Bolsonaro “detém uma carta-patente, mas não é mais militar”, diz general em artigo

IMAGEM - Bolsonaro: a população o vê mais como militar do que como civil Marcos Corrêa/PR; Alan Santos/PR; Getty Images/.

A atitude profissional das Forças Armadas
Os sistemas de freios e contrapesos ajustarão a temperatura

Otávio Rêgo Barros*
Estamos diante de uma crise política que se avoluma diariamente, com efeitos não totalmente mensurados, embora eu não acredite que venha a se tornar institucional. Os sistemas de freios e contrapesos ajustarão a temperatura.
As mudanças constantes e atabalhoadas da gestão, às vezes deslocadas dos princípios mais salutares das democracias maduras, vêm promovendo preocupações em todos os estamentos da sociedade.
O chefe do poder executivo, por vezes, intenta estabelecer uma ligação emocional entre as suas deliberações e a instituição de Estado: Forças Armadas.
O processo deliberativo é arcaico. Está longe de tangenciar aquilo que é defendido no âmbito do estamento militar. Modernas ferramentas de profissionalização foram introduzidas nos atuais integrantes das Forças Armadas.
Na Academia Militar das Agulhas Negras, uma frase lapidar nos impacta diariamente ao avançarmos para o rancho, marchando no Pátio Marechal Mascarenhas de Moraes: “Cadete ides comandar aprendei a obedecer”.
Mas a roupagem é contemporânea, não é antolhada, e lembra as lideranças que privilegiam a flexibilidade, o trabalho em equipe e o êxito individual como estímulo. É o co(+)mandar. Mandar com.
O mandatário não é mais um militar. Ele detém, tão somente, uma carta patente que indica ter obtido, em um determinado momento da vida, os requisitos para exercer as funções intermediárias na hierarquia da oficialidade das Forças Armadas.
O amadurecimento intelectual – característica marcante na formação dos atuais chefes – não esteve presente em sua trajetória.
Permaneceu como aluno, cadete e oficial cerca de quinze anos. Como político, mais de trinta anos. Naturalmente os atributos que lhe foram ensinados, enquanto militar, ficaram pelo caminho, substituídos por conceitos não aplicados dentro de uma instituição como é o Exército Brasileiro.
Seu aparente desejo de transformar essa centenária instituição, detentora dos mais altos índices de confiabilidade, em uma estrutura de apoio político, afronta tudo o que defendem as Forças Armadas em sua atitude profissional.
Buscar adentrar as cantinas dos quartéis com a política partidária é caminho impensado para as Forças Armadas. Elas já estão vacinadas contra esse vírus.
Não se pode também aceitar uma transformação no core da instituição Forças Armadas, cambiando as cláusulas pétreas que as sustentam secularmente: hierarquia e disciplina, pilares para o exercício da função de constitucional, conforme sobejamente referendado pelos nossos comandantes.
É preciso deixar claro, entretanto, que não há nenhum sinal de alerta pulsando. A profissionalização castrense ultrapassa amadorismos atemporais que possam prejudicá-la. As lideranças estão atentas: as de ontem, as de hoje e as de sempre. As ideias de legalidade, legitimidade e estabilidade permanecem indicando o caminho. E as Forças Armadas diariamente reforçam a sua imunidade.
Paz e Bem!
*General do Exército e ex-porta-voz da presidência da República

24 respostas

  1. Não, não, mil vezes não.

    arRêgo Barros, não!

    Parece um mísero urubu aguardando a sobra de alguma carcaça em decomposição.

    Só aparece nestes infelizes momentos de ataques midiáticos de seu antigo Messias.

    Seu arRêgo Barros vista seu insignificante pijamas da reserva remunerada.

    Quando foste um insignificante ‘coroinha’ de seu messias nunca fez algum comentário de seus atos.

    Mas, perdeu sua ‘feupuda’ boquinha, assim, fica destilando seu ódio (escorraçado).

    Você falar em ‘cláusulas pétreas’: hierarquia e disciplina, se és o primeiro em não cumpri-las, sempre criticando seu ‘Comandante-em-chefe’ publicamente, mesmo que subliminarmente.

    Dilmanta mandou punir Mourão, lembra.

    O problema é que seu antigo mito não possui coragem pra isso, um frouxo acuado pelo Centrão e generais palacianos.

    Arrego! arRêgo Barros, não!

    “Mito 2022”.

    1. O primeiro tem Carta Patente como militar, Já como político chegou ao mais alto cargo da Nação. Quanto ao Sr ESTAMENTOS, apesar de seu adensado conhecimento ficou pelo caminho, parece que a frustração ê tanta que precisa usar general DO, porque chegar à General DE não conseguiu.

      1. Comentário típico se quem está com dor de cotovelo..mas isso é tipo do oficialato das FFAA..qdo um oficial de menor patente galga um degrau de destaque, os demais superiores ficam se remoendo na inveja insana.

      2. General desconhecendo o Estatuto dos Militares ? Lei 6880/80. O Presidente é Capitão Reformado, com proventos, portanto militar. O general por acaso é civil ?

    2. Nao percamos tempo com o definidor dos “Estamentos”!
      Ele se acha “nobre”…mas só é um “pobre”, de Espírito.
      Desculpe se por acaso o sr, tenha sentido-se ofendido!kkkkk

  2. Com todo respeito a postagem do Gen, não tenho político de estimação. Más Bolsonaro é Presidente, tem o poder da caneta, o que em última instância permite nomear, demitir, promover ou exonerar, inclusive os Gen. A menos, que algum resolva se insubordinar, contrariando assim, o código de conduta inerente ao posto. Também não concordo que as forças armadas entrem na política. Porém, não podemos aceitar as afrontas que nos são impostas cotidianamente pelo judiciário, legislativo e a mídia. Sem quebrar os preceitos regulamentares, as respostas devem ser dadas no mesmo tom das ofensas. O silêncio, é encarado como omissão e incentivo a novas agressões. Exemplo recente, o MD deverá comparecer ao congresso para: dar explicações sobre a troca do MD e Cmtes das Forças; justificar a compra de itens alimentícios, tratamento isonômico deve ser dado aos demais poderes em situações similares. Um antigo comandante disse a farda molda o cidadão, mas nunca sobrepõe.

    1. Concordo com o Sr Luiz, não da para ficar calado para tudo ou a coisa só piora e não tem de dar satisfação a civil de toca de militar pois quando é trocado os civis eles não dão satisfação aos militares, deixem o Presidente governar, parece que quem governa é o STF e depois o Congresso, esquecem que tem um Chefe eleito pelo povo.

  3. Amigos do Montedo.

    A visão pessoal postada pelo militar – ex-porta- voz da presidência da República – ,não deixa dúvida que está bem clara ,precisa e concisa .De coração. sinceramente gostei.

    Mas vou dar minha opinião sobre o artigo do articulista. Se caso esse militar EX- PORTA-VOZ , lê meu comentário e dizer que só é ´´ PITACO “ . Sem problema o estamento inferior só sabem apoquentar .

    Devidamente posicionada na cota do terreno mais elevado do estamento superior ; podendo dar um aumento na visão ; fazer um giro de horizonte em 360 ° . Até mesmo focar a frase lapidar posta no caminho do rancho ,passando pela praça etc..

    Recordar a fonte criadora dos gênios iluminados , -inclusive o mito bebeu na fonte -, os valores pétreos ; não se pode permitir colorar , tingir ; fazer escambo de coisas sagradas : hierarquia e disciplina , pedras do alicerce de amarra dos pilares da instituição militar, secularmente mantido. etc… Ex- porta-voz assino embaixo. Não pode! Entendi.

    Pois essa posição de observação privilegiada foi ocupada nesse governo desgovernado pelo articulista – devidamente registrado, pelo próprio.

    Mas o que impedia a vossa senhoria de fazer um pronunciamento nesse teor. Enquanto porta-voz oficial do governo. Será que é só ressentimento de “EX “.

  4. Rego Barros é um ilustre membro do clube dos preteridos frustrados. Deveria ser enquadrado no Estatuto e devidamente punido por criticar e tentar desacreditar sistemática e publicamente o Chefe do Poder Executivo e Comandante das Forças Armadas. Carregado de mágoas, esse general de pijama dedica todo o seu “amendoim falido” em textos e mais textos dirigidos contra autoridade legalmente constituída, praticando assim uma indisciplina que não permitiria aos seus subordinados. Além disso é um covarde pois jamais teceu qualquer comentário crítico contra os verdadeiros algozes da sociedade atual: os 11 imperadores togados. Esse general de pijama não passa de um “combatente de teclado” que só chegou a general exatamente porque omitiu todo o seu veneno durante a vida. O PR fez muito bem e se livrar desse peso morto.

  5. Perfeito General. Parece que ainda existe vida inteligente nesta nossa atual “sociedade” militar. As antas ainda enxergam nosso presidente como um “militar”, esqueceram do passado vergonhoso dele na força. Oremos.

    1. Ué… é vergonha lutar por melhores salários? Vejo tanta gente aqui querendo aumento, reclamando de reposição, se unindo em associações pretendendo melhorar suas rendas. É esse o passado/presente vergonhoso?

  6. É muito sobejamente pro meu gosto, é muito falar e pouco entoar.

    Só faltou dizer que o Bolsonaro não tem ECEME.

    O povo quer saber se o STF, a mídia militante e os esquerdopatas de plantão, vão permitir que o presidente eleito exerça a sua função.

    O resto é balela.

  7. É o presidente! Detém o poder da caneta! E escolheu o 3º mais antigo! E se não desembocar! Com uma bic manda pra casa! Lealdade e resignação deveria ser uma máxima no meio militar! To vendo muito general espanando! Que vergonha! Que vergonha vendo um general fazendo isso! Mas esses artigos não servem para nada! Melhor está servindo para conhecer alguns bundas moles! General Braga Neto! Já passou da hora de generais de pijama serem enquadrados! Já tá feio! Sei que o senhor tem culhao pra isso!

  8. Faltou o veterano general da reserva descer do salto e vestir as sandálias da humildade para fazer um comentário mais adequado com o atual momento e não colocar mais lenha na fogueira .

  9. Na matéria ele está se referindo tão somente a condição de militar do Bolsonaro, que embora seja o Presidente da República e tenha passado pela vida militar, escolheu deixá-la, antes do tempo para entrar na vida política, o que não significa nenhum demérito e com todas as contrariedades que se possa ver em suas ações, foi sim bem sucedido em relação ao que buscou e termos de ascenção na política, independente de sua capacidade ou desempenho e o autor do teto participou disso.

  10. Fico a imaginar o dia em que um cabo ou sgt QE chegar a presidência ( lembrem se que Lula era torneiro) qual vai ser a reação dos estrelados???

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