas de turma. O Cabide de emprego que e a Poupex para os generais da reserva, e o cabide de emprego para as filhas e esposas de generais que Não conseguem emprego na Iniciativa privada, ou fazem um concurso. Aquela Incompetência que ficava apenas internamente, agora foi escancarada para todos.
Disse tudo