Mulher de Cid disse que Bolsonaro agiria se apoiadores invadissem Brasília

Invasão Planalto

Ela afirmou ser necessária nova eleição, com votos impressos, em conversa com filha de Villas Bôas

Ranier Bragon, Fabio Serapião, Marcelo Rocha
BRASÍLIA – Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, disse que Jair Bolsonaro (PL) agiria caso houvesse uma invasão de apoiadores do ex-presidente a Brasília em manifestações contra a eleição de Lula (PT).

Nesta sexta-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tirou o sigilo do relatório da Polícia Federal com análise do conteúdo encontrado nos celulares de Cid e de Gabriela. O militar está preso desde o início do mês passado por determinação de Moraes, no âmbito de inquérito sobre a atuação de milícias digitais.

O relatório da Polícia Federal destaca que as mensagens encontradas no celular de Gabriela “tratam, basicamente, sobre manifestações ocorridas em frentes aos quartéis do Exército em todo Brasil além da manifestação ocorrida na Esplanada dos Ministérios em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023”.

No dia 2 de novembro de 2022, três dias após o pleito, Gabriela trocou mensagens com Ticiana Villas Bôas, filha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. As duas conversam sobre os protestos promovidos por apoiadores de Bolsonaro em diferentes pontos do país.

Na conversa, elas discutem temas que vão desde a convocação de novas eleições até a “queda” de Moraes, sempre no sentido de que era preciso manter uma mobilização popular contra a vitória de Lula. Gabriela defende “novas eleições com voto impresso”. “Estamos diante de um momento tenso onde temos que pressionar o Congresso”, escreveu.

“Ou isso, ou a queda do Moraes”, respondeu Ticiana. Ela prossegue mais adiante que, sem Moraes, o STF daria “uma recuada”. Também demonstra preocupação com o fato de que Bolsonaro fosse preso com base no inquérito das fake news.

Ticiana comenta ainda nas mensagens que o Exército brasileiro “tinha que mandar alguém falar com os cabeças dos caminhoneiros e dizer quais (sic) têm que ser a reivindicação deles”.

À época da conversa entre as duas, caminhoneiros simpáticos a Bolsonaro e outros apoiadores do ex-presidente realizavam protestos contra a eleição de Lula que envolviam bloqueios em estradas. Esses bloqueios preocuparam Lula —então presidente eleito— e foram um dos primeiros sinais do nível de polarização do país nos dias que sucederam o pleito.

Um dia antes da troca de mensagens entre as duas, Bolsonaro havia feito seu primeiro pronunciamento após a derrota. Ele condenou os bloqueios nas estradas por seus aliados, mas, num aceno aos manifestantes, falou em em indignação e injustiça com o resultado da eleição.

Nas conversas trocadas entre Gabriela e Ticiana, elas também debatem sobre qual deveria ser o caminho de ação dos caminhoneiros e dos demais manifestantes. “Sim. Estão falando em intervenção federal”, diz Gabriela. “Mas tem que ser impeachment, novas eleições com voto impresso”. Ela não especifica contra quem seria o impeachment, mas numa mensagem posterior fala em “impeachment de AM”, as iniciais de Alexandre de Moraes.

Ticiana indica por sua vez ser contrária à tese do acionamento do artigo 142 da Constituição —uma das bandeiras do bolsonarismo mais radicalizado segundo a qual uma intervenção militar poderia ocorrer com base nesse dispositivo.

Elas concordam que as paralisações dos bolsonaristas precisavam continuar e defendem que as pessoas não deixassem as ruas. Ticiana se mostra contrária, no entanto, que isso ocorra através de bloqueios em estradas.

“E as pessoas não podem sair das ruas. Elas têm que ficar até algo ser resolvido”, afirma Gabriela. “Os caminhoneiros têm que parar, sem obstruir [estradas]”, prossegue a filha de Villas Bôas.

As duas então passam a argumentar que “alguém tinha que falar” com os caminhoneiros e que eles “têm que ser orientados”.

“Tem que ter alguém que articule isso com os protestantes. E isso tem que vir dos caminhoneiros”, escreveu Ticiana, numa série de mensagens. “Alguém tinha que falar com eles.”

Gabriela então responde: “Sim! Foi o que pediu o presidente. E acho que todos [que] podem têm que vir para Brasília”. Depois, ela diz: “Invadir Brasília como no 7 de setembro e dessa vez o presidente com toda essa força agirá”.

A esposa de Cid, dois dias depois, enviou nova mensagem pedindo convocação de manifestações.

“Amanhã todo mundo nas ruas. Convoca as pessoas ao máximo!!! Não podemos perder o foco! Há muita coisa esclarecida e o povo precisa estar pressionando”.

FOLHA

10 respostas

  1. Não sei pq tanta importância para essa gente alucinada e desqualificada. Já disse aqui e repito, bolsonarismo é doença mental. Esses alucinados nunca teriam logrado sucesso num golpe.

  2. A típica esposa de militar: não trabalha, não estuda, não fazem nada. Só vivem de festas e acompanham os Maridos nas Transferências e vivem se intrometendo em ambiente de quartel.

  3. Caro Capitão Montedo, Tem uma postagem de whatsapp de um Coronel em Porto Alegre Bajulando um general Que foi vazada pelos próprios oficiais de tão ridicula , Depois do vazamento ele convocou reunião, na postagem o cel ainda faz uma crítica aos QAO … a Postagem ta rodando o Brasil, se o sr conseguir ela e postar será muito legal kkkk pena que não tem como mandar anexo aqui no blog.

  4. O Bolsonaro agiu mesmo: fugiu para os Estados Unidos e agora quem vai para o ralo é o Cidão! O boi de piranha! Confiar no Bolsonaro dá nisso, o tal de CID será expulso do Exército, como foi o Bolsonaro!
    Sem mais.

  5. Gabriela e Tatiana não são absolutamente ninguém para estarem tramando golpe, se não fossem a esposa do Cid e filha do VB.

    As duas vão dizer que era coisa da cabeça delas…mas elas tem cabeças?

    Será que o VB está envolvido? Acho que não, é normal as filhas tramarem golpe sem consentimento dos pais.

    Mamando e tramando…

  6. Se militar na política é ruim, imagina esposa de militar na política. Melhor voltar para o comunismo primitivo do Egito.

    #cidlivre
    #todospelocidinho

  7. Nobres oficiais, lembram da mensagem que eu enviei informando o cancelamento da inspeção?
    Pasmem, eu recebi ela _encaminhada com frequência_ num grupo de colegas de turma, e quem encaminhou foi um militar que já está na reserva.
    É decepcionante eu não poder contar com a lealdade dos meus oficiais. Neste grupo só estão os oficiais de carreira e os temporários. Os militares QAO já não estão aqui pra justamente evitar esse tipo de coisa.
    Sem mais delongas, reunião com todos os militares deste grupo no meu PC às 9h.
    E tragam seus celulares.

  8. Infelizmente ele estava no lugar e local errados, a pressão foi muito grande de todos os lados.

    As forcas armadas deveria adotar a carreira única com ingresso por concurso público para as armas, de soldado a general.

    MUDANÇA IRREGULAR

    Supremo invalida ascensão de cargos na carreira fiscal do Paraná

    No julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade, em sessão virtual, o Supremo Tribunal Federal vedou a interpretação de leis do Paraná que possibilitem a investidura de ocupantes do cargo de agente fiscal 3, de nível médio, em cargo de auditor fiscal, que exige nível superior.

    Na decisão, o STF reafirmou o entendimento de que a equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior representa “ascensão funcional dissimulada”, vedada pela Constituição Federal, que exige aprovação em concurso público para investidura em cargo ou emprego público.

    Ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, a ADI questionava dispositivos das Leis Complementares estaduais 92/2002 e 131/2010 que unificaram os cargos de agente fiscal 1, 2 e 3 (AF-1, 2 e 3) em única carreira denominada auditor fiscal, com requisito de nível de escolaridade superior para ingresso.

    O Supremo considerou constitucional a unificação dos cargos de AF-2 e AF-1, que exigiam ensino superior para provimento e tinham atribuições semelhantes. Mas, em relação ao cargo de AF-3, a legislação estadual estabeleceu que servidores com nível médio passariam a fazer parte de uma nova carreira, com atribuições distintas daquela para a qual haviam sido aprovados, em clara violação à exigência constitucional de concurso público.

    Modulação
    Por unanimidade, o Plenário modulou os efeitos temporais, seguindo os termos do art. 27 da Lei nº 9.868/1999, para que a decisão produza efeitos a partir de dois anos contados da publicação da ata do julgamento; para preservar os atos praticados pelos servidores investidos irregularmente no cargo de Auditor Fiscal, inclusive nesse período de dois anos; para congelar, na data da publicação da ata deste julgamento, o valor nominal das remunerações dos servidores afetados pela decisão, até que a diferença recebida com base na lei ora declarada inconstitucional seja absorvida por aumentos futuros; e para preservar as situações até aqui consolidadas exclusivamente para fins de aposentadoria, ou seja, os aposentados e os indivíduos que implementaram os requisitos para a aposentadoria até a data da publicação da ata deste julgamento.

    Na sequência, o Tribunal, por maioria, também modulou os efeitos da decisão para preservar as promoções concedidas na vigência das Leis Complementares nº 186; 92/2002 e 131/2010 do Estado do Paraná, como também para preservar o quadro funcional dos agentes fiscais 3 que tiveram seus cargos transformados em auditores fiscais e os atos por eles executados. Com informações da assessoria de imprensa do STF.

    ADI 5.510

    https://www.conjur.com.br/2023-jun-16/supremo-invalida-ascensao-cargos-carreira-fiscal-parana

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