Em nota, força naval disse que procedimento foi feito com segurança e competência técnica, no final da tarde desta sexta (3).
Paulo Veras, g1 PE
A Marinha afundou no final da tarde desta sexta-feira (3) o porta-aviões desativado São Paulo, que estava navegando há meses no mar depois de ser proibido de entrar no Brasil e no exterior.
“O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro”, afirma a força naval, por meio de nota.
Nesta sexta, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) liberou que a Marinha afundasse o porta-aviões, rejeitando um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que via grave risco ambiental na decisão.
Três buracos no casco da embarcação fizeram com que o navio se enchesse de água, o que tornou o afundamento inevitável, segundo uma inspeção realizada pela Marinha do Brasil.
De acordo com o documento, se nada fosse feito, o porta-aviões iria afundar de forma descontrolada até meados de fevereiro.
Risco de dano ambiental
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avaliou que o afundamento do navio pode provocar os seguintes danos ambientais:
- A liberação de materiais poluentes contidos na estrutura pode causar distúrbio na capacidade filtrante e dificuldade de crescimento em organismos aquáticos;
- O impacto físico sobre o fundo do oceano pode provocar a morte de espécies e a deterioração de ecossistemas;
- Emissão de gases (CFCs e HCFCs) usados no isolamento de salas contribuem, a partir da corrosão das paredes, para a degradação da camada de ozônio;
- A carcaça pode atrair espécies invasoras prejudiciais para a biodiversidade nativa;
- Microplásticos e metais pesados presentes em tintas da embarcação podem se tornar protagonistas de bioacumulação indesejável em organismos aquáticos.
Por causa disso, o Ibama pediu à Marinha informações para estudar alternativas de redução dos danos ambientais. O órgão ambiental também queria mapear a área de fundo do oceano onde o navio seria afundado.
Segundo o MPF, a sucata da embarcação tem 9,6 toneladas de amianto, substância que tem potencial tóxico e cancerígeno. O casco também conta com 644 toneladas de tintas e outros materiais perigosos.
De acordo com o Ibama, o navio não transportava carga tóxica, mas os materiais perigosos fazem parte “indissociável” de sua estrutura.
Um desses materiais é o amianto, uma fibra mineral considerada tóxica. Atualmente proibida em mais de 60 países, o amianto era utilizado em diversos segmentos industriais.
Desde 2017, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu totalmente o uso do amianto no Brasil.
A Marinha só assumiu a gestão do porta-aviões depois que a MSK, companhia que o transportou entre o Brasil e a Europa, ameaçou abandonar o casco no meio do oceano.
g1/montedo.com
4 respostas
Agora, o Vaso de Guerra cheio de amianto jaz no fundo do Mar, como a profundidade é de cerca de 5 km, nunca saberemos o mal que causou.
Perguntaram pro “mito” o que ele achou desse acontecimento e ele respondeu: “E daí, não sou coveiro”!
O mito da excelência administrativa dos militares não resiste diante dessa imagem do Nae São Paulo. Comprado em 2000, descomissionado em 2016, afundado em 2023.
Em terras ditas sérias, alguns estrelados estariam vendo o sol nascer quadrado.
O meu, o seu, o nosso dinheiro jogado fora.
Cadê o navio Oceanográfico Barão de Teffé, que deveria estar em museu da marinha, por ter sido o pioneiro a fazer viagens ao continente Antártico?