PF faz operação contra lavagem de dinheiro do tráfico em aviões da FAB

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Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de reclusão

Mirelle Pinheiro
Carlos Carone

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (15/12), a quinta fase da Operação Quinta Coluna, com o objetivo de aprofundar as investigações relativas à lavagem de dinheiro feita pelo chefe de uma associação criminosa responsável por remeter drogas para a Europa a partir de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). Os policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão em Brasília e Florianópolis (SC).
A Justiça Federal também determinou o sequestro e bloqueio de cinco imóveis; uma academia de ginástica; R$ 2 milhões, referentes a um empréstimo realizado pelo investigado; dois veículos de luxo; R$ 1,6 milhão de contas do investigado e empresas do suspeito.
As investigações apontam que a aquisição de bens e movimentação de valores foram feitas majoritariamente em espécie e que o investigado teria se utilizado de parentes colocados como “laranjas” no esquema.
Apurou-se ainda a utilização de empresas de fachada para dissimular a propriedade de imóveis e movimentação de grandes quantias. Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de reclusão.

Prisão de Chico Bomba
Em fevereiro deste ano, o Metrópoles teve acesso a trechos do inquérito que culminou na Operação Quinta Coluna. Os documentos detalham como os criminosos se associaram a militares com o objetivo de transportar entorpecentes à Europa.
Conforme a reportagem revelou, em 18 de outubro deste ano, as investigações da PF resultaram na prisão de Marcos Daniel Penna Borja Rodrigues Gama, conhecido como Chico Bomba. Agentes e delegados colheram provas de que Marcos Daniel estava ameaçando testemunhas. Ele pode responder pelos delitos de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, com penas que chegam a 30 anos de prisão.
Uma mansão localizada no Lago Sul, região nobre de Brasília, serviu de palco para uma reunião macabra de narcotraficantes da capital federal. Os suspeitos, também apontados como financiadores do tráfico internacional de cocaína por meio de aeronaves da FAB, se encontraram, em fevereiro deste ano, com o intuito de planejar o assassinato de duas testemunhas que teriam delatado os criminosos à Polícia Federal.
Os nomes dos dois supostos delatores foram colocados na mesa, e o quinteto decidiu “passar” (matar) ambos. O grupo chegou a garantir que a informação sobre a identidade dos denunciantes era fidedigna, pois “uma fonte, um policial civil,” havia confirmado. Esse mesmo servidor ainda teria alertado um advogado do bando sobre denúncias recebidas por outra corporação.
Apesar da mobilização da rede criminosa, os homicídios não chegaram a ocorrer.
Além de Chico Bomba, foram alvos da Operação Quinta Coluna: o filho de um diplomata italiano, Michelle Tocci, conhecido como Barão do Ecstasy; Augusto César de Almeida Lawal, o Guto; e Márcio Moufarrege, vulgo Macaco.
Michele Tocci, por meio do advogado Frederico Donati Barbosa, explicou que não ameaçou – direta ou indiretamente, por si ou ou por intermédio de terceiros – qualquer pessoa.
METRÓPOLES/montedo.com

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