Operação que envolve Braga Netto agrava crise na imagem do Exército

O ministro da Defesa, Braga Netto, e o presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto — Foto: Alan Santos/PR

Suspeita de fraudes da intervenção do Rio se soma a delação de Mauro Cid, que deve entregar Bolsonaro e seus generaisBernardo Mello Franco
A cena foi rude até para os modos do governo Bolsonaro. Em café com jornalistas, o general Augusto Heleno encenou um ataque de fúria ao ouvir o nome de Lula. “Presidente da República desonesto tinha que tomar uma prisão perpétua. Isso é um deboche com a sociedade”, bradou, dando murros na mesa.

Na época, Lula estava preso e Bolsonaro despachava no Planalto. Quatro anos depois, Lula está no palácio e Bolsonaro teme ir para a cadeia. O cenário ficou mais próximo após a delação de Mauro Cid.

O tenente-coronel prometeu abrir a caixa-preta do governo do capitão. Enrolado em oito inquéritos, ele era muito mais que um ajudante de ordens. Vendia presentes oficiais, falsificava documentos, organizava reuniões de cunho golpista.

Além de entregar o ex-presidente, Cid deve complicar generais que mandavam e desmandavam em seu governo. Segundo a colunista Mônica Bergamo, a delação atingirá personagens como Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos e o próprio Heleno, que anda sumido desde que o golpe fracassou.

Até pouco tempo atrás, Bolsonaro se desmanchava em elogios ao assistente. Descrevia seu faz-tudo como um integrante da família. “Tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho”, disse, em maio.

Depois que as investigações sobre as joias avançaram, o ex-presidente mudou o tom. Em agosto, declarou que o auxiliar “tinha autonomia”. “Não mandei ninguém vender nada”, assegurou. Para a defesa do tenente-coronel, foi a senha de que ele seria abandonado à própria sorte.

Se contar tudo o que sabe, Cid causará novos estragos à imagem das Forças Armadas. Há dois meses, o Exército subestimou o escândalo e orientou o oficial a vestir farda na CPI do Golpe. A delação ainda não veio a público e os estrategistas da caserna já têm outra crise para administrar.

Ontem a Polícia Federal saiu às ruas para apurar fraudes na compra de coletes à prova de bala durante a intervenção federal no Rio, chefiada por Braga Netto. A operação foi batizada de Perfídia, como o bolero traduzido por Lamartine Babo: “Distraída no ambiente luxuoso/ Em que que sempre vivias/ Tu deixaste que murchassem/ Minhas flores…”.

O Globo

12 respostas

  1. O general é candidato a prefeito do Rio, por isso que requentaram esse caso … isso tem dedo, é Lógico, do Dino …

    1. O Rio não tem sorte com governantes, seja governador ou seja prefeito, mas ainda bem que não teremos o Braguinha para candidato a prefeito, pois vai de reto…kkkkkkkkkkk

  2. E não se esqueçam do nepotismo na Poupex investigado pelo TCU.

    Oxalá, que se faça uma devassa e quebrem de vez a máscara da honestidade que sempre usaram.

  3. Os traidores dos Praças e das Pensionistas destes estão provando o amargo sabor da derrota. Mentiram, enganaram, iludiram, tripudiaram, e hoje estão pagando com o preço com a desonra. Daqui a pouco, a cadeia.

    1. Pura verdade SO MB, em um país sério o bozonario teria prisão perpétua e em um país igual ao que ele tentou idealizar iria para o paredão!!!

  4. Não importa quem é o General, eles são nossos superiores e devemos sempre Obediência a eles. Acho mesmo que devemos até GRATIDÃO, pois se consegui as minhas vantagens salariais com a Lei 13.954, isso agradeço aos generais Do governo bozo. Agora meu general Tomás já disse que vai conceder um belo reajuste linear de 9% e ninguém vai mexer coisa nenhuma na lei, que diga-se de passagem, é muito boa. Que venha logo meus 9%.

    1. Lembre-se que vocês com AE estão a um passo de irem para o Regime Geral da Previdência Social, pois era a vontade do Bozo e pode se concretizar o mais rápido do que se imagina…kkkkkkkkkkk

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo