Santos Cruz: Moro na política provocou histeria “dos viciados em dinheiro público”

General Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, em encontro com Sergio Moro Foto: Divulgação

Ataque de histeria

Carlos Alberto dos Santos Cruz
A entrada de Sergio Moro no cenário político acarretou a reação dos extremistas de direita e de esquerda e dos viciados em dinheiro público, espalhados por todo espectro político/ideológico, que têm medo do combate à corrupção.
O medo é da imagem do ex-juiz, que trouxe a única esperança de combate ao roubo do erário no Brasil. Eles fazem de conta não enxergar que a proposta é de um projeto de Brasil, um projeto de país, logicamente com um capítulo dedicado a estancar a roubalheira de recursos públicos.
Mas Sergio Moro é muito mais do que isso. Na sua apresentação, abordou amplo espectro de assuntos e mostrou determinação e confiabilidade. Por isso, a ansiedade dos extremistas virou ataque de histeria, porque extremistas são todos iguais. Do bolchevismo ao bolsonarismo.
Não se deve confundir o extremista com o eleitor normal, que tem as suas preferências, sejam elas quais forem. Eles, os extremistas, tampouco se confundem com potenciais adversários políticos que, de maneira racional e civilizada, mantêm suas disputas em ambiente de respeito e diálogo, possibilitando a construção de entendimentos.
Alguns extremistas reagem para continuar com acesso direto ao dinheiro público, o que atualmente é facilitado. Outros, para manter a impunidade ou por fanatismo. E alguns até por tudo isso. Mas todos escondem seus objetivos com o embuste das narrativas ideológicas ou, como surgiu agora, com a preocupação com os pobres!
O incentivo ao fanatismo é um dos problemas nacionais. Ele não está só criando problemas entre familiares e destruindo amizades. O fanatismo aprofunda a divisão do país, gera violência e incentiva o crime. Por enquanto, apenas aqueles crimes classificados no Código Penal como calúnia, difamação e injúria.
O fanatismo, atualmente se valendo dos recursos de mídia, emprega a tática usada pelos totalitarismos de esquerda e direita para manipular a opinião pública: o culto à personalidade, a substituição de discussão de ideias por ataques pessoais e o assassinato de reputações.
O fanatismo é irracional e se alimenta dele mesmo. Aceita e até promove o aparelhamento das instituições. Os fanáticos, independentemente da categoria profissional, do nível cultural, se comportam como uma seita.
O presidente da República que aí está venceu uma eleição legítima e assumiu, trazendo consigo a esperança de realizações (como todos os presidentes). Beneficiou-se do sentimento anti-PT (criado pelo próprio PT) e sequestrou o discurso de combate à corrupção.
No entanto, despreparado e irresponsável, traiu as expectativas, traiu os eleitores e traiu o que disse na campanha. É o símbolo da traição pessoal e institucional. Traiu o Brasil da mesma forma que, no dia 8 de setembro, traiu aqueles que acreditaram na fanfarronice alardeada no dia 7. Mais um descarado embuste político!
O presidente entregou os recursos públicos e a chave do cofre para comprar apoio e dificultar a responsabilização. Contentou-se em ficar só com o microfone, a moto, o jet sky e o avião para continuar o show.
O desrespeito foi estabelecido no país. Desrespeito pessoal, funcional e institucional. Mesmo as Forças Armadas, apesar da qualidade de seu pessoal (de soldado a general), da cultura profissional e da qualidade dos seus comandantes em todos os níveis, também sofrem os desgastes decorrentes do comportamento irresponsável, demagógico, populista e mal intencionado de quem tem a obrigação de respeitá-las e prestigiá-las. Felizmente, as Forças Armadas são sólidas na sua disciplina e na sua estrutura hierárquica e têm uma forte relação de confiança mútua com a sociedade.
As pessoas fanatizadas, sejam elas de qualquer categoria profissional, grau de escolaridade e grupo social, aceitam qualquer imoralidade e qualquer justificativa. Acreditam que o Hugo Chávez brasileiro é o “salvador da pátria” contra o comunismo, algo que ele ouviu falar mas não sabe do que se trata. O importante é a manipulação da opinião pública.
Os extremistas acreditam que o Brasil, agora sim, tem um líder “conservador-patriota-de direita”. Conservador de que?
A resposta a essa pergunta é até cômica. Patriota é quem une o país e promove o respeito e o aperfeiçoamento das instituições e não um representante da escória política cujo linguajar é chulo e inaceitável. Patriotas são todos os cidadãos de bem nesse país. Populista não é de direita nem de esquerda. É simplesmente populista. Assim como Lula destruiu a esquerda, Bolsonaro está destruindo a direita.
Os fanáticos, orientados por uma indústria de notícias falsas (fake news) sem escrúpulos, não hesitam em transformar o Brasil em um campo de ataques pessoais. Acabou a discussão de ideias.
Para manipular a opinião pública, usam sempre os mesmos chavões como globalistas, melancias, comuno-isentões ou, simplesmente, comunistas, sem dispensar o “recurso intelectual máximo” do palavrão. Tentam transferir para outros uma das características principais do seu “salvador da pátria” – a traição.
Tudo isso resulta da idiotização produzida pelo fanatismo e da tática criminosa copiada dos modelos totalitários. Haja vista os fanáticos que se auto promoveram à categoria de super-heróis de WhatsApp, de guardiões da pátria, de proprietários do patriotismo, das cores e dos símbolos nacionais (que são de todos os brasileiros), fazendo uso deles para o seu maniqueísmo, seus devaneios e demagogia.
A existência de meia dúzia de extremistas que acreditam em ideologias ultrapassadas não é o problema do Brasil. Esses representantes ideológicos, anacrônicos, serão inexpressivos e neutralizados pela sociedade, pela evolução e pelo progresso. O problema do Brasil é a fome, o desemprego, a desunião, a indecente desigualdade social, a imoralidade dos privilégios, o populismo, a qualidade do serviço público, a Educação, a Saúde, a Justiça, a desunião, o desrespeito, e também, é claro, a histórica e profunda cultura de fraude e corrupção. Infelizmente, o fanatismo também já pode ser acrescentado nessa lista.
O Brasil não pode ficar entre o dilema de uma polarização que só vai trazer prejuízos para o país. Temos opções fora dessa polarização inútil e altamente prejudicial. O Brasil não está condenado a essa mediocridade.
Nosso país tem jeito e a política pode ser séria. Existem muitos políticos sérios. Não precisamos desse show de baixo nível, quase que diário, de mensalão, de orçamento secreto, de festa de viciados em dinheiro público.
O ataque de histeria de pessoas e de grupos do tipo proprietários do patriotismo, guardiões da pátria, e super-heróis de WhatsApp, é sintoma positivo da presença de Sergio Moro e de outras opções no cenário político. É o começo do fim da polarização.
Eu vou apoiar Sérgio Moro nesse projeto. Um projeto para melhorar a vida dos brasileiros através da união nacional, do respeito e do aperfeiçoamento institucional.
MyNews/montedo.com

12 respostas

  1. Tem gente que está louco pra pegar, novamente, uma nova boquinha num provável novo governo… Vai coordenar faxina e pare de encher o saco.

    1. Até votaria no moro. Mas já vi que será mais do mesmo… apenas outros generais que ficaram sem a boquinha do bolsonaro. Tá difícil! FORA BOLSONARO
      FORA LULA
      FORA MORO
      Militar no poder não confio mais meu voto.

      Tá difícil…..
      E agora quem poderá nos defender?

      1. Mouro é uma pessoa inteligente e para vc governar tem que fazer alianças, se engana quem pensa diferente. Ele não é político mas vai aprendendo rápido, é coerente e ter apoio militar não seria diferente, só ver que Lula tbm tenta ter apoio dos militares. Agora isto não quer dizer que os Generais farão parte do governo…#MouroPresidente
        Entre um ladrão x louco eu vou de Moro. Teve peito de colocar na cadeia os corruptos.

    2. Santa Cruz é um cidadão com todo direito de expressar sua opinião, infelizmente se vc não concorda com Bolsonaro vc é comunista, assim é para todos. Quem defende Bolsonaro tem os mesmo valores dele, se vê igual…Bolsonaro é o oposto de tudo que ele pregava em campanha, se uniu ao centrão para tentar salvar seu mandato e sua família. Ele não tem nada de patriota e de conservador. Não tem princípios. Ano que vem será traído e ficará sozinho, provará do próprio veneno. #MouroPresidente.

  2. Texto perfeito , disse com outras palavras aquilo que muita gente sabe e fica falando pelos cantos , conseguiu traduzir na sua totalidade o pensamento do povo ,resumindo , já sabíamos das limitações desse mandatário ,sem cultura ou educação alguma ,porém serviu para nosso propósito que era tirar a esquerda e seu projeto de poder de cena ,mas foi somente isso ,nada mais, pois sua estatura não se encaixa no cargo investido . Quanto ao demais , são simplesmente usados como massa de manobra para desiquilibrar o jogo , onde muitos nem para isso se prestam .

  3. Excelente artigo.
    Santos Cruz sempre foi uma pessoa diferenciada. Entregou o seu melhor enquanto esteve no governo. Sua luz brilhou muito num ambiente em que somente uma luz é permitido brilhar.
    Fará grande diferença na campanha de Sergio Moro, que no momento, é a única opção viável.

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