Coronel é apontado por Delgatti como a ponte entre o hacker e o alto comando do Exército

Coronel Marcelo Jesus - Reprodução/Redes Sociais

Na CPI do 8 de janeiro, depoente afirmou que militar intermediava seu contato com o general Freire Gomes; citado na trama do golpe investigada pela PF

Luísa Marzullo
O hacker Walter Delgatti afirmou nesta quinta-feira que o coronel Marcelo Jesus, que atuava no Alto Comando do Exército, era o responsável por intermediar o seu contato com o general Freire Gomes. De acordo com Delgatti, o militar esteve em manifestações após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas e pedia para que ele autenticasse relatórios fraudulentos sobre o processo eleitoral:
— Na época havia relatórios de um argentino que fez uma live. Ele me enviava e pedia que eu autenticasse, só que com dados que estavam no TSE, porque o relatório pega o banco de dados. A ideia dele era que eu fosse no relatório, fosse até o site e confirmasse se realmente aquele dado que estava no relatório constava no site do TSE. Então, por diversas vezes eu realizei essa autenticação de relatório a ele — disse Delgatti.
Em seguida, o hacker afirmou que Jesus lhe enviava vídeos dele no acampamento na portal do Quartel-General do Exército. “De pessoas rezando, de pessoas chorando. Ele enviava algumas matérias que saíam à época, alguns vídeos”, detalhou.
Ao ser questionado sobre o motivo do envio desse conteúdo pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA), Walter Delgatti afirmou que criou um “vínculo de amizade” com o militar.

— Mas não era para uma missão, digamos, para você fazer algo referente a esses vídeos. Era apenas um informe do que estava acontecendo nos acampamentos — disse Eliziane.

Delgatti confirmou, mas afirmou que Jesus acreditava em intervenção militar:

— Exatamente. E ele dizia também que iria ter uma ruptura, uma intervenção. Ele dizia: “Olha, será amanhã”, e eu ficava com medo. Então a conversa era isso.

Posteriormente, Eliziane Gama afirmou que solicitou a quebra do sigilo telemático de Marcelo Gonçalves de Jesus.

Mas, quem é coronel Jesus?
Marcelo Gonçalves de Jesus atuava no Alto Comando do Exército, mas de acordo com o Portal da Transparência foi reformado em 2020.
Entre fevereiro e julho deste ano, exerceu um cargo de diretoria e assessoramento no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Desde então, é o único sócio-administrador da empresa MGJ Consultoria em Segurança e Comércio Exterior, com sede em Goiânia e com capital social R$ 525.000.
Apontado por Delgatti como chefe de Jesus, Freire Gomes também é citado em outro plano golpista, que envolve o ex-major do Exército Ailton Barros e o tenente-coronel Mauro Cid.
Em conversa do dia 14 de dezembro, Barros disse a Cid: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes para que ele faça o que tem que fazer”.
O Globo

3 respostas

  1. Verdades universais precisam serem ditas, a 1º é que isso é maravilhoso, para o militar tirar aquele Verniz de ser imaculado que não tem falha e não admitimos erros ! 2º que agora a sociedade consegue ver quem são e como realmente pensam os oficiais do exército oriundos da AMAN. Como praça só fico observando e comendo pipoca vendo a imagem do EB ser destruída, por aqueles que diziam serem seus guardiões. Kkkkk

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