Exército afirma à CPI que não tem relatórios de inteligência sobre Pazuello

Reprodução TV Senado

Comissão havia solicitado relatórios e informações de inteligência envolvendo tanto o ex-ministro da Saúde quanto o ex-número 2 da pasta, coronel Elcio Franco, além de outros dois ex-assessores da pasta

Sarah Teófilo
O Comando do Exército informou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 que não há relatórios ou informações de inteligência sobre o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, o ex-secretário executivo coronel Elcio Franco, o general Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística da pasta, ou sobre o coronel Alexandre Martinelli, ex-subsecretário de Assuntos Administrativos.
“A Força Terrestre não dispõe de relatórios/informações de inteligência acerca dos indigitados”, informou. O documento de resposta é assinado pelo general de Divisão Francisco Humberto Montenegro Junior, chefe do gabinete do comandante do Exército. A comissão havia solicitado as informações em requerimento realizado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
Os quatro nomes já foram citados na CPI. Pazuello e Elcio são alvos da comissão que apura ações e omissões do governo federal durante a pandemia. Os senadores apontam falhas envolvendo os dois, com privilégio a propostas refutadas pela comunidade científica, como uso de medicamento sem eficácia comprovada, e demora na aquisição de imunizantes.
As apurações evoluíram para suspeitas de irregularidades envolvendo a aquisiçaõ de vacinas contra covid-19. O coronel Elcio é amplamente citado em depoimentos, quando as compras desses imunizantes estavam sendo centralizadas na secretaria-executiva. Já Blanco também estaria envolvido nas negociações.
O cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti, apontado como vendedor autônomo de vacinas pela empresa americana Davati Medical Supply, disse que foi Blanco que o apresentou ao ex-diretor de Logística Roberto Dias, em um restaurante em Brasília, no dia 25 de fevereiro. Nesta ocasião, Dominghetti afirmou que Dias pediu propina de US$ 1 por dose de vacina quando o cabo falou sobre uma oferta de 400 milhões de doses de imunizantes.
Naquela época, Blanco não era mais servidor do ministério mas, segundo Dominghetti, teria dito que já tinha atuado na pasta e que tinha bom trânsito. Martinelli, por sua vez, foi apontado pelo cabo, ao olhar uma foto, como sendo a possível quarta pessoa que presente no encontro no restaurante. Dominghetti não deu certeza. Depois, Dias afirmou que a quarta pessoa que estava no local era um amigo chamado José Ricardo Santana, e não Martinelli.
CORREIO BRAZILIENSE/montedo.com

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo