Governador do Amazonas diz que favorecimento do Exército a manifestantes bolsonaristas será investigado

Manifestantes bolsonaristas contrários ao resultado das eleições presidenciais se concentram em frente ao quartel do CMA (Gilson Mello/A Crítica - 03/nov/2022)

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), afirmou nesta segunda-feira, 16, que será investigada a denúncia de favorecimento, por parte do Comando Militar da Amazônia (CMA), a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, retirados do acampamento na frente do quartel no início da semana passada.

MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), afirmou nesta segunda-feira, 16, que será investigada a denúncia de favorecimento, por parte do Comando Militar da Amazônia (CMA), a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, retirados do acampamento na frente do quartel no início da semana passada.

Governador do Amazonas enfatizou que retirada dos manifestantes, realizada na segunda-feira, 9, foi marcada por tranquilidade (Jander Souza/CENARIUM)

O chefe do Executivo acrescentou que, caso as informações sejam comprovadas, representantes das Forças Armadas deverão apresentar os motivos do apoio prestado aos integrantes do ato antidemocrático.
“O procedimento de desocupação foi tratado entre os órgãos de segurança do Estado, governo federal e Exército. São questões técnicas, tratadas por técnicos. Isso vai ser investigado. Se o Exército guardou ou deixou de guardar [objetos de manifestantes bolsonaristas], deve apresentar seus motivos“, declarou Lima durante cerimônia de entrega de veículos, armas e outros equipamentos às forças de segurança do Amazonas.
De acordo com documentos da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), militares teriam cedido o prédio do CMA para que os manifestantes guardassem material utilizado em protestos e negociado, individualmente, com os participantes, dentro do quartel, ao contrário do que foi definido em reunião.


O plano inicial previa que as negociações deveriam ser realizadas com a presença da Polícia Militar. Cabe ressaltar que o CMA participou de reuniões do Gabinete de Crise para alinhar ações com as forças de segurança.
“Tivemos diálogo com todos os órgãos, sobretudo, o Exército, desde que as ocupações na frente dos quartéis começaram. Mantive conversas com o general [Achilles Furlan, chefe do CMA]. Ele foi muito solícito e se colocou à disposição. Nosso entendimento é que as manifestações precisam ser respeitadas, entendendo os limites estabelecidos pela Constituição. Aqui, no Amazonas, a gente conduziu da melhor maneira possível, evitando, inclusive, conflitos. Não houve nenhum disparo“, disse o governador.
Os documentos foram enviados à Casa Civil e ao Judiciário logo após o desmonte do acampamento, em 9 de janeiro. A Procuradoria informou a 1ª Vara Federal que “não houve qualquer auxílio das Forças Armadas à Polícia Militar para cumprimento da decisão“. Por isso, o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) pediu que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apure o descumprimento da ordem de esvaziar os atos antidemocráticos na entrada do CMA.

Assista ao vídeo do depoimento do governador Wilson Lima:

AGÊNCIA AMAZÔNIA(UOL)/montedo.com

2 respostas

  1. Wilson Lima chefe do Executivo ? Lá no STJ ele se tornou réu sob a acusação de ser chefe de uma quadrilha que desviou milhões na compra de respiradores.

  2. Será que já estamos em uma Anarquia? Ou seria um Estado de Direito Cleptocrático? Ao que me parece, todos querem ter suas próprias forças armadas peitando e reduzindo as FAs. É isso mesmo ou estou enganado?

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