Acusada na TV russa de agenciar mercenários, brasileira é ameaçada

TV RUSSA

Corretora de imóveis de SP passou a receber mensagens de ódio em russo, inglês e português após reportagem. Ela nega recrutar militares

Samuel Pancher
Uma moradora de São Caetano do Sul foi ameaçada após ser apontada como “recrutadora de mercenários” dispostos a lutar pela Ucrânia na guerra. A brasileira teve imagem, nome e usuário no Instagram exibidos pela Rossiya 24, uma emissora controlada pelo governo da Rússia.
A corretora de imóveis Irina Normey se viu obrigada a excluir as redes sociais – que eram usadas em sua atividade profissional – após receber dezenas de mensagens em russo, inglês e português com xingamentos, dados pessoais e intimidações contra ela e sua família.
Ao Metrópoles, Irina negou que tenha se envolvido em recrutamento de militares e alegou fazer apenas um “trabalho voluntário” para ajudar o país do Leste Europeu. Em uma entrevista no início de março, porém, ela confirmou ter reunido 159 interessados em se juntar aos combatentes ucranianos.
“A pessoa nasceu com vontade de ser militar. É sua profissão. É isso que ela quer para a vida dela”, disse a brasileira em entrevista exibida no dia 7 de março pelo Jornal das 22, da RIT TV.
A corretora só soube a origem das intimidações que recebeu ao ser contatada pela reportagem do Metrópoles na terça-feira (15/3). “Meu Deus!”, exclamou ao receber o print de uma foto sua sendo exibida pelo Rossiya 24.
Irina preferiu não dar entrevista. Em uma conversa informal, ela assumiu ter gravado vídeos com críticas à invasão liderada por Putin ao país vizinho, mas jamais imaginou que sua imagem e suas redes sociais seriam mostradas em rede nacional naquele país.
A reportagem foi exibida em um segmento do telejornal destinado a apresentar pessoas de diferentes nacionalidades que desistiram de se juntar ao Exército ucraniano após chegarem ao país e se depararem com o “calibre russo”.
A TV estatal classificou os estrangeiros que se juntam ao Exército ucraniano como “mercenários” que recebem recompensas financeiras. Em seguida, a imagem da brasileira surgiu na tela. “Alguns personagens ajudam a recrutar. Por exemplo, Irina Normey”, afirmou o apresentador.
“Ela gravou um vídeo dizendo que o Exército russo estupra crianças ucranianas, enquanto você dorme em sua cama quente. Enche de ódio quem vai atirar na Ucrânia”, concluiu o jornalista da emissora controlada pelo governo Putin.


METRÓPOLES/montedo.com

4 respostas

  1. Quer ajudar? Envia ajuda financeira aos voluntários que levam comida, remédios e agasalhos a quem precisa e não atire mais lenha na fogueira.

  2. Os políticos deveriam ter curso superior em relações internacionais ou cursos específicos na área de administração ou afins, sendo portanto uma espécie de carreira começando como deputado estadual, prefeito, governador, deputado federal, senador, antes de ser presidente de algum país, o povo não pode ser massacrado por causa de decisões de políticos incompetentes.

    Os mercenários pensam em apenas em si, não tem nada de altruísmo em seus atos, são apenas aproveitadores da situação, da mesma forma que por interesses escusos outras nações oferecem armamento e apoio financeiro para serem utilizados apenas na compra de material bélico, no final da guerra o país terá que pagar por todo esse apoio, nada é de graça.

    Resumindo, essa guerra não terá fim, tem muita gente colocando lenha na fogueira e são poucos que realmente querem o fim da guerra, a população unicamente deseja, moradia, emprego, saúde, educação, o bem estar de toda a família e nada mais que isso.

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