A hora e a vez da despolitização das Forças, para o bem do Brasil e dos militares; leia análise
Punir os oficiais que tiveram atuação golpista e organizar a volta integral aos quartéis são as duas únicas decisões que cabem ao comando das Forças Armadas
Fernando Luiz Abrucio*
As Forças Armadas vivem hoje a maior crise de sua história. É uma crise de legitimidade perante o sistema político, a sociedade e a ordem internacional. Houve outros momentos difíceis para a instituição, como no conturbado mandato de Floriano Peixoto ou no final da ditadura militar, mas em nenhum deles se teve tanto consenso sobre a imprescindível despolitização das Forças Armadas.
O cume dessa crise foi a Intentona do dia 8 de janeiro, quando se constatou que a ação dos militares tinha sido, no mínimo, conivente com golpistas que praticaram um ato terrorista sem paralelo na história democrática brasileira. Mas o processo não se iniciou naquele trágico evento. As origens estão na adesão de boa parte dos integrantes das três Forças ao bolsonarismo, deixando-se politizar em episódios como o desastroso combate à covid-19 e em eventos públicos de apoio ao presidente Bolsonaro, que prometeu benesses materiais e, sobretudo, um projeto de poder a integrantes ou à própria instituição militar.
Embora a cúpula militar tenha rechaçado a adesão ao plano de golpe preparado por Bolsonaro, uma parcela importante da instituição fez discursos ou agiu de modo golpista, como se estivéssemos ainda em 1964. Mas o mundo mudou. Os três Poderes e a Federação são mais fortes hoje e a maioria dos políticos defende firmemente a democracia. Setores sociais e econômicos importantes vão reagir a qualquer Intentona, como ficou claro nos últimos dias. E, mais do que isso, os países mais relevantes, especialmente os Estados Unidos, isolariam completamente o Brasil e vão pressionar por uma despolitização das Forças Armadas brasileiras.
Punir os militares que tiveram atuação golpista e organizar a volta integral aos quartéis, colocando a profissionalização e a excelência de seus quadros acima da política, são as duas únicas decisões que cabem ao comando das Forças Armadas. É isso que deveria ter sido feito desde a redemocratização, e foi adiado indefinidamente até Bolsonaro vender uma ilusão autoritária de poder. A hora e a vez da mudança é agora, pois evitá-la poderia levar a um questionamento maior de suas funções, inclusive de seu padrão de gastos.
Vale frisar que se submeter ao comando civil é algo mais do que obedecer ao presidente Lula. Os militares devem obediência à democracia e não podem colocar o Brasil em risco geopolítico e econômico. O papel permanente das Forças Armadas é muito importante para ser destruído por integrantes seduzidos pelo discurso de um “mau militar”, tal qual Bolsonaro foi definido exemplarmente por Geisel.
*Doutor em Ciência Política pela USP, professor e pesquisador da FGV-Eaesp
ESTADÃO/montedo.com
15 respostas
Cabe urgentemente despolitizar também o Judiciário, as Universidades, a FIOCRUZ, e qualquer instituto publico que levante bandeira partidária. A tolerância tem que ser ZERO. Ou todos cairão na mesma vertente da desonra e repudio popular.
Políticos fazem politica em seu devido tempo: prefeitos, vereadores, deputados, governadores e senadores; o POVO e os filiados a partidos políticos.
Filiados a partidos políticos não deveriam exercer cargo publico nem CCs nem empregos em estatais sob o risco de radicalização e politização dos serviços públicos. Se serve assim para as FAs deve ser assim também para todas as instituições de Estado.
Excelente❌
Despolitizar todo órgão público.
Mas, militar balança a Cabeça aceita tudo.
Acorda, MONTEDO!
O CARNIÇA do NINE já demitiu o Cmt do exército e colocou em seu lugar o Cmt do sudeste (àquele que, recentemente, disse que temos que aceitar o resultado Das urnas)
Leiam o que o jornalista Paulo Figueiredo falou sobre os 3 generais contrários à cúpula do EB (o Paiva está no meio)
Deus é mais!
Concordo com tudo que disse, mais infelizmente isso não vai acontecer.
A lei não impede a filiação partidária de civis, diferentemente dos militares, só não podem fazer do serviço público a extensão dos partidos políticos. Já a militância é outra coisa e as consequências no meio militar aí estão. quem detém a força das armas não pode se aventurar pela política da mesma forma que os civis fazem, se quiserem basta seguir outro caminho no meio civil.
vai se informar nescio
Quando tua moradia for invadida quero ver onde e com quem vc vai militar.
“ MODERNIZAÇÃO , DESPOLITIZAÇÃO ETC … DAS FORÇAS ARMADAS PREGA O GOVERNO DA ESQUERDA “.
Caros amigos do Montedo me permitam a liberdade de expressar ,neste comentário nessa forma afrontosa . Sabem o que estão divulgando. É que nossa instituição e nos militares ( ativa , reserva ) no popular :: os militares são do tempo das cavernas , hordas de bárbaros ,terroristas ,ANTI DEMOC´RATICOS e acima de tudo “ manés “ etc …… .é PAPEL FUNDAMENTAL Nosso competente ,eficiente,democrático ,HONESTO ,INCORRUPTÍVEL O dever de usar todo a nossa sua capacidade de persuasão,e poder administrativos para educa-los salvar de sua ignorância ; para seu PRÓPRIO bem e do BRASIL .
VAMOS TODOS CAMINHAR JUNTO PARA A CONSTRUÇÃO do futuro glorioso de pão e mel para todos filhos PÁTRIA GRANDE ´´. jÁ VISUALIZO FRASES FEITAS : “ MILITARES UNIDOS COM A ESQUERDA JAMAIS SERÁ VENCIDO “
É meus amigos assim será as aulas futuras que vão ser ministradas para os novos alunos das escolas militares. é DELÍRIO DE VELHO MILITAR ESCLEROSADO.
Uma pena que essa despolitizacao dos generais (não dos praças), vem acompanhada de insignificância. Ou seja, nenhuma reivindicação será atendida, não haverá representatividade nenhuma. E ainda nos dias de hj, onde o prestígio que outrora esses generais se falavam, não existe mais. Concordo vcs a entrarem no twitter, tanto do exército quanto da FAB, pra verem o que estou falando. Viramos motivo de piada, chacota, irrelevância. Cliquem emmqulquer posto das FAAs no twitter e olhem os comentários. Já era. Vou dar um jeito de escalar do próximo 7 de setembro, oq vai ser o mais vergonhoso da história.
Se a esquerda não atacasse, Desprezasse, insultasse, e mentisse tanto sobre as Forças Armadas talvez grande parte dos integrantes Das forças não nutriria tanto asco contra elas.
Cabe a esquerda rever seus conceitos!
Quanto a despolitização das FA penso o seguinte:
– concordo. No entanto devemos, eleger representantes, se possível de dentro das mesmas, para nós representar no congresso.
O medo de muitos dos integrantes das casas legislativas é serem expurgados de lá por conta de serem corruptos.
Comandante do EB General Arruda é demitido do cargo por conta do episódio do impedimento de prisão dos “manifestantes” e guarida. Substituto General Tomaz. Por conta do bozonarismo houve demissões, por pedido ou Ex-Oficio, de Comandantes em pleno Exercício nunca vistas antes, pois o normal era quando ocorria troca de presidentes.
Quantos órgãos bozonaristas a ABIN avisou sobre as manifestações? Quem deveria tomar providencias e não tomou? E os outros edificios atacados, quem eram os responsáveis pela segurança? Quem eram aqueles que às 12:30 já estavam dentro dos prédios promovendo a destruição?
Vc quer dizer que nos outros poderes todo mundo é chefe, todo mundo manda? Não tem hierarquia em um Congresso Nacional? E em uma Universidade? E no posto de saúde?
Isso vamos politizar as FA, daí cada um escolhe o seu partido, faz greve, se alia ou não ao Comando, faz campanha, se candidata na ativa, invade (de novo) instalações públicas e os soldados podem tomar o rancho, fazer abaixo assinado para remover o comandante …
Melhorar seria fazer a desbandização no governo, isso sim seria urgente para o Brasil, mas como nossos Generais como bons Leos de gabinete arregaram para as atrocidades inconstitucionais da Ditadura do Judiciario, onde até um condidato subjudice descondenado concorreu a uma eleição e foi collcado no poder a guela abaixo do povo, agora sofram as consequências de suas covardias.