Os ministros Torquato Jardim e Raul Jungmann encontraram o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (no centro) (Fábio Motta – Estadão Conteúdo) |
Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio
O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou nesta sexta-feira (12) que
as Forças Armadas não enviarão tropas para o Rio de Janeiro durante o Carnaval.
O pedido de reforço na segurança havia sido feito ontem pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB). Na avaliação do governo federal, as forças policiais do Estado têm plenas condições de garantir a ordem no decorrer das festividades.
Jungmann chegou a ironizar o pedido de Crivella. Segundo ele, enviar militares ao Rio em função de um evento festivo abriria um precedente constrangedor, pois outras capitais poderiam fazer o mesmo.
Parafraseando o trocadilho do prefeito do Rio, que ontem (11) afirmou que “quem não gosta de samba bom prefeito não é” (em referência à canção de Dorival Caymmi), o ministro disse que correria o risco de ouvir dos pernambucanos, seus conterrâneos: “quem não gosta de frevo bom ministro não é”.
“Imaginem vocês que, se viéssemos, por acaso, a atender uma solicitação do Rio de Janeiro, como ficaria a nossa posição diante de outras capitais, a exemplo de Salvador, Recife, Olinda, Fortaleza, Natal, que também têm grandes carnavais, e evidentemente todos os prefeitos se preocupam com a sua comunidade”, declarou.
Jungmann participou nesta manhã de uma reunião com outras autoridades do governo federal, como o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Após o encontro, no Palácio Guanabara, eles assinaram um protocolo de intenções que garante a continuidade do Plano Nacional de Segurança e das ações integradas entre as forças policiais e militares até dezembro deste ano.
“Acho que não precisa [convocar tropas federais para atuar no Carnaval]. Sempre fizemos Carnaval com os nossos policiais. Não estamos dando férias. Vai precisar do RAS [Regime Adicional de Serviço, quando PMs trabalham no dia de folga] e nós já autorizamos o RAS. Não pedimos em nenhum momento as Forças Armadas”, disse Pezão .
“Acompanho a opinião do governador. Não identifico necessidade. O governador está recuperando a questão salarial e incorporando novos efetivos [das polícias Civil e Militar]. Está participando de um esforço juntamente com a secretaria [de Segurança Pública], comandada pelo secretário Roberto Sá, de melhoria de resultados. Não há descontrole, não há desordem. O governo do Estado enfrentou
grandes eventos recentemente [como o Réveillon deste ano] sem necessitar de Forças Armadas”, comentou Jugmann.
O ministro também declarou que o cronograma de ações integradas para este ano não inclui novos cercos militares, como o que foi realizado na favela da Rocinha na zona sul carioca, em setembro
do ano passado. Na ocasião, a comunidade foi palco de sangrenta disputa entre grupos rivais pelo comando do tráfico de drogas.
Crivella define regras do Carnaval
Na quinta (11), o prefeito do Rio anunciou que pediria ao governo federal apoio das Forças Armadas para reforçar a segurança no Carnaval e que serão contratados 3.375 agentes de segurança privada
O efetivo extra se juntará à Guarda Municipal e à Polícia Militar no esquema de segurança durante o desfile dos blocos de rua e demais festividades do Carnaval.
“Os agentes serão de segurança privada e que eventualmente podem ser PMs em folga. Será contratada uma empresa acostumada a grandes eventos. Eles estarão desarmados e atuarão no apoio à GM e PM”, explicou o presidente da Riotur, Marcelo Alves.
O investimento para contratação dos agentes será feito com recursos de patrocinadores, de acordo com a prefeitura. Foram captados R$ 38,5 milhões.
Ações integradas
Jungmann explicou que o protocolo de intenções que formaliza o plano integrado de segurança terá, para 2018, “metas e indicadores de resultados”. Ou seja, ainda que o trabalho seja conjunto, o RJ e a União terão papéis individualizados, com metas específicas.
“Na área da Defesa, ao longo de 2017, nós participamos de 15 operações e mobilizamos mais de 31 mil militares. Os recursos investidos foram da ordem de R$ 43 milhões até aqui. A partir de agora essas ações serão intensificadas”, disse.
“Uma outra medida específica: as Forças Armadas vão auxiliar e vão apoiar as polícias Rodoviária Federal e Federal no patrulhamento das vias de acesso e no entorno do Rio de Janeiro”, completou o ministro.
O planejamento para este ano prevê ainda a aplicação de R$ 41 milhões do orçamento federal em programas sociais oferecidos por unidades militares sediadas no Rio de Janeiro. O expoente é o Profesp (Programa Força no Esporte), do Exército, que receberá neste ano mais de 50 mil jovens da capital e das cidades da Baixada Fluminense.
A íntegra do plano será apresentada na próxima reunião entre os governos estadual e federal, marcada para o dia 19 de fevereiro.
UOL/montedo.com
9 respostas
Somos os bobo da corte agora, graças a nossos chefes.
Militares das FFAA viraram força auxiliar das PM's. Criaram a Força Nacional para quê? São diárias caríssimas e querem as FFAA para fazerem o mesmo trabalho quase de graça. Eles que deem o jeito de resolverem, pois já conseguiram auxílio financeiro da União.
Pelo menos desta vez o "Big Boss" cortou o assunto!
Vão chamar as ffaa pra festa de 1 ano tbm????
Tirar os militares dos quartéis e de suas famílias virou moda! Até para garantir a segurança na farra! Fala sério!
O carioca vota mal desde Brizola… É o primeiro narco Estado dentro do narco país Brasil….
Tenho aniversário da minha filhinha. Será que poderiam envias as Forças Armadas?
Crivella conhece bem as FA, ele mesmo ja foi aspira do cpor. E infelizmente, mesmo sabendo dos nosso problemas ainda quer jogar a gente no fogo.
Prefeito pedindo reforço Federal?? Daqui á pouco até eu vou pedir pra minha segurança aqui no meu bairro.